Celebridade
. Patrocínio possui diversas. Uma é pouco conhecida na cidade, mas muito importante na evolução política de Minas. Oswaldo Pieruccetti, prefeito de duas grandes cidades mineiras, ocupante de diversos cargos públicos no País. Sua vida faz parte da história estadual, ocorrida no período dos anos 30 aos anos 80.

PATROCINENSE DA GEMA – Oswaldo Pieruccetti nasceu no Largo da Matriz (hoje, Praça Monsenhor Thiago), lado da atual Rua Presidente Vargas, na Pousada de seus pais, também denominado Hotel Globo. Filho de Adolfo Pieruccetti e Clotilde Mota Pieruccetti, italianos, que imigraram para o Brasil no começo do século XX.

RÁPIDA BIOGRAFIA – Oswaldo nasceu em 18 de julho de 1909. E faleceu em Belo Horizonte no dia 26 de janeiro de 1990. Teve quatro irmãos: Jéferson, Carlos, Natália e Wanda. Casou-se com a araguarina sra. Eleonora de Carvalho, com quem teve três filhos. Durante meio século tornou-se grande líder político. Sobretudo, na emblemática UDN (União Democrática Nacional), no período 1946-1964.

O COMEÇO – Oswaldo foi o quarto dos cinco filhos de Adolfo. Com infância simples numa pequena cidade de outrora, Patrocínio. No curso primário, Grupo Escolar Honorato Borges (à época no Largo da Matriz), mostrava a sua rara inteligência. Nos anos 20, passou por Patrocínio, o mestre de direito Magalhães Drummond. E hospedou-se no Hotel Globo. Nessa ocasião, conheceu o perspicaz menino. E ouviu de seu laborioso pai imigrante confissão das dificuldades para assegurar os estudos do filho em Belo Horizonte. Daí, o professor Magalhães Drummond tornou-se mestre, protetor e referência, inclusive política, para o jovem Pieruccetti.

NOVA VIDA EM BH – De 1924 a 1928, Oswaldo fez o curso secundário no Ginásio Mineiro Central (atual Colégio Estadual) e direito na Faculdade de Direito (UFMG), onde foi o aplaudido orador da turma na conclusão do curso, em 1932. Passagem interessante em sua juventude na capital foi sua amizade com (futuro ícone da oftalmologia brasileira) Hilton Rocha. Esse, com a transferência de seu pai para outra capital, residiu na pensão dos pais do seu amigo Oswaldo. Nessa ocasião, os pais desse (Adolfo e Clotilde) já residiam em BH, após mudarem de Patrocínio.

VIDA EM ARAGUARI – Como jovem advogado, instalou escritório de advocacia. E indicado pelo grande juiz de Direito e maçom Costa Júnior, também prestou serviços ao Banco do Brasil. Casou-se com Eleonora de Carvalho (1934). Com a sua competência, oratória, serenidade e seriedade na advocacia aproximou-se da política. Em 1946, o udenista Rondon Pacheco (Uberlândia) se elegeu como deputado estadual. Amigo de Rondon, Pieruccetti foi eleito prefeito de Araguari em 1948, iniciando sua bela caminhada política.

A DOBRADINHA – Em 1950, Rondon foi eleito deputado federal. E Pieruccetti, deputado estadual, deixando a prefeitura de Araguari. Ambos pela UDN. Oswaldo foi reeleito em 1954 e 1958, permanecendo na Assembleia até 1963. Em 1960, foi o coordenador-geral das campanhas vitoriosas de Magalhães Pinto (Palácio da Liberdade) e de Jânio Quadros (presidência do Brasil).

ELOGIO DO ADVERSÁRIO JK – “A admiração por Oswaldo Pieruccetti, que já o tinha em alta conta, aumentou pelas razões que ele me apresentou, tão sólidas, tão convincentes, que eu passei a admirá-lo mais ainda”, disse Juscelino (PSD), quando governador, sobre à sua atração (convite) aos udenistas para integrarem a sua administração.

MAIS CARGOS E FUNÇÕES – Em 1961, Magalhães Pinto o nomeou secretário do Interior e Justiça. Depois, presidente do Banco de Crédito Real (forte instituição estatal, à época). Antes, em 1955, candidatou-se a vice-governador na chapa com Bilac Pinto e, posteriormente, ao Senado, em nome da consciência partidária. Porém, não alcançou a vitória. Pois, os adversários foram iluminados pela fantástica popularidade de JK. Presidente da UDN em Minas de 1959 a 1961. Oswaldo também sempre foi um grande conciliador.

PREFEITO DE BH – Por duas vezes, Pieruccetti ocupou a Prefeitura da capital: 1964/1967 e 1971/1975. Nesse último mandato, indicado pelo Governador Rondon (não havia eleições nas capitais). Com esforço, ética e inteligência deu dinâmica à cidade que influiu até o ânimo da população, disse renomado urbanista (Silvio de Vasconcelos). Criou o Parque das Mangabeiras, canalizou diversos córregos, reformou o Zoológico, revitalizou escolas e o Teatro Francisco Nunes, e, promoveu a captação e tratamento de águas do Rio das Velhas. Enfim, isso é um pouco para demonstrar o êxito e honestidade de um gestor público à frente de uma unidade pública.

UMA VIRTUDE INIGUALÁVEL – Segundo a escritora Cleonice Rainho Ribeiro, Pieruccetti “é o maior amigo da árvore que se já teve notícia na administração pública brasileira”. Isso porque ele sempre cuidou da arboricultura. Plantar, replantar, dar o tom de verde à paisagem urbana, eram uma de suas metas. Ele foi considerado amante da natureza e um enamorado incondicional das árvores. Até o título de “Honoris Causa” no tema foi reivindicado para o patrocinense Oswaldo. Esse manso e sábio personagem que nasceu no coração de Patrocínio (então, Largo da Matriz), viveu dignamente no mundo da política.

FONTES – (1) Livro “Oswaldo Pieruccetti, Vocação Para Servir”. Presenteado a este cronista pelo amigo e advogado Wilson Fernandes Veloso, também cronista da Gazeta de Patrocínio. (2) E arquivo particular deste autor.

AGENDA – Breve, algumas palavras sobre e para Wilson Veloso, presidente do IOP-Instituto Oswaldo Pieruccetti, cuja sede é em Araguari. E outros fatos da vida de Pieruccetti, um patrocinense que não pode ser esquecido.

PALAVRA FINAL EM DUAS TRISTEZAS

1 – SAUDADE – Patrocínio perdeu, precocemente, a sua maior revelação artística dessa geração: Tsunami (Luiz Fernando Fonseca). Dia 18/4/2021, vítima da Covid-19. A região está mais triste. O rádio ficou órfão de um artista diferente. Simples, carismático e alegre.

2 – GLORIOSO CAP – Deixamos a FMF “aprontar” à vontade (sete jogos fora, quatro em casa). Não fomos eficientes como nos anos anteriores. Precisamos melhorar a espiritualidade no Estádio Pedro Alves. Fizemos pouco para sermos brilhantes na competição. Mas Deus, somente ELE, nos manteve na Primeira Divisão. Por isso, essa nossa atual fórmula é para ser declinada para o Brasileiro–D e próximo ano.

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