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RELAÇÕES INTERNACIONAIS Presidente Lula defende governança global da IA e protagonismo de nações em desenvolvimento no G20

O presidente Lula durante a terceira sessão de trabalho do G20. Foto: Ricardo Stuckert / PR

Líder brasileiro tratou da relação entre minerais críticos, inteligência artificial e a necessidade de trabalho decente em Joanesburgo.

Da Redação da Rede Hoje

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da Cúpula de Líderes do G20 na África do Sul. O discurso ocorreu em Joanesburgo, durante o segundo dia do encontro. A fala foi realizada no painel temático intitulado “Um Futuro Justo e Equitativo para Todos”. Lula traçou um panorama da relação entre minerais críticos, inteligência artificial e trabalho decente. A integração destes três vetores define o futuro das próximas gerações.

O presidente alertou para o risco de a inovação tecnológica aprofundar desigualdades. Ele defendeu que as nações com reservas de minérios não sejam vistas como meras fornecedoras. O que está em jogo é o controle do conhecimento e do valor agregado derivado desses recursos. Lula ressaltou a importância de investimentos ambientalmente e socialmente responsáveis. Estes investimentos devem fortalecer a base industrial e tecnológica dos países detentores de recursos.

O presidente citou a criação do Conselho Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos no Brasil. Lula afirmou que a soberania é medida pela habilidade de transformar recursos naturais. Isto deve ser feito através de políticas que tragam benefícios para a população. A transição energética deve reforçar a base industrial de países detentores de recursos. A transição também deve estar atenta à promoção do trabalho decente.

O líder brasileiro abordou a Inteligência Artificial, reconhecendo-a como um caminho sem volta. Ele afirmou que a IA representa uma oportunidade para um futuro mais equitativo. No entanto, Lula apontou desafios em torno do acesso desigual ao mundo digital. O presidente alertou para a disparidade digital de dois bilhões e seiscentos milhões de pessoas sem acesso. Esta situação pode gerar uma nova forma de exclusão, denominada colonialismo digital.

Governança da Tecnologia

A taxa de acesso à internet é de 93% em países de alta renda global. Em contrapartida, em nações de baixa renda, o acesso não alcança 30%. Lula chamou atenção para a concentração de controle de algoritmos, dados e infraestruturas. Quando poucos controlam estes elementos, a inovação passa a gerar exclusão social. O presidente parabenizou a África do Sul pela Iniciativa IA para a África.

Neste contexto, o presidente pediu urgência no aprofundamento do debate sobre a governança da IA. Lula defendeu que a Organização das Nações Unidas seja o centro desta discussão. A proposta visa a evitar que a inovação tecnológica aprofunde desigualdades. Ele enfatizou que o progresso só se concretizará se for compartilhado e justo. O presidente tratou do assunto no painel de líderes do G20.

Lula concluiu a participação fazendo a conexão entre avanço tecnológico e proteção aos trabalhadores. Ele frisou que um futuro equitativo não é alcançado sem assegurar oportunidades de trabalho. O presidente destacou que 40% dos trabalhadores do mundo estão em funções expostas à IA. Estas funções estão sob risco de automação ou de complementação tecnológica. A tecnologia deve fortalecer, e não fragilizar, os direitos humanos e trabalhistas.

O trabalho decente deve ser o objetivo central das ações globais, segundo o presidente. Lula defendeu que cada painel solar e cada linha de código carregue a marca da inclusão social. O líder brasileiro defendeu o abandono progressivo dos combustíveis fósseis. Ele enfatizou que o G20 é um fórum essencial para indicar o Mapa do Caminho para a transição energética. O presidente propôs mecanismos inovadores, como a troca de dívida por desenvolvimento.

Outras Reuniões

No sábado, Lula participou das duas primeiras sessões do G20 de forma ativa. Na primeira sessão, o presidente defendeu que a desigualdade seja declarada uma emergência global. Ele também propôs a taxação dos super-ricos como medida de justiça social. O presidente teve reunião bilateral com o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz. Antes da terceira sessão, ele manteve um encontro trilateral com o IBAS.

O encontro trilateral foi realizado com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa. Também participou o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. O IBAS é um fórum trilateral de coordenação política entre os três países. O G20, criado em 1999, representa mais de 80% do PIB mundial. O fórum engloba 75% do comércio internacional e 60% da população do planeta.

@redehoje
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