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Eustaquio Amaral

Economista, ex-superintedente de Planejamento e Finanças da Secretaria Estadual de Saúde de MG. Acadêmico da Academia Patrocinense de Letras. Colunista do portal Rede Hoje.  eustaquioamaral@gazetaptc.com.br 

PRIMEIRA COLUNA. COLÉGIO DOM LUSTOSA JÁ FOI EQUIPARADO À MELHOR ESCOLA DO BRASIL

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Criado em Domingo, 07 Fevereiro 2021 10:26

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Capa do livro "Colégio Dom Lustosa - História da educação Calólita masculina em Patrocínio - 1927 - 1962", da escritora e historiadora "Dininha" - Hedmar de Oliveira Ferreira. Foto: reprodução capa


Ícone. Em Patrocínio uma escola pode ser considerada assim. Dia 15 de fevereiro, completa 94 anos de sua abertura. Ou seja, nessa data, em 1927, começava o seu primeiro ano letivo, com 57 alunos, sob a direção de um holandês, Padre Matias van Rooij. O corpo docente era composto também pelo holandês Padre Filiberto Braun e pelos professores, José Bento Guimarães e Aguinaldo Servulo Botelho (posteriormente, professor da UFMG). Entretanto, fatos interessantes (hoje, históricos) antecederam esse dia. E outros fatos ocorreram nos cinco primeiros anos de vida dessa escola antológica. Considerada até o final dos anos 60, como uma das melhores de Minas, na sua faixa educacional. Essa escola é o Ginásio Dom Lustosa, simplesmente uma Era.

 

SETEMBRO DE 1925 – O bispo Dom Antônio de Almeida Lustosa, diocese de Uberaba (a qual Patrocínio pertencia), em visita pastoral, organizou uma comissão de “coronéis” para viabilizar prédio para instalação de uma escola católica: João Cândido de Aguiar, Tobias Machado, Elmiro Alves, Nelson Queiroz, José Pedro de Paiva e Joaquim Cardoso Naves. Por conta do bispo ficou a escolha da congregação religiosa. Toda essa ação foi devida à “ameaça” protestante, financiada pela América do Norte, segundo os católicos da época.

 

SETEMBRO DE 1926 – A Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria foi a escolhida para dirigir a escola. Essa entidade religiosa apenas tinha uma residência (uma sede) no Brasil, que era em Água Suja (Romaria). Patrocínio foi a segunda. Depois, vieram as residências de Araguari, Niterói e outras pelo país. Durante o Congresso Católico na cidade, em 11/9/1926, o padre holandês Eustáquio van Lieshout, a estrela maior, assinou o contrato de doação de um prédio, adquirido do coronel Marciano Hilário Ferreira Pires, na rua Afonso Pena.

 

DEZEMBRO DE 1926 – O prédio foi entregue à Congregação, dia 11. Padres Gil van Boogart e Matias van Rooij mudaram para Patrocínio, hospedando no Hotel Globo (do Adolpho Pieruccetti) na Praça da Matriz. Isso até mobiliarem o prédio para a congregação morar e dar as aulas.

 

JANEIRO DE 1927 – Começou o primeiro ano letivo do educandário. Isto com muita festa e alegria na cidade e grande região.

 

JULHO DE 1927 – Após férias de 15 dias em junho, dia 1º/7/1927, a escola iniciou o segundo semestre letivo, já com 70 alunos (1º ano ginasial e primário).

 

OUTUBRO DE 1927 – Chegaram mais dois holandeses: Padres Agostinho van Velsen e Damião Klevercamp.

 

NOVEMBRO DE 1927 – Dia 5, o prefeito de Patrocínio declarou o Colégio Dom Lustosa escola municipal (o objetivo era homenageá-la).

 

JANEIRO DE 1928 – Dia 1º começou o segundo ano letivo, com 98 alunos. E inaugurou o internato (o aluno morando na escola). De início, abrigou 18 alunos internos. Honorato Borges de Paiva (da família do coronel Honorato Borges) foi o primeiro aluno interno.

 

MARÇO DE 1928 – A diretoria do Colégio Dom Lustosa, ainda alarmada com o crescimento da Igreja Presbiteriana, fundou o colégio para meninas, que foi inaugurado no ano seguinte (1929).

 

ABRIL DE 1928 – Dia 26, a 4ª Região Militar incorporava o Ginásio ao Tiro de Guerra, também como Escola de Instrução Militar (Escola de Guerra).

 

SEGUNDO SEMESTRE DE 1928 – Mais um sacerdote holandês chegou para o Dom Lustosa, Padre Suitberto Mooy. Eram realizados os exames de admissão ao primeiro ano (1929) e todos os 42 alunos foram nele aprovados (Exame de Admissão era uma espécie de “vestibular” para ingressar no Colégio. Perdurou até os anos 60. Em outras palavras, havia seleção para estudar no Dom Lustosa).

 

1929 – Dia 6 de janeiro, inaugurou-se o Colégio Nossa Senhora do Patrocínio, iniciado pelos padres holandeses, dirigido pelas freiras do Imaculado Coração de Maria. Já o Colégio Dom Lustosa contava com 136 alunos, dentre os quais 47 internos. Poderia afirmar que quase 40% de seus alunos eram provenientes de outras cidades. Em agosto, o Ginásio se associava à Escola de Comércio de Santa Rita do Sapucaí, criando assim o curso comercial. Mais um padre holandês, Leonardo Driessen, chegava. Em dezembro, 41 alunos do Dom Lustosa tornaram-se reservistas (aprovados na Escola de Guerra).

 

1930: SER IGUAL AO PEDRO II – Em janeiro, mais um holandês pisou no chão patrocinense, Padre Roberto Kraouhman. Após ser reconhecida a importância do Dom Lustosa pela região do Alto Paranaíba e do Triângulo, e, ser glorificado pela Secretaria do Interior do Governo de Minas, o desejo do Colégio Dom Lustosa passava a ser se equiparar ao Colégio Pedro II, do Rio de Janeiro (o melhor do País). Para isso, comitiva, sob a liderança do professor Alceu de Amorim rumou de trem da Centro-Oeste para Belo Horizonte. E de lá, também por trem, para a capital federal. Isso nos dias 23 e 24 de janeiro.

 

GRANDE VITÓRIA – Em março de 1930, Alceu de Amorim retornava ao Rio para continuar os entendimentos da equiparação. Em maio, Padre Matias van Rooij respondia o telegrama do Departamento Nacional do Ensino (DNE), aceitando todas as exigências desse DNE. Inclusive, depositando no Banco Mercantil do Rio de Janeiro a importância de nove contos de réis (9.000$). Uma fábula para uma entidade educacional. Todavia, o Colégio Dom Lustosa foi equiparado ao Colégio Pedro II, em 1930.

 

REPERCUSSÃO DA VITÓRIA – Bispo de Uberaba, Dom Frei Luiz Maria de Santana visitava Patrocínio, ainda em maio de 1930. Na mesma época, o inspetor federal, médico Carlos Palhares (Rio de Janeiro) também visitou a cidade, pela primeira vez. Em julho, era criado o Grêmio literário, esportivo e científico (entidade interna da Escola, visando aprimorar os alunos). E no Natal de 1930, chegava Padre Adalberto van Velsen, outro holandês na praça.

 

1931 – Colégio Regina Pacis, de Araguari, e Colégio Dom Lustosa intensificaram o intercâmbio cultural e esportivo. Ambos sob a direção da Congregação dos Sagrados Corações. Mais dois sacerdotes da Holanda chegaram a Patrocínio: padres Ansfrido van de Ven e Ambrósio Smits. Foi inaugurada a chácara (hoje, se situaria na região do Supermercado Bretas) para recreio dos alunos, com piscina natural (água corrente). O número de reservistas atingia a 102 atiradores.

 

POR FIM – Isso refere-se apenas aos cinco primeiros anos do Colégio Dom Lustosa (1927-1931). No decorrer dos anos 30, 40, 50 e 60 as conquistas se acentuaram. Mormente, as intelectuais. Mais padres holandeses de renome educacional e religioso passariam, e passaram, pela Escola. Como também professores brasileiros, patrocinenses principalmente, que se tornaram indeléveis páginas da História de Patrocínio e região.

 

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