A pesquisa evidenciou uma falta de conhecimento entre a população masculina sobre a prevenção do câncer de próstata; cerca de 44% dos entrevistados não sabiam como prevenir a doença

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O toque retal permite a detecção precoce de anomalias na próstata, como o aumento do órgão e a presença de nódulos, fatores cruciais para o diagnóstico precoce do câncer.

Da redação da Rede Hoje

Uma pesquisa recente realizada pela A.C. Camargo Cancer Center em parceria com a Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados, revelou dados alarmantes sobre a adesão ao exame de toque retal, principal método para a detecção precoce do câncer de próstata. De acordo com o levantamento, um em cada três homens com mais de 45 anos (33%) afirmou que nunca realizou o exame e que não tem a intenção de fazê-lo. A pesquisa foi realizada em novembro, mês dedicado à prevenção da doença, e trouxe à tona a resistência de muitos homens em relação à essa importante medida de diagnóstico.

O oncologista Stênio Zequi, líder do Centro de Referência em Tumores Urológicos do A.C. Camargo Cancer Center, comentou que, embora o número de homens que evitam o exame seja significativo, não é uma surpresa, dada a persistência de preconceitos sobre o toque retal. No entanto, o especialista observou que a procura por check-ups preventivos tem aumentado nos últimos anos, com muitos pacientes, após entenderem a importância do exame, não se negando a realizá-lo. O toque retal permite a detecção precoce de anomalias na próstata, como o aumento do órgão e a presença de nódulos, fatores cruciais para o diagnóstico precoce do câncer.

A pesquisa também evidenciou uma falta de conhecimento entre a população masculina sobre a prevenção do câncer de próstata. Cerca de 44% dos entrevistados não sabiam como prevenir a doença, o que reflete a importância de campanhas informativas e educativas, especialmente entre homens mais jovens. Para os especialistas, é fundamental que a informação sobre a doença e os exames preventivos chegue a todas as faixas etárias, pois a prevenção eficaz pode salvar vidas.

Entre as descobertas, a pesquisa também apontou que 68% dos homens acreditam que o câncer de próstata pode aumentar o risco de disfunção erétil. O estudo destacou que a percepção de que o câncer e seus tratamentos afetam a função sexual é mais prevalente em homens com maior nível de escolaridade e renda, além de ser uma preocupação comum entre aqueles que vivem nas regiões Sudeste e Nordeste do país. Contudo, Stênio Zequi explicou que, embora o tratamento de câncer avançado possa afetar a função sexual, quando a doença é detectada precocemente, a função sexual muitas vezes não é comprometida.

Outro dado preocupante é a crença de que o câncer de próstata seja uma doença exclusiva da terceira idade. A pesquisa revelou que 52% dos homens acreditam nisso, com uma taxa ainda maior entre os mais velhos. No entanto, Zequi reforçou que homens com histórico familiar de câncer de próstata devem iniciar o check-up a partir dos 40 anos, enquanto aqueles sem esse histórico podem começar a prevenção aos 50 anos, o que pode ser decisivo para o diagnóstico precoce e o sucesso do tratamento.

Além dos dados sobre o exame de toque, a pesquisa abordou outros mitos populares sobre a doença, como a ideia de que o exame só é necessário se houver sintomas, ou que o câncer de próstata sempre apresenta sinais visíveis. Zequi enfatizou que, no caso do câncer de próstata, a maioria dos pacientes não apresenta sintomas nos estágios iniciais, o que torna a realização do exame de rotina uma ferramenta essencial para a detecção precoce. Ele reforçou ainda que o toque retal, embora rápido e indolor, é um aliado fundamental na luta contra o câncer de próstata e pode salvar vidas se realizado regularmente.


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