Alexandre Costa
É amplamente reconhecido que Jesus não nasceu, historicamente, no dia 25 de dezembro. A própria Bíblia não registra a data exata do Seu nascimento. Há controvérsias, porém o 25 de dezembro pode ter sido estabelecido séculos depois, como uma forma pedagógica e simbólica de a Igreja celebrar a vinda do Salvador ao mundo. Ainda assim, essa constatação não diminui — pelo contrário, amplia — o significado desse período.
Porque, no fim das contas, o centro da celebração não é o dia, mas a Pessoa.
A Palavra nos ensina que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (João 1:14). O milagre não está no calendário, mas no fato de que Deus decidiu entrar na história humana, vestir-se de fragilidade e caminhar entre pecadores para nos resgatar. O nascimento de Jesus marca o início visível do plano eterno de redenção, preparado antes da fundação do mundo.
O Natal, ainda que celebrado em uma data simbólica, torna-se uma grande oportunidade espiritual: a chance de parar, refletir e lembrar que não fomos deixados à própria sorte. Deus nos amou a ponto de enviar Seu Filho, não apenas para nascer, mas para viver, sofrer, morrer e ressuscitar por nós (cf. Romanos 5:8).
Ao celebrarmos esse tempo, somos convidados a ir além das luzes, das tradições e das mesas fartas, e voltar o coração para o verdadeiro sentido: fomos alcançados pela graça. A manjedoura aponta para a cruz. O menino em Belém aponta para o Cordeiro que tira o pecado do mundo.
Portanto, mesmo sabendo que Jesus não nasceu em 25 de dezembro, escolhemos usar essa data como um memorial de esperança. Um lembrete anual de que a nossa história mudou quando Cristo entrou nela. Que este tempo reacenda em nós a gratidão, a fé e o compromisso de viver como redimidos, anunciando com palavras e atitudes que Ele veio, viveu, venceu — e voltará.
O Natal não é sobre quando Ele nasceu, mas sobre por que Ele nasceu: para nos dar vida, e vida em abundância.
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