Com grande ligação com Patrocínio, Paolinelli foi um dos responsáveis, ainda em vida, teve seu nome dado à Comenda da Acarpa a quem se destaque no setor.



Em 2019, o ex-ministro da Agricultura é homenageado durante o Seminario do Café em Patrocínio. Foto: Arquivo: reprodução do Canal da Rede Hoje TV

Da redação da Rede Hoje

Morreu nesta quinta-feira (29) o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, aos 86 anos, depois de ficar internado em estado grave no Hospital Madre Teresa, em Belo Horizonte. Ele ficou conhecido como "patrono da agricultura tropical", deixa a esposa, Marisa Gonzaga.

Tinha uma forte ligação com Patrocínio, onde era amigo de pessoas do setor rural, como Vicente de Paula Arantes e Silas Brasileiro.

O livro “O cerrado e o seu brilho”, cujo professor Alcione de Souza Júnior de Patrocínio é um dos coautores, destaca o papel importante de Paolinelli na criação de programas como o “Polocentro”, que alavancou o Cerrado Mineiro. No livro, Paolinelli, que foi ministro da Agricultura de 1974 a 1979, destaca numa entrevista, uma visão muito otimista do futuro do Cerrado: “Terminando a década de 1960 o Brasil era um país importador de tudo. O arroz era seu principal produto e era importado, o feijão, a carne eram 100% importados. O Brasil, um país de dimensões continentais se subjugar a ser apenas importador de alimentos. Eu acho que a ajuda dos amigos japoneses que estão no Brasil há quase 100 anos foi imprescindível . O Prodecer (Programa de Desenvolvimento do Cerrado), o acompanhamento permanente desde a evolução tecnológica gerada no centro de pesquisa Nacional na Embrapa, nas universidades nas instituições de Pesquisas estaduais que ajudaram muito na evolução do processo produtivo da região do Cerrado”, fala de Paulineli, conta o livro.

Acarpa criou a Comenda Alysson Paolinelli

Paolinelli e a comenta que leva seu nome em 2019 em Patrocínio.

Em 2019 durante a 27a edição do Seminário do Café, o homenageado o ex-ministro da Agricultura Alison Paulinelli com a entrega de uma medalha de reconhecimento da sua importância para o cerrado. A Acarpa — promotora do evento e da homenagem — colocou Paulinelli entre os responsáveis por dar a largada para que o cerrado virasse essa nova fronteira agrícola do Brasil. O então presidente da Acarpa, Fred Elias, entregou a Alysson Paulineli a maior honraria da instituição, transformada naquela edição do seminário em “Comenda Alysson Paulineli”. Veja a reportagem desta homenagem no canal da Rede Hoje.

A Federação dos Cafeicultures do Cerrado divulgou nota lamentando a morte de Alysson Paolinelli: “A Região do Cerrado Mineiro lamenta a morte do engenheiro agrônomo Alysson Paolinelli, ex-ministro da Agricultura.
Esta é uma irreparável perda para o Cerrado e para toda a agricultura do país, por tudo o que Paolinelli fez ao longo de décadas de dedicação e pelo que seu trabalho representa para o crescimento histórico do agro brasileiro.
Nossos sentimentos a todos os familiares e amigos. Seu espírito permanecerá vivo em nossas memórias. Descanse em paz.”

O Conselho Nacional do Café, distribuiu a mensagem abaixo para todas as entidades associadas:


Ainda estão acontecendo homenagens por entidades ligadas ao campo em todo o país.

Quem foi

Alysson Paolinelli nasceu em Bambuí, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, em 1936. Ele deixou a cidade ainda adolescente, para estudar em Lavras, no Sul de Minas. Foi engenheiro agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal), atual Universidade Federal de Lavras (Ufla), onde se tornou professor e diretor da unidade na década de 1960.

Foi secretário de Agricultura em Minas Gerais, quando se destacou e foi convidado a assumir o Ministério da Agricultura, que ficou entre 1974 e 1979, e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e, desde 2022, esteve à frente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).

Além de ex-ministro, Paolinelli também foi um dos responsáveis pela criação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e indicado duas vezes ao Nobel da Paz, em 2021 e 2022.

Ocupou, também, a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais em três oportunidades - durante as gestões de Rondon Pacheco, Hélio Garcia e Eduardo Azeredo.


Com informações também do G1


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