Uma categoria se destacou quando a pandemia chegou: os profissionais de saúde, de todos os setores, do mais simples ao mais graduado. Eles foram fundamentais para a humanidade.
Tivemos um governo que negou tudo e por isso o Brasil pagou a conta, provavelmente, com mais vidas humanas perdidas. Que poderia ser diferente com a vacinação por exemplo.
Mas, tudo tem um ensinamento e nas derrotas, aprendemos mais. Hoje, grande parte das pessoas passou a valorizar coisas simples. Viu que o consumismo exagerado, que as marcas de grife, não valem nada quando nem sair de casa se pode. Começamos a pensar mais pra dentro de nós mesmos. Buscar a nós mesmos e refletir sobre o nosso objetivo aqui.
Ficamos mais pobres como país, como cidadãos, mas muitos enriqueceram na sabedoria, no conhecimento, no valor que as coisas realmente têm.
A esperança em dias melhores, a força de cada um e a vontade de vencer, foi o grande ensinamento destes dois anos que passaram.
Independente do credo de cada um temos que agarrar nas mãos de um Ser maior e seguir nosso destino.
Para reflexão, deixamos uma mensagem que só vamos revelar quem escreveu no final do texto.
Leia:
“Diante do bolo iluminado, abraças, feliz, os entes amados que chegaram de longe…
Ouves a música festiva que passa, de leve, por moldura de harmonia às telas da natureza…
Entretanto, quando penetrares o templo da oração, reverenciando o Mestre que dizes amar, mentaliza o estábulo pobre.
Ignoramos de que estrela estaria chegando o Sublime Renovador, mas todos sabemos em que ponto da Terra começou ele o apostolado divino.
Recorda as mãos fatigadas dos tratadores de animais, os dedos calosos dos homens do campo, o carinho das mulheres simples que lhe ofertaram as primeiras gotas do próprio leite e o sorriso ingênuo dos meninos descalços
que lhe receberam do olhar a primeira nota de esperança.
Lembra-te do Senhor, renunciando aos caminhos constelados de luz para acolher-se, junto dos corações humildes que o esperavam, dentro da noite, e desce também da própria alegria, para ajudar no vale dos que padecem..
Contemplarás, de alma surpresa, a fila dos que se arrastam, de olhos enceguecidos pela garoa das lágrimas.
Ladeando velhinhos que tossem ao desabrigo, há doentes e mutilados que suspiram pelo lençol de refúgio na terra seca.
Surgem mães infelizes que te mostram filhinhos nus e crianças desajustadas para quem o pão farto nunca chegou.
Trabalhadores cansados falam do abandono e jovens subnutridos se referem ao consolo da morte…
Divide, porém, com eles o tesouro de teu conforto e de tua fé e nos recintos de palha e sombra a que te acolhes, encontrarás o Cristo no coração, transfigurando-te a vida, ao mesmo tempo que, nos escaninhos da própria mente, escutarás, de novo, o cântico do Natal, como de repetido na pauta dos astros:
– Glória a Deus nas alturas e boa vontade para com os homens!”
Chico Xavier