
Conselho Nacional do Café atua em defesa da desoneração do café brasileiro nas exportações aos Estados Unidos. Foto: Divulgação/CNC.
Da Redação da Rede Hoje
O Conselho Nacional do Café (CNC) informou que mantém diálogo constante com representantes do governo dos Estados Unidos e do Brasil para buscar a retirada da taxação imposta ao café brasileiro. A entidade, que representa cooperativas e produtores do setor, avalia que a medida prejudica tanto a produção nacional quanto o mercado consumidor americano, já que o produto não é cultivado nos Estados Unidos.
Segundo o presidente do CNC, Silas Brasileiro, as tratativas incluem contatos técnicos e institucionais com autoridades dos dois países. Ele destacou que a organização tem reforçado a necessidade de equilíbrio nas decisões comerciais, especialmente para produtos que não são produzidos internamente nos Estados Unidos e são essenciais para o abastecimento de sua população.
Ações diplomáticas e diálogo com o governo brasileiro
O CNC também tem atuado junto ao Governo do Brasil para que as manifestações oficiais mantenham tom diplomático, evitando confrontos políticos que possam dificultar o diálogo bilateral. A entidade afirma que orientou o cuidado nas declarações públicas, inclusive nas emitidas pelo Presidente da República, com o objetivo de preservar o entendimento entre as nações.
A posição do CNC é de que o interesse mútuo deve prevalecer nas negociações. Silas Brasileiro ressaltou que eventuais medidas protecionistas impactam diretamente as cadeias produtivas e os consumidores, e que a manutenção da tarifa pode gerar consequências negativas para ambas as economias.
Sinalização positiva dos Estados Unidos
O CNC acompanha declarações recentes do Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que reconheceu a necessidade de revisar a política tarifária sobre produtos importados. Segundo a nota, Bessent admitiu que a continuidade da cobrança sobre o café e outras commodities não produzidas internamente afetaria o próprio consumidor americano.
Silas Brasileiro afirmou que a expectativa do setor é de que o governo americano tome uma decisão definitiva pela retirada da tarifa nos próximos períodos. Ele reiterou que o CNC segue empenhado em representar os interesses dos cafeicultores brasileiros e em defender o livre comércio com segurança jurídica e competitividade internacional.
Nota na íntegra:
SILAS BRASILEIRO – Presidente do Conselho Nacional do Café (CNC)
O Conselho Nacional do Café (CNC), representante das cooperativas e dos produtores de café do Brasil, manteve todos os contatos possíveis no sentido de que a taxação aos cafés brasileiros por parte dos Estados Unidos fosse retirada, sempre com avaliações positivas de que essa medida, além de prejudicar a produção e as exportações brasileiras, teria forte impacto sobre os consumidores americanos, uma vez que o café é uma commodity que não é produzida naquele país.
Da mesma forma, outros produtos que não são cultivados no mercado americano também são insuficientes para o abastecimento interno, o que reforça a necessidade de equilíbrio nas decisões comerciais.
Em nossos contatos internos, trabalhamos junto ao Governo do Brasil para que houvesse o máximo de cuidado em relação às declarações oficiais, inclusive as do próprio Presidente da República, a fim de evitar um confronto político no qual todas as partes sairiam prejudicadas.
Nesse contexto, aguardamos manifestações, como a do Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que reconheceu que o governo americano não pode mais postergar a decisão sobre a retirada da tarifa, pois a manutenção da penalização afetaria diretamente seus consumidores — o que também não seria o melhor caminho.
Continuamos acreditando que, em breve, teremos o resultado esperado, ou seja, a desoneração de algumas culturas produzidas no Brasil e amplamente consumidas no mercado americano, dentre elas, o café.
SILAS BRASILEIRO
Presidente do Conselho Nacional do Café (CNC)