Informação. Considerando a época, é curioso observar como ela chegava a Patrocínio e região. Seja notícia, seja comunicação oficial, a informação chegava aos patrocinenses desde as cartas manuscritas trazidas a cavalo, passando pelo telégrafo (ilustração do lado) e por jornais com atrasos, até o rádio em ondas curtas. Isso na existência do Município até a década de 70. A partir dos anos 70, a televisão começou a entrar na vida do cidadão da região. 

A ERA PRIMITIVA – As cartas eram escritas a pena e tinta (pena era uma haste de madeira com metal pontiagudo, que tinha que ser molhada em um vidro de tinta). Entre Patrocínio e Ouro Preto (a capital) havia correio a cavalo/jumento. Mas, levava quase um mês para se chegar no destino. Isso durante o Império. Por volta de 1850/1860, o telégrafo começou a ser implantado no Brasil. Porém, nessa região, o registro que se tem, indica 1915/1920, com a chegada da ferrovia (estrada de ferro) em Catiara e Patrocínio. Nesse caso, o telégrafo também era forte meio de comunicação. No final dos anos 20 e década de 30, além da ferrovia, surgiu um telégrafo, que situava na antiga sede da Prefeitura (belo casarão da Praça da Matriz). Esse telégrafo obtinha informações para o IBGE e servia também para outras comunicações, inclusive da Prefeitura Municipal.

OS PRIMEIROS JORNAIS – Entre os periódicos impressos na cidade e feito por patrocinenses, o primeiro a circular foi “O Patrocínio”, em 1900. Depois vieram o bom “Cidade de Patrocínio”, “O Tempo”, um jornal da família Alves do Nascimento como concorrente do jornal “Cidade de Patrocínio”, e, pequenas publicações de Sebastião Elói, como “A Lixa”. Até que em 1938, Tião Elói, criou a sua “Gazeta de Patrocínio”, ainda em circulação, felizmente. Porém, até os anos 40, só publicavam notícias e comentários locais. E, raramente, notícias nacionais. Isso mais pela dificuldade de obtê-las. Pois não havia nem telefone interurbano. As demoradas cartas imperavam. O “Estado de Minas”, que o trem trazia, chegava no outro dia (final anos 40 e 50). A partir de 1958, o “Expresso União” o transportou, e muitas vezes, atrasava do mesmo jeito. Ou seja, o jornal era lido no outro dia.

TIMIDAMENTE SURGE O RÁDIO NOS ANOS 40 – Como na década de 50, a “Rádio Nacional” do Rio começou a sua plena liderança em 1940. Nessa fase, foi criada em sua programação o legendário “Repórter Esso”, na voz de Heron Domingues. Único (pequeno) jornal do rádio. Em quatro edições apenas: 8h, 12h55, 20h25 e 22h. Cada apresentação durava somente cinco minutos. Com som pouco audível no interior do Brasil, era a única fonte de notícias, quase em tempo real. Notícias tais como o fim da Segunda Guerra Mundial e o suicídio do presidente Getúlio Vargas (1954).

Rádio, Música, Vintage, Barulhento, Alto, Jogando, SomRÁDIO ERA FESTA... – No começo dos anos 40, pouquíssimas pessoas tinham o aparelho receptor. No Largo do Rosário (Praça Honorato Borges), um dos poucos proprietários de rádio da cidade o colocava em funcionamento para dezenas de pessoas curiosas verem que “bicho era aquilo, que falava”. Nessa época também, o proprietário de rádio (receptor) tinha que pagar taxa (em réis) por tê-lo.

COMO SINTONIZAVA AS EMISSORAS – Durante o dia em ondas curtas, normalmente em 49m, ou 31m ou 25m. À noite, em ondas médias (as conhecidas AM, que caminham para o desaparecimento). Tudo isso no cenário das décadas de 40 e 50, com referências às grandes emissoras do Rio e São Paulo. Em 1943, inaugurou-se a Clube de Patos de Minas, e, em 1949, a Difusora de Patrocínio. Ambas, com potência fraquíssima em ondas médias. As duas não tinham noticiários. Basicamente, músicas utilizando discos de vinil de 78 rotações e, às vezes, LP (também de vinil).

ANOS 50/60: DOMÍNIO DO RÁDIO AINDA – Começaram a surgir outros jornais radiofônicos. A “Nacional” às 6h (10 minutos de duração), a “Bandeirantes” às 7h, denominado “Primeira Hora” (no ar até hoje), “Rádio Globo” (RJ) com o seu “Redator Chefe” às 7h, “Rádio Panamericana” (hoje, “Jovem Pan”), “Guarani’ de BH (às 7h30), dentre algumas poucas emissoras que optaram pelo rádio jornalismo.

TV CHEGANDO – Nos meados dos anos 60, a “TV Itacolomi” de BH, com o seu “Jornal Bancominas”, às 19h45, informava aos telespectadores. Sinal péssimo, cheio de “formiguinhas”, preto e branco, se chovia a imagem desaparecia, etc... Todavia, era enorme novidade. O sinal chegava ao Alto Paranaíba via link BH-Pitangui-Serra do Salitre (torres muito altas).

A EVOLUÇÃO CONTINUA... – Assim, desde o Correio a cavalo até a atual era digital, completou-se tão somente um século. Tudo numa rapidez incrível. E... segue a vida... segue o espetáculo!

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