Medida seria tomada caso ex-presidente seguisse com tentativa de golpe

O ex-comandante da FAB ainda detalhou uma ocasião específica em que uma minuta para a decretação de golpe foi apresentada durante uma reunião no Ministério da Defesa, em dezembro de 2022

Da Redação da Rede Hoje

O tenente-brigadeiro do ar Carlos Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), detalhou em seu depoimento à Polícia Federal (PF) uma série de eventos envolvendo ameaças e conversas sobre um possível golpe de Estado no Brasil. Ele relatou que o general Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, teria ameaçado prender o então presidente Jair Bolsonaro caso ele tentasse levar adiante qualquer ação golpista. Essas declarações foram reveladas após o sigilo do depoimento ser retirado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).

Baptista Jr. explicou que a situação ocorreu após Bolsonaro considerar a possibilidade de usar institutos constitucionais, como Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estado de defesa ou estado de sítio, para desafiar o regime democrático. O ex-comandante da FAB ressaltou que Freire Gomes desaconselhou Bolsonaro a recorrer a medidas jurídicas questionáveis para realizar um golpe.

Além disso, o depoimento de Baptista Jr. destacou sua participação em diversas reuniões com Bolsonaro e outros comandantes das Forças Armadas após as eleições de 2022. Nessas reuniões, ele teria alertado o presidente sobre a inexistência de fraudes nas urnas eletrônicas, contrariando a narrativa defendida pelos apoiadores de Bolsonaro.

O ex-comandante da FAB ainda detalhou uma ocasião específica em que uma minuta para a decretação de golpe foi apresentada durante uma reunião no Ministério da Defesa, em dezembro de 2022, pelo então ministro Paulo Sérgio de Oliveira. Baptista Jr. afirmou que se recusou a receber o documento, expressando que a Força Aérea não aceitaria tal hipótese de golpe.

Durante esse encontro, Freire Gomes também teria se manifestado contra a análise da minuta, enquanto o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, não teria expressado oposição ao conteúdo. Além disso, Baptista Jr. relatou ter comunicado ao então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, sua recusa em aderir a qualquer "virada de mesa", o que teria surpreendido Heleno. Esses detalhes fornecidos por Baptista Jr. oferecem uma visão mais abrangente dos eventos que cercaram as discussões sobre possíveis golpes de Estado no Brasil.


Fonte: Agência Brasil


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