
Interrupções frequentes comprometem prazos e volumes de entrega; tema é acompanhado por entidades empresariais em todo o país. Imagem de Alexa | Pixabay
EM ANO COM ELEIÇÕES E COPA, SETOR PRODUTIVO PREVÊ DESAFIOS
Da Redação da Rede Hoje
Em 2026, nove dos dez feriados nacionais cairão em dias úteis, o que amplia a possibilidade de paralisações ao longo do ano e exige atenção do setor produtivo. Entre as datas está o Dia do Trabalhador, celebrado em uma sexta-feira, favorecendo a formação de feriados prolongados. O cenário preocupa empresários por causa dos efeitos sobre a rotina das empresas. A concentração de folgas pode interferir diretamente na organização das atividades. O planejamento passa a ser um fator central para minimizar impactos.
Segundo a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, a indústria tende a ser o segmento mais afetado pelos feriados concentrados em dias úteis. A avaliação considera a necessidade de produção contínua para manter níveis de eficiência. Interrupções frequentes comprometem prazos e volumes de entrega. O tema é acompanhado por entidades empresariais em todo o país. A preocupação envolve custos operacionais e competitividade.
De acordo com o vice-presidente da CACB, Márcio Luís, a perda de dias de trabalho resulta em redução de produtividade e exige atenção do setor produtivo. Ele afirma que a produção brasileira já apresenta desempenho inferior ao de economias mais desenvolvidas. Com interrupções recorrentes, esse quadro tende a se agravar. A indústria, por depender de escala, aparece como a mais exposta. O contexto reforça a necessidade de ajustes internos.
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais também avalia efeitos do calendário de 2026 sobre o setor industrial. O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, estima que o brasileiro terá cerca de 45 dias de folga ao longo do ano. O cálculo soma férias regulamentares e feriados nacionais. Segundo ele, esse volume interfere na concorrência internacional. Outros países mantêm produção regular no mesmo período.
Diálogo com entidades
Com a maioria dos feriados em dias úteis, cresce a possibilidade de emenda das folgas em diferentes períodos do ano. Algumas datas ocorrerão em segundas ou sextas-feiras, formando até três dias consecutivos sem trabalho. Nesse cenário, o comércio local pode registrar redução no movimento. Parte dos trabalhadores utiliza o período para viagens. Em contrapartida, setores ligados ao turismo tendem a registrar aumento na demanda.
Além dos feriados, 2026 será marcado por eleições presidenciais no Brasil e pela realização da Copa do Mundo. Esses eventos costumam alterar rotinas de trabalho e consumo em todo o país. Para a CACB, a soma de fatores exigirá planejamento mais rigoroso das empresas. Ajustes em escalas, estoques e logística serão necessários. A meta é manter o nível de produção ao longo do ano.
Márcio Luís defende o diálogo entre o setor produtivo e entidades representativas, incluindo as que representam os trabalhadores. Segundo ele, a articulação pode ajudar a reduzir impactos sobre a economia. Associações comerciais já iniciaram a definição de calendários específicos para 2026. A divulgação antecipada busca facilitar o planejamento de empresas, colaboradores e consumidores. A organização prévia é vista como ferramenta de gestão






