
O sol já indicava quase 7 de manhã, quando a caminhonete saiu levando uma jovem projetada na janela pela Avenida João Alves Nascimento. Imagens em baixa qualidade para não identificar as pessoas. Foto: reprodução câmera de segurança
Até quando a população de Patrocínio será refém da barbárie travestida de entretenimento? O que se viu na madrugada deste último final de semana, no cruzamento das avenidas João Alves do Nascimento e Faria Pereira é recorrente: não é apenas uma aglomeração de jovens; é um atentado ao direito de descanso, à ordem pública e à dignidade do cidadão.
O cenário da desordem já tem endereço conhecido: as imediações da Padaria Araújo. Por funcionar 24 horas, o local tornou-se um ímã para abusos que ignoram qualquer limite civilizatório. Entre as 4h30 e as 7h da manhã deste domingo (21/12), moradores da região — incluindo idosos, crianças e pessoas acamadas — foram obrigados a suportar o som estridente da caçamba de uma caminhonete, ritmos frenéticos no volume máximo e a gritaria descontrolada de quem acredita estar acima da lei.
É inadmissível que um grupo de jovens transforme um estacionamento comercial em uma pista de dança a céu aberto, sob o efeito de sons automotivos que sacodem as janelas de quem trabalhou a semana inteira e apenas pedia pelo direito sagrado de dormir. Com copos de bebidas nas mãos, os jovens faziam do local um pista de baile.
A Omissão tem nome: SESTRAN e Autoridades de Trânsito. Onde estava o monitoramento? Onde está a fiscalização preventiva? E as câmeras no local? A Polícia Militar cumpriu sua parte ao chegar por volta das 6h15, mas o problema é crônico e a resposta tem sido paliativa. O deboche contra a autoridade foi claro: bastou a guarnição dar as costas para que a “festa” continuasse com gritos e danças, culminando na imagem grotesca e perigosa de uma jovem projetada na janela de uma caminhonete em movimento pela avenida. Um convite à tragédia.

A Polícia Militar cumpriu sua parte ao chegar por volta das 6h15, mas o problema é crônico e a resposta tem sido paliativa. Imagens em baixa qualidade para não identificar as pessoas. Foto: reprodução câmera de segurança
A SESTRAN (Secretaria Municipal de Segurança Pública, Trânsito e Transportes) tem a obrigação legal e moral de agir. Não se trata apenas de multar; trata-se de coibir e proibir. Aquele cruzamento é um convite anunciado à tragédia. O trânsito de Patrocínio não pode ser uma “terra de ninguém” onde escapamentos abertos e paredões de som ditam as regras enquanto o poder público assiste de braços cruzados.
O que cobramos é simples, mas urgente:
Fiscalização Rigorosa e Constante: Monitoramento eficaz em pontos críticos de aglomeração 24 horas