No primeiro tempo, zagueiro Lyanco, do Atlético, pisou no braço do atacante Dudu, mas o lance passou despercebido pela arbitragem e pelo VAR

Foto: reprodução Primere


Lance da expulsão justa de Gabigol, mas o VAR não chamou o árbitro no lance que Dudu foi atingindo com um pisão de Lyan

Da redação da Rede Hoj
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o Mineirão lotado exclusivamente por cruzeirenses, o Atlético venceu o clássico contra o Cruzeiro na tarde deste domingo (9), garantindo uma vitória crucial no Campeonato Mineiro. Com o resultado, o Galo agora depende apenas de si para avançar à semifinal do torneio, enquanto a Raposa, apesar da derrota, carimbou sua vaga após o tropeço do Aymorés na rodada.

O jogo foi marcado por um lance polêmico envolvendo o zagueiro Lyanco, do Atlético. No primeiro tempo, ele pisou no braço do atacante Dudu, mas o lance passou despercebido pela arbitragem e pelo VAR. Minutos depois, Gabigol acertou uma cotovelada no defensor atleticano e acabou expulso após revisão do árbitro de vídeo, deixando o Cruzeiro com um jogador a menos durante grande parte da partida.

Com a desvantagem numérica, a equipe celeste viu o rival crescer no jogo e, aos nove minutos do segundo tempo, o Atlético abriu o placar. A jogada começou com um cruzamento de Arana pela esquerda, encontrando Natanael, que ajeitou para Hulk finalizar rasteiro. A bola passou por baixo do braço do goleiro Cássio, que falhou no lance.

O Cruzeiro tentou reagir, mas encontrou dificuldades diante da defesa bem postada do Atlético. A melhor oportunidade celeste veio aos 17 minutos, quando Cássio, redimindo-se do erro anterior, fez uma defesa crucial em chute de Cuello. No rebote, a zaga conseguiu afastar o perigo.

Aos 20 minutos, Wesley Carvalho promoveu mudanças na equipe, colocando Bolasie e Christian em campo para tentar aumentar o poder ofensivo do Cruzeiro. Do lado alvinegro, Cuca respondeu reforçando o sistema defensivo, substituindo Gabriel Menino por Igor Rabello.


Hulk marcou os dois gols no segundo tempo: aos 9’ e 42’. (Foto: Pedro Souza | Atlético)

O jogo seguiu truncado, com o Atlético aproveitando a superioridade numérica para controlar o ritmo e impedir investidas do Cruzeiro. Aos 30, Wesley Carvalho fez uma nova alteração, sacando Dudu para a entrada de Lautaro Díaz. Pouco depois, os cruzeirenses pediram pênalti em lance envolvendo Igor Rabello e Fabrício Bruno, mas o árbitro mandou seguir após consulta ao VAR.

O golpe final veio aos 42 minutos. Em rápido contra-ataque, Cuello encontrou Hulk livre dentro da área. O camisa 7 atleticano finalizou com categoria, decretando o 2 a 0 e consolidando a vitória do Atlético no clássico.

A expulsão de Gabigol gerou repercussão intensa no pós-jogo. O atacante assumiu a responsabilidade pela derrota e reconheceu que poderia ter evitado o lance que resultou no cartão vermelho. "Quando fui expulso, o jogo ficou outro. Essa derrota é culpa minha", disse o jogador, que pediu desculpas aos companheiros no vestiário.

Nas redes sociais, a arbitragem foi duramente criticada por torcedores cruzeirenses. Muitos questionaram a falta de critério do VAR, que não revisou o pisão de Lyanco em Dudu, mas interveio para expulsar Gabigol. O CEO do Cruzeiro, Alexandre Mattos, foi um dos mais veementes nas críticas e prometeu medidas contra a arbitragem mineira.

Mattos questionou a escalação de um árbitro do Paraná para comandar o VAR, enquanto o trio de campo era mineiro. "A Federação precisa ser isenta, correta, transparente. A gente exige isso", afirmou o dirigente, que garantiu que o Cruzeiro fará uma reclamação formal à Federação Mineira de Futebol (FMF).

Segundo Mattos, a insatisfação cruzeirense com a FMF não se restringe à arbitragem do clássico. Ele citou a dificuldade do clube para remarcar sua estreia no estadual, enquanto o Atlético teve sua partida contra o Athletic adiantada sem entraves, permitindo maior tempo de descanso antes do clássico.

Apesar do revés, Gabigol mostrou confiança para um possível reencontro com o Atlético na semifinal do Mineiro. "Não importa como começa, e sim como termina. A gente vai se encontrar lá na frente", disse o atacante, que cumprirá suspensão na última rodada da primeira fase contra o Democrata-GV.

A expectativa no Cruzeiro agora se volta para a possível estreia do técnico Leonardo Jardim. O treinador português pode comandar a equipe pela primeira vez caso tenha seu nome regularizado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF a tempo do duelo.

Já o Atlético volta suas atenções para o confronto decisivo contra o Itabirito. Uma vitória simples garante o Galo na semifinal, enquanto um tropeço pode deixar a equipe dependendo de resultados paralelos para avançar.


Depois da expulsão de Gabriel, o jogo foi dominando pelo Atlético, Matheus Henrique foi um dos únicos a se salvar. Gustavo Aleixo| Cruzeiro

FICHA TÉCNICA
Cruzeiro 0x2 Atlético
Data: 9 de março de 2024

Local: Estádio Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Público: 57.892 pagantes Renda: R$ 3.874.000,00

Cruzeiro
Cássio, William, Jonathan Jesus, Fabrício Bruno e Kaiki; Lucas Romero (Christian), Matheus Henrique (Eduardo) e Matheus Pereira (Bolasie); Marquinhos, Dudu (Lautaro Díaz) e Gabigol.Técnico:Wesley Carvalho

Atlético-MG
Everson; Natanael, Lyanco, Junior Alonso (Palacios) e Guilherme Arana; Alan Franco, Gabriel Menino (Igor Rabello), Rubens e Scarpa (Otávio); Cuello (Bernard) e Hulk (Deyverson).Técnico: Cuc

GolS: Hulk (9’ e 42’ do 2º tempo)

Árbitro: Felipe Fernandes de Lima (MG)

VAR: Rodolpho Toski Marques (PR)

Cartões vermelhos: Gabigol (Cruzeiro, 33’ do 1º tempo)


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