Da redação da Rede Hoje

Foi inaugurada, nesta quinta-feira (15), a exposição do acervo da Biblioteca Nacional de Agricultura (Binagri) em alusão ao Bicentenário da Independência do Brasil. A exposição ficará aberta ao público na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília, até o dia 31 de outubro.

A exposição reúne mais de 20 obras, entre livros, medalhas, quadros, moedas comemorativas e fotos, que mostram marcos da evolução da agricultura no Brasil, que tornou o país uma das maiores potências agrícolas do mundo. É possível conhecer obras importantes sobre culturas como algodão, soja, café e cacau e a pecuária. O livro será disponibilizado em E-book na Biblioteca Nacional da Agricultura (Binagri) e no portal da República.


Ao participar da inauguração, o ministro Marcos Montes destacou a importância que os documentos têm para a história do país. “Aqui tem memória, memória preservada, por isso que a história do Ministério é tão bonita. Quem não tem memória, não tem história”, disse Marcos Montes.

A abertura contou com a presença de convidados e servidores, como Ignez Reple Cesar, de 94 anos, que trabalhou por 30 anos na Biblioteca de Agricultura.

A exposição ficará por dois meses e com renovação de assuntos, porque o Ministério é muito grande e todos os assuntos ainda não foram contemplados, mas serão”, contou a coordenadora da Binagri e organizadora da exposição, Neuza Arantes.

O Ministro Marcos Montes descerrou a fita inaugural e disse em seu discurso que a Binagri tem o papel fundamental de preservar a história do Mapa e, consequentemente, do Brasil. Destacou também o trabalho do presidente do CNC, Silas Brasileiro, quando foi Secretário-Executivo da pasta. “Silas é um grande amigo e muito da história do Mapa passa por ele e logicamente pelo café, que com tanto amor representa”, relembrou Marcos Montes.

Silas Brasileiro fez questão de lembrar dos momentos em que atuou no Ministério da Agricultura, oportunidade em que junto com o Ministro Reinhold Stephanes, tratava a Binagri como um setor estratégico dentro do Mapa. “Sempre demos atenção merecida à Biblioteca Nacional da Agricultura. Ela tem um acervo riquíssimo, com estrutura moderna e é coordenada com maestria pela Dra. Neuza Arantes. A história não só do Mapa, mas do Brasil está ali guardada para a posteridade”.

Parte do material foi produzido pelo departamento de comunicação do CNC, dirigido pelo publicitário e jornalista patrocinense, Alexandre Costa.



         É possível conhecer a história e obras de funcionários ilustres do Mapa, como contos de Machado de Assis e livros de Chico Xavier.

A exposição é aberta ao público e terá duração de cerca de 60 dias. Faz parte do calendário oficial do governo das comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil. A mostra tem ambientes específicos dos principais produtos agrícolas brasileiros. Estão expostas também peças históricas, livros originais com mais de 150 anos e linhas do tempo de diversos setores do Ministério

Obras históricas

O público poderá ver o Relatório da Repartição dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, apresentado à Assembleia Geral Legislativa, pelo então ministro e secretário de estado à época, Manoel Felizardo de Souza e Mello, no Rio de Janeiro, em 1862. O relatório traz os primeiros dados sobre economia do agro e a estrutura do ministério.

O material foi publicado dois anos após a criação do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, então nome da pasta. O Mapa é um dos ministérios mais antigos do Brasil, criado em 1860, com a primeira sede estabelecida no Rio de Janeiro.

A exposição traz também a Medalha de Apolônio Salles, instituída em 1887, pelo Decreto nº 94.788, entregue a servidores e cidadãos brasileiros ou estrangeiros que tenham contribuído para a agropecuária.

Há ainda exibição de equipamentos de medição, que eram usados para definir o tamanho de áreas rurais.

Outros documentos expostos são a Legislação Agrícola do Brasil, fim do primeiro período (1808-1889), volumes I e III. Os livros datam de 1910 e 1911, respectivamente.

É possível conhecer a história e obras de funcionários ilustres do Mapa, como contos de Machado de Assis e livros de Chico Xavier.

Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis trabalhou no Ministério da Agricultura entre as décadas de 1870 e 1900. A atuação do escritor teria influenciado suas atividades literárias, segundo estudos. Assis explorou elementos da realidade agrária e questões fundiárias em obras como Memórias Póstumas de Brás Cubas e no conto Na arca: três capítulos inéditos do Gênesis.

Chico Xavier

Francisco de Paula Cândido foi servidor do Ministério da Agricultura de 1935 a 1961 nas cidades mineiras de Pedro Leopoldo e Uberaba, quando já dedicava sua vida à religião e à caridade.

Todos os documentos e objetos expostos fazem parte do acervo da Biblioteca Nacional de Agricultura (Binagri), do Ministério da Agricultura. A biblioteca tem mais de 400 mil volumes ligados à agropecuária, como livros, revistas, vídeos, CD-ROMs e legislações que datam do tempo do Brasil Império aos dias atuais.