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Carta ao Papai Noel | Reflexões | Mônica Othero Nunes

Imagem de DIY Team por Pixabay

Reflexões | Mônica Othero Nunes

Querido parceiro de sonhos, permita que nossa terra natal estabeleça que, a partir de 2026, o Programa de Política Nacional de Resíduos Sólidos seja realidade. Que as pessoas não joguem mais o lixo pelas vias porque “tem quem varre”. Que se criem lugares visíveis para descarte. Que as crianças pratiquem na escola a coleta seletiva, saibam o que é lixo orgânico e lixo reciclável. Que, pela cidade e comunidades rurais, muitas árvores sejam plantadas e cuidadas. Árvores frutíferas para atrair pássaros e seus lindos cantos. Que tristeza: nos quintais não temos mais árvores frutíferas! Nosso recurso hídrico carece de mais proteção. O que hoje é exagero, amanhã pode ser falta. O planeta, tão judiado, já nos deu sinais.

Papai Noel, não deixe de levar ao atual prefeito Gustavo Brasileiro o pedido de apoio à edição do livro sobre os logradouros de Patrocínio, escrito por Maria de Fátima Machado Almeida. Tem tanta gente que não sabe nada sobre o nome da rua onde mora! Trocam até sobrenome!

Parece que agora tem recursos para tudo: para obras prometidas, revitalização de praças, reajuste salarial acima do índice federal para funcionários (que presentão merecido), contrataram até um famoso cantor nacional para festa em 2026, anunciaram a construção do sonhado viaduto ligando o bairro Serra Negra (ufa!). Eu sugeri que desse o nome de Dona Iveta Bernardes! Mulher empreendedora, dinâmica, impulsionou o comércio supermercadista varejista de Patrocínio! Trabalhou por décadas! Acho que nunca tirou férias! Na entrevista citaram o recurso federal de 70 milhões para a área da saúde e tecnologia! Uau! Recurso chegando para melhorar a qualidade de vida! Enviaram para a Câmara projeto que reduz a tarifa do transporte coletivo e garante passe livre estudantil. Quanta notícia boa.

Papai Noel, fico pensando nos natais passados, sem rede social e sem tanta gente de mau humor. Lembro da vitrine da Casa Facury: as bonecas lindas, o trenzinho de ferro, o Forte Apache. Na rua Governador Valadares, meu pai, Osmar Nunes, vestiu o seu Geraldo de Papai Noel; como era magro, usava um travesseiro para parecer barriga, e ainda tinha o Wilson, também vestido de Papai Noel, como seu filho. No centro da loja, um cercado com o Papai Noel tocando tambor, a boneca movida a pilha trocando os passos, o carrossel girando, o trem apitando, o relógio-cuco marcando meia-noite, hora da Missa do Galo. A Banda Abel Ferreira se apresentando e emocionando os presentes. Final de ano traz tanta recordação! As crianças esperando o dia 25 chegar para receber presente!

Papai Noel, quanta gente saía de casa para a Missa do Galo! Ganhar um relógio da Joalheria França ou uma joia da Joalheria do Juca Emídio! Um par de sapatos da loja de calçados do seu Abrão! Um perfume importado da boutique da Lucy. Um vaso de cristal da loja do seu Brasil! Um corte de linho da Casa Moisés! Uma gravata de seda da loja do Chock! Um vestido de festa da boutique da Rosa Gabriel. Um fogão da Patrolux. Uma bicicleta da Casa Manuel Nunes. Uma banda de leitão assado da Padaria Globo. Uma lingerie da loja da Dona Samira! Um pó de arroz da farmácia do seu Turquinho! Uma carteira de couro da loja da Dona Diná! Quantas famílias em que o melhor presente não era material, e sim reunir toda a família! Antônio de Pádua (in memoriam) certa vez relembrou que as famílias faziam seus presépios em dezembro usando os recursos que tinham e rezavam toda noite. Até que vieram os presbiterianos americanos e os patrocinenses conheceram as árvores de Natal com flocos de algodão imitando neve, suas reluzentes bolas e pisca-pisca! Foi uma nova situação na pacata cidade da década de 30. No coração de católicos e presbiterianos, o nascimento de Jesus é a celebração cristã mais importante. Ainda bem que o presépio da família Oliveira continua existindo! Quando a gente olha um presépio, parece que sente estar caminhando na esperança. Parece que o mundo é todo amor e nem o gato nos passa medo ao aparecer do nada! Um presépio reproduz o cenário da caminhada de Maria e José. O estábulo, tão simples e grandioso, recebe o Menino Deus!

Ah, Papai Noel, se sua missão também é entregar presentes, que cada vez mais pessoas recebam em suas vidas o fim da pobreza, da desigualdade, da falta de respeito, da extinção da violência! Presentes que não se encontram nas lojas, mas nas decisões políticas que afetam tanta gente! Que cada recurso seja utilizado para o povo de Patrocínio! Ainda há muito o que fazer. Que as luzes espalhadas pela cidade, depois de retiradas, continuem através da verdadeira luz, que é Jesus, a Luz do mundo, que trouxe fé e esperança.

Que nossa cidade seja, para cada um, espaço de gentileza, amizade, prática da fé, respeito e empatia!

Feliz Natal

@redehoje
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