O dia 21 de abril, data em que se comemora a Inconfidência Mineira, foi o tema dos discursos feitos pelos deputados durante a Reunião Ordinária de Plenário realizada nesta terça-feira (25/4/23) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Parlamentares da oposição foram à tribuna para criticar uma postagem nas redes sociais feita pelo Governo do Estado. Nela, o governo diz que, “temendo as consequências do golpe à Coroa Portuguesa, os inconfidentes não confessaram seus crimes”.

Para o deputado Cristiano Silveira (PT), o governo cometeu uma gafe ao comparar a Inconfidência Mineira a um golpe de Estado. “Para o governador Romeu Zema, os heróis da Inconfidência eram criminosos”, criticou.

O parlamentar ainda criticou a concessão da Medalha da Inconfidência ao ex-presidente da República Michel Temer e ao ex-juiz Sérgio Moro. Ele disse que Temer entrou para a história como um presidente golpista, enquanto Moro foi considerado suspeito em todos os processos judiciais envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Bandido virou herói; herói virou bandido. Zema conseguiu essa proeza. É surreal”, afirmou Cristiano Silveira.

O deputado Leleco Pimentel (PT) também criticou o Governo do Estado pela declaração sobre a Inconfidência Mineira. O parlamentar, que é professor de história, lembrou que o movimento foi motivado pela derrama, cobrança de impostos pela Coroa Portuguesa considerada abusiva pelos moradores da então Vila Rica, atual Ouro Preto.

Será que o governador Romeu Zema imagina que os movimentos sociais são coisa da esquerda?”, ironizou. Leleco Pimentel, que também foi indicado para a Medalha da Inconfidência, disse que se recusou a receber a honraria juntamente com Michel Temer e Sérgio Moro.

O deputado Doutor Jean Freire (PT) também criticou o governador Romeu Zema. “Ao lado de um golpista, chamou Tiradentes de golpista”, afirmou. “Golpista é quem estava ao seu lado, recebendo medalha”, continuou.

Por sua vez, o deputado Ricardo Campos (PT), que recebeu a Medalha da Inconfidência, destacou a importância da homenagem e defendeu igualdade de tratamento com o Norte de Minas no que diz respeito a cerimônias cívicas.

Ricardo Campos, que se define como geraizeiro de São João da Ponte, cobrou a retomada da celebração do Dia dos Gerais, em Matias Cardoso, no dia 8 de dezembro. Segundo o parlamentar, a entrega das medalhas dos Gerais teria sido interrompida pelo governo Zema. Ele lembrou que o Dia dos Gerais é uma data magna do Estado, conforme determinação constitucional.