Diferente. É dizer a Patrocínio “Feliz Natal”, “Boas Festas”, “Próspero Ano Novo” utilizando-se de recurso sentimental, pouco dito nessa época: a saudade. Saudade de um tempo que se foi, justamente em dezembros que se foram. É insólito. Mas, um privilégio que a vida oferece: recordar belas recordações. Como a (nossa) querida urbe em dois momentos dos anos dourados. Dezembro de 1964 e dezembro de 1965.

1965: PALAVRAS DE UM ÍCONE “... quando os sinos bimbalharem num festejo espiritualístico, comum de todos os filhos de Deus, na noite feliz do Natal, e, a ampulheta do tempo marcar os limites da hora zero do novo ano...” Trecho de crônica de Hélio Furtado de Oliveira. Advogado, político (PSD), vereador, maçon e muito estimado na cidade. Residia na Av. Rui Barbosa, 678.

VOTOS DE BOAS FESTAS DO PAPA... – “... muitas alegrias nessa festa universal e para o novo ano, continuaremos ao inteiro dispor.” José Papa e o seu Escritório Contábil, à Av. Rui Barbosa. Papa era um dos três mais conhecidos e melhores contadores da cidade. Também chamados de “guarda-livros”.

MAIS MENSAGENS/1964-1965 – Bar Itapoã, na Praça Honorato Borges. Foto Elite, à Rua Coronel João Cândido. Caixa Econômica de Minas Gerais, com a gerência de Benedito Romão de Melo, farmacêutico, político (UDN) e ex-vice-prefeito. Armazém Cortes, à Av. Faria Pereira, Patrocínio Hotel e o seu proprietário Almério de Brito, à Rua Coronel João Cândido, Fone 4.1.5. Armazém São Lucas, à Rua Governador Valadares, 922.

BOA SORTE DO AVATAR – Próximo à Principal Calçados, estava o Ponto Lotérico, de José Luiz Avatar, o popular Tatá (pai do presidente do CAP, Roberto Avatar). E “o homem que pintou o céu de azul”, Machado, com a sua oficina Auto Pinturas, também desejava “Feliz Natal” aos seus fregueses. Sesostres Pedro Alcântara (Praça Honorato Borges), “comprador e vendedor de queijos”, fone 2.4.8, fazia o mesmo. Severino Gonçalves, representante Brahma, e, Pedro Rodrigues, revendedor Renner em Patrocínio, em sua Loja Rodrigues, à Praça Santa Luzia, 31, anunciavam “Natal e Ano Novo com Brahma, e, o que há de melhor em artigos de presente.

ADVOGADOS 1964/1965 – Dr. Napoleão e Dr. Unias Silva (posteriormente, tornou-se desembargador), escritório à Rua Presidente Vargas. Dr. Vicente de Paula Arantes, residente à Rua Cesário Alvim, expressava: “Associando-se às alegrias de todos, na data magnífica do Natal, quando sentimos, ao bater dos sinos, as almas mais voltadas para as coisas de Deus...” (Dr. Vicente também foi vereador (UDN), e, felizmente sobrevive).

OUTRAS MENSAGENS DE INESQUECÍVEIS LOJAS – Casas Pernambucanas, Joalheria França (discos, joias, radiolas e presentes para o Natal), Armazém Santa Terezinha (do popular Xó), Armazém Irmãos Constantino (entregas em domicílio), Casa das Louças, Casa Brasil (brinquedos para a criançada, tecidos e armarinhos), Casa dos Calçados (de Abrão Elias), Papelaria Cacique (no prédio do Hotel Santa Luzia), A Brasileira (materiais de construção; Fone 2.2.9) e Casa Ribeiro (materiais de construção e lambretas, vendidas “a longo prazo”).

FORD, CHEVROLET, WILLYS... – Automig, à Av. Rui Barbosa, nº 314, com a sua “Linha Ford” (carros e caminhões), além de fogões (a gás) Dako. Auto Comercial de Patrocínio, também à Av. Rui Barbosa, nº 222, com os veículos Chevrolet (caminhões, caminhonetes e carros) e geladeiras Frigidaire. Autocar, à Rua Presidente Vargas, nº 1.721, concessionário Willys, comercializando o carro Aero Willys (mais luxuoso), Pic-up, Jeep, Gordini (carro pequeno), Dauphine (carro menor que o Gordini), Interlagos e Rural Willys. Irmãos Felix, revendedores DKW Vemag (carro Vemaguet, o mais popular da linha), à Av. Rui Barbosa com Av. Faria Pereira.

E MAIS... – Casa São Paulo (Praça Santa Luzia), Casa Daura (linhos, casimiras, nycron e tergal), A Imperatriz Calçados (Av. Rui Barbosa), Café Constante (“o Pelé dos cafés”), Lux Hotel, Gráfica Pinheiros (Rua Major Tobias, 413), Casas Manuel Nunes, Loja Singer (Praça Santa Luzia), Bar Caçula, Bar Elite, Bar São Geraldo (Praça Honorato Borges), Casa Libanesa (de Rabah Issa), Hotel Santa Luzia, Drogaria Santa Luzia, Armazém do Povo, Relojoaria Modelo (Praça Santa Luzia), Bar Rex, Padaria Nossa Senhora Auxiliadora (de Hélio Alves de Souza, a Rua Cassimiro Santos com a Rua Marechal Floriano), Café Mirim, Casa do Jamal, Expresso União e tantos nomes da vida patrocinense. Todos esses desejavam aos patrocinenses, “Boas Festas!” Entretanto, quase todos, apenas existem na memória. Plagiando o que eles disseram: “Feliz Natal e Próspero Ano Novo, amada Patrocínio!

FONTE – Revista do Natal, edições de dezembro/1964 e dezembro/1965.

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