Os incidentes ocorridos durante a final da Copa do Brasil com episódios de agressão entre torcedores do Atlético, usando bombas e outros objetos, ferindo várias pessoas na Arena MRV tiveram reação imedidata do STJD.
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Esses atos violentos motivaram novas propostas de medidas para coibir esse tipo de comportamento em eventos esportivos
Da redação da Rede Hoje
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) determinou nesta terça-feira (12) a interdição da Arena MRV, estádio do Atlético-MG, em resposta aos episódios de violência ocorridos antes, durante e depois da final da Copa do Brasil, realizada no último domingo (10). A decisão foi assinada pelo presidente do tribunal, Luís Otávio Veríssimo Teixeira, e inclui a exigência de que o Atlético-MG mande seus próximos jogos em outras arenas, com portões fechados e sem a presença de público.
A medida de interdição permanecerá em vigor até que o clube comprove a adoção de medidas de segurança logísticas, estruturais, administrativas e disciplinares para assegurar a proteção no estádio. Caso isso ocorra, o STJD reavaliará a decisão. O Atlético-MG tem um prazo de dois dias para apresentar sua defesa, e o próximo jogo como mandante, pelo Campeonato Brasileiro, está previsto para o dia 20 de novembro, contra o Botafogo.
Assembleia de Minas
A violência nos estádios foi um dos temas principais da Reunião Ordinária desta terça-feira, 12, na Assembleia Legislativa. O debate focou nos incidentes ocorridos durante a final da Copa do Brasil, realizada em 10 de novembro, na Arena MRV. A partida foi marcada por episódios de agressão entre torcedores do Atlético, que lançaram bombas e objetos, como copos de cerveja, refrigerante e água, ferindo várias pessoas. Entre as vítimas, o fotógrafo Nuremberg José Maria sofreu fraturas em três dedos do pé e rompimento de tendões, lesões que demandaram cirurgia. Esses atos violentos motivaram novas propostas de medidas para coibir esse tipo de comportamento em eventos esportivos.
O deputado João Vítor Xavier (Cidadania) manifestou preocupação com o crescente número de casos de violência em estádios e argumentou que os clubes frequentemente se tornam vítimas de indivíduos que, sob o pretexto de torcer, praticam crimes. Em sua fala, o parlamentar propôs que o Governo do Estado revise a decisão que, desde 2012, retirou da Polícia Militar a responsabilidade direta pelo planejamento da segurança em eventos esportivos, deixando a organização por conta das próprias entidades esportivas.
Foto: Luiz Santana |ALMG
O deputado João Vítor Xavier (Cidadania) manifestou preocupação com o crescente número de casos de violência em estádios e argumentou que os clubes frequentemente se tornam vítimas de indivíduos
Xavier defendeu a presença constante da Polícia Militar dentro dos estádios, considerando que sua atuação pode inibir ações violentas e garantir a segurança de todos. Ele sugeriu que o comando da segurança dos eventos retorne à Polícia Militar, o que, em sua opinião, traria maior controle e proteção. Segundo o deputado, é essencial que o Estado assuma um papel mais ativo para prevenir a violência nas competições esportivas.
Além disso, João Vítor Xavier propôs a criação de um novo tipo penal específico para combater esse tipo de violência: o crime de rixa desportiva. Segundo ele, é preciso endurecer as penas para quem comete esses atos, impondo punições exemplares, incluindo a prisão, para dissuadir futuros atos de violência e incivilidade durante os jogos. Tal medida, conforme Xavier, diferenciaria os torcedores genuínos dos que vão aos estádios com o propósito de cometer crimes.
A ideia do deputado foi apoiada por Bruno Engler (PL), que também enfatizou a importância de individualizar as punições. Para Engler, punir os clubes como um todo é uma abordagem ineficaz que não responsabiliza os verdadeiros culpados. Ele destacou que as sanções devem ser aplicadas de forma direcionada aos infratores para que a violência nos eventos esportivos seja combatida de maneira justa e eficaz.
A proposta de criação do crime de rixa desportiva e o retorno da Polícia Militar aos estádios são vistas pelos deputados como ações urgentes para melhorar a segurança e diminuir os episódios de violência. Agora, o próximo passo será buscar apoio para que essas mudanças sejam efetivamente implementadas, na tentativa de devolver aos estádios o ambiente seguro e familiar que eles deveriam representar.