Da redação da Rede Hoje

O mesmo pacote de 500 gramas de café tradicional que há um ano era vendido por R$ 11 ou R$ 12 está custando até mais de R$ 20. Em uma rápida pesquisa na internet, uma das marcas mais famosas, a Melitta, aparece por R$ 26,18 no Extra. Em Patrocínio é media é de R$ 18,99 o Três Corações Tradicional.

As secas, principalmente as de 2021, que afetaram as plantações e o dólar alto, que estimulou produtores a venderem ao exterior, com preço mais vantajoso, são duas explicações.

Depois de 15 aumentos mensais seguidos, segundo o portal R7, em pesquisa do Procon-SP, o produto passou de R$ 7,29 em média em outubro de 2020 para R$ 13,86 em janeiro de 2022, o equivalente a 90% de elevação.

Os primeiros dados de fevereiro mostram que o peso no bolso dos brasileiros que não abrem mão do cafezinho tende a aumentar. O IPCA-15 revelou que de 16 de janeiro a 15 deste mês, o item subiu mais 2,71%.

Considerando todos os preços, o índice que é considerado uma prévia da inflação avançou 0,99%, o maior percentual desde 2016.

Matheus Peçanha, economista e pesquisador do FGV Ibre, explica que os alimentos in natura de modo geral subiram bastante por causa da falta de chuvas no ano passado. "Agora em janeiro a gente teve novas secas em locais importantes de produção, como a Zona da Mata Mineira e o interior de São Paulo, por isso estamos vendo de novo a elevação."

Para o pesquisador, o café logo volta a um patamar aceitável. "O que ocorreu foi algo bem pontual, a seca de 2021 foi extraordinária, causada por um efeito da La Niña. Tudo leva a crer que esse é um problema já contornado."

Peçanha acredita que as águas de março devem ajudar a melhorar a safra nacional e consequentemente os valores cobrados. "Podem até ocorrer geadas no inverno, como no ano passado, mas a expectativa é que os preços se normalizem até o final do ano", afirmou.