Com alguns cuidados simples é possível fazer o uso equilibrado e responsável dessas tecnologias

Da redação da Rede Hoje

Um levantamento recente do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) apontou que aproximadamente 89% das crianças e adolescentes brasileiros, entre 9 e 17 anos, estão conectados a sites e aplicativos diariamente, representando um total de 24,3 milhões de usuários. A pesquisa revelou ainda que 95% desses jovens utilizam o celular como principal meio de acesso à internet.

O uso excessivo de celulares e redes sociais pode trazer diversos prejuízos à saúde mental, física e social dos adolescentes. O Hospital Pequeno Príncipe, referência em pediatria no Brasil, oferece orientações para promover um uso equilibrado e responsável dessas tecnologias, visando minimizar os efeitos negativos e garantir o bem-estar dos jovens. Esta fase da vida é marcada por mudanças significativas, como a puberdade e o desenvolvimento do cérebro adulto.

Saúde mental
A psicóloga Angelita Wisnieski da Silva, coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Pequeno Príncipe, alerta para a satisfação imediata proporcionada pelo uso das redes sociais, que pode levar a um mecanismo cerebral de dependência. Isso resulta em uma desordem neurológica que afeta o sistema de recompensa do cérebro, aumentando a necessidade de consumo digital. "Se os pais notarem perda de interesse pelas atividades cotidianas em favor das redes sociais, é necessário buscar ajuda especializada", aconselha.

A geração ansiosa
Estudos indicam que a exposição excessiva às telas está correlacionada ao aumento da ansiedade entre adolescentes. O uso frequente de dispositivos digitais sobrecarrega o cérebro em desenvolvimento com um excesso de estímulos, interferindo em atividades essenciais como brincar, socializar, descansar e alimentar-se adequadamente. A psicóloga Marjorie Rodrigues Wanderley destaca que a frequência e o modo de uso são fatores chave no aumento dos casos de ansiedade. O conteúdo visual e sonoro intenso das redes sociais e jogos digitais, por exemplo, pode causar uma produção excessiva de dopamina, aumentando os níveis de ansiedade.

Cuidados
Jonathan Haidt, autor do livro "A Geração Ansiosa", sugere medidas práticas para mitigar os efeitos negativos das tecnologias digitais: evitar a liberação de smartphones antes dos 14 anos, permitir o uso de redes sociais apenas após os 16 anos, proibir o uso de celulares na escola e incentivar uma infância mais independente.

A psicóloga Angelita oferece dicas adicionais:

1 - Seja um bom exemplo, controlando seu próprio tempo de exposição às telas.
2 - Priorize momentos de convivência sem o uso de celulares.
3 - Promova interações reais e diversificadas.
4 - Ofereça atividades estimulantes, como jogos e desafios offline.
5 - Ajude o adolescente a lidar com a realidade, enfrentando o vazio e o tédio.
6 - Incentive o adolescente a encontrar propósitos e motivações na vida real.
7 - Estabeleça limites claros para o uso de telas e supervisione o conteúdo acessado.


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