Especialista em gestão de resíduos explica como converter passivos industriais e urbanos em insumos com valor agregado




A gestão adequada de resíduos e a prática crescente da economia circular são decisivos para a redução dos impactos das atividades humanas sobre o planeta
Foto: Heamna Manzur | Pixabay

Da redação da Rede Hoje

Chorume de aterros sanitários, águas residuais geradas em atividades industriais, efluentes sanitários ou gerados na limpeza de caixa de gordura industrial e de restaurantes, lodos de estação de tratamento de esgoto, produtos alimentícios vencidos ou fora de especificação, restos de alimentos provenientes de restaurantes, supermercados e ceasas. O que esses resíduos têm em comum? Todos podem ser tratados e transformados em fertilizantes orgânicos para o fomento da agricultura.

Lívia Baldo, especialista em gestão de resíduos na Tera Ambiental, empresa especializada na valorização de resíduos orgânicos líquidos e sólidos, através de soluções ambientais como a reciclagem de efluentes e compostagem termofílica, explica que a reciclagem de resíduos é essencial para o meio ambiente. Com impacto significativo e importância estratégica para a solução de alguns dos maiores problemas ambientais contemporâneos: os descartes ilegais.

"Considerada uma das alternativas ambientalmente mais seguras, sustentáveis e que atende à legislação vigente, as atividades de reciclagem de efluentes e compostagem em escala industrial, promovem a valorização de resíduos muitas vezes indesejados, possibilitando sua transformação em novos insumos como fertilizantes orgânicos compostos, que promovem diversos ganhos ambientais e socioeconômicos. Trata-se de um ciclo perfeito de economia circular", explica a especialista.

Ao mesmo tempo que as soluções vão de encontro às exigências dos órgãos ambientais e Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), contribui para a redução da pressão sobre os aterros sanitários e contaminação de mananciais relacionada ao despejo irregular de resíduos líquidos.

A gestão adequada de resíduos e a prática crescente da economia circular são decisivos para a redução dos impactos das atividades humanas sobre o planeta. "Considerando que a população mundial já é de aproximadamente 7,8 bilhões de habitantes e que deverá superar a nove bilhões em 2050, segundo estimativa da ONU, é necessário mitigar os efeitos da intervenção humana no meio ambiente e, ao mesmo tempo, garantir a segurança alimentar desse gigantesco contingente populacional", enfatiza Lívia.

"Esta é uma reflexão importante, que precisa ser abordada com mais frequência e de forma mais incisiva entre a sociedade civil e empresas. Foram séculos de uso indevido de recursos naturais. Com muita conscientização e alternativas que possam mitigar as atividades potencialmente poluidoras, teremos uma realidade mais favorável que resultará em novas atitudes na área ambiental", finaliza Lívia Baldo.

Fonte: Viveiros ﹠ Associados — Oficina de Comunicação