O autor - que era natural de Santa Catarina, se envolveu no cenário político local, chegando a se candidatar a vereador pelo Partido Liberal (PL) na cidade de Rio do Sul -, morreu no local
Crédito foto: Bruno Peres/Agência Brasil
O acesso à praça foi bloqueado; só bombeiros, polícia, exército, autoridades e peritos podiam circular.
Da redação da Rede Hoje
Na noite desta quarta-feira, 13 de novembro, uma série de explosões abalou a Praça dos Três Poderes, em Brasília, nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF). O incidente ocorreu por volta das 19h30, logo após o encerramento de uma sessão do STF que tratava de uma ação sobre letalidade policial em favelas. As explosões, descritas como dois estrondos fortes, provocaram pânico entre as pessoas presentes, levando à evacuação imediata do prédio. Uma pessoa morreu, presume-se que seja o responsável pelas explosões, seu corpo ate à madrugada penamencia no local, pois, a perícia suspeitava que ainda pudesse ter explosivos.
Segundo a nota divulgada pelo STF, os ministros foram retirados do local com segurança, assim como os servidores e colaboradores, que também foram evacuados como medida preventiva. O público que acompanhava a sessão foi retirado às pressas, sem maiores detalhes sobre o impacto nas pessoas presentes. Após o ocorrido, equipes de emergência, incluindo a Polícia Militar e os Bombeiros do Distrito Federal, foram acionadas e chegaram rapidamente à Esplanada dos Ministérios, onde o acesso foi bloqueado.
A Polícia Civil do Distrito Federal iniciou as investigações imediatamente, acionando a perícia para apurar as causas das explosões e coletar possíveis evidências no local. O acesso à Esplanada dos Ministérios foi fechado, e a segurança foi reforçada em toda a região, incluindo no Palácio do Planalto, situado na parte oposta do STF. A presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já havia deixado o Planalto mais cedo, evitou que ele fosse afetado pela situação. Ele havia se deslocado para o Palácio da Alvorada por volta das 17h30.
Pedro Rafael/Agência Brasil
Pessoal de trabalho trabalha durante a madrugada
O Ministério da Justiça e Segurança Pública também se manifestou, anunciando que a Polícia Federal abriria um inquérito para investigar o atentado contra as instituições da Praça dos Três Poderes. O pedido para a Polícia Federal assumir a investigação partiu do STF, que tratou o caso com extrema gravidade. Além da Polícia Federal, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal continuaram as buscas por possíveis outros dispositivos explosivos na área.
A situação exigiu uma atuação coordenada das forças de segurança, que fizeram uma varredura na Esplanada dos Ministérios, incluindo um procedimento de segurança no Congresso Nacional, que também foi evacuado como medida de precaução.
O autor
Francisco Wanderley Luiz (Foto: X)
Francisco Wanderley Luiz, conhecido como "Tiu França", foi quem provocou o atentado com explosões e a própria morte
Francisco Wanderley Luiz, conhecido como "Tiu França", é o nome associado ao atentado com explosões ocorrido em Brasília na noite desta quarta-feira, 13. O homem, identificado como bolsonarista, deixou uma mensagem ameaçadora à Polícia Federal antes do ataque, evidenciando sua ideologia radical e seus sentimentos de vingança contra figuras políticas do campo oposto. Em uma postagem em uma rede social, ele afirmou ser necessário "desarmar a bomba que está na casa dos comunistas", mencionando especificamente os ex-presidentes Geraldo Alckmin (PSB) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB); além do jornalista William Bonner, da TV Globo, criticados por ele no contexto de uma retórica agressiva contra a esquerda e os opositores de Jair Bolsonaro.
Tiu França, natural de Santa Catarina, se envolveu no cenário político local, chegando a se candidatar a vereador pelo Partido Liberal (PL) na cidade de Rio do Sul. Seu envolvimento com a política de extrema direita e sua ligação com movimentos bolsonaristas são marcantes, refletindo a polarização política e os discursos de ódio que se intensificaram no Brasil após a ascensão de Bolsonaro. O atentado ocorreu por volta das 19h30, quando ele lançou explosivos na estátua da Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), um símbolo do poder judiciário, o que demonstra sua intenção de atacar instituições democráticas. As investigações revelaram que, além de seu histórico político, ele havia feito ameaças explícitas e incitado violência, caracterizando-o como um “lobo solitário” radicalizado, disposto a colocar em prática sua retórica de destruição.
Palácio do Planalto
A segurança do Palácio do Planalto foi reforçada na noite de quarta-feira (13) após as explosões próximas ao Supremo Tribunal Federal (STF), que ocorreram por volta das 19h30. Militares cercaram o prédio do Executivo e intensificaram a vigilância na área. A identidade da vítima fatal ainda não foi divulgada, mas a situação gerou grande tensão em toda a Praça dos Três Poderes. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não estava no Planalto no momento das explosões, já havia deixado o local e se deslocado para o Palácio da Alvorada. Embora não tenha havido ordem de evacuação do Planalto, a polícia orientou que ninguém permanecesse do lado de fora do prédio, enquanto as forças de segurança realizavam os procedimentos de contenção.
STF evacuado
Em paralelo, as sessões plenárias da Câmara dos Deputados e do Senado foram encerradas em razão das explosões. A Polícia Legislativa de ambas as Casas colaborou nas investigações, auxiliando na apuração do ocorrido. O STF, por sua vez, foi evacuado e suas dependências passaram a ser investigadas. O Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Distrito Federal iniciou uma varredura na Praça dos Três Poderes, em busca de possíveis novos artefatos explosivos, mas, até o momento, nada foi encontrado. A área foi completamente isolada, com o trânsito fechado desde a entrada da Esplanada dos Ministérios, enquanto as autoridades seguiam com as investigações.
Senado e Câmara
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, lamentou a morte de uma pessoa, que foi identificada após a chegada das autoridades. Ele recebeu a informação da governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, que o contatou para relatar as ações das forças de segurança na Praça dos Três Poderes e as medidas adotadas para garantir a segurança na região.
Enquanto isso, na Câmara dos Deputados, o deputado Sóstenes Cavalcante, que presidia uma sessão no momento das explosões, informou que o presidente da Casa, Arthur Lira, estava em voo e não pôde ser imediatamente comunicado. Cavalcante, em conjunto com o chefe de segurança da Casa, tomou as providências necessárias para acalmar os parlamentares e suspender a sessão.
Reprodução de vídeo Youtube
As explosões na Praça do Planalto neste quarta-feira
A perícia foi acionada para investigar o que havia ocorrido e apurar se havia outros artefatos explosivos no local. As autoridades enfatizaram a necessidade de manter a segurança e evitar novos incidentes, tratando o caso como um possível ataque coordenado contra as instituições. O corpo da vítima fatal foi mantido no local até a conclusão da perícia e a confirmação de que não havia mais riscos.
AGU
Em suas redes sociais, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, condenou o ataque e disse que é preciso reestabelecer a paz e a segurança. "Repudio com toda a veemência os ataques contra o STF e a Câmara dos Deputados. Manifesto minha solidariedade aos ministros e parlamentares. A Polícia Federal investigará com rigor e celeridade as explosões no perímetro da praça dos três Poderes. Precisamos saber a motivação dos ataques, bem como reestabelecer a paz e a segurança o mais rapidamente possível", ponderou.
As forças de segurança continuam a operação de contenção e investigação ao longo da noite, com equipes do Comando de Operações Táticas (COT) e do Grupo de Pronta Intervenção da Polícia Federal mobilizadas no local. O Grupo Anti-Bombas da PF também foi destacado para garantir que não haja mais explosivos escondidos na área.
Varredura no Congresso Nacional
No Congresso Nacional, a Polícia Legislativa iniciou uma varredura no prédio para verificar se havia mais riscos ou ameaças à segurança dos parlamentares e funcionários. O Senado, que também foi evacuado, se manteve em alerta durante toda a noite. Parlamentares manifestaram solidariedade à família da vítima fatal e afirmaram que as autoridades devem agir com rigor para garantir a proteção das instituições democráticas.
O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal fez um trabalho coordenado para garantir que não houvesse mais vítimas e que os locais afetados fossem devidamente isolados para a realização de investigações. Enquanto isso, o trânsito ao redor da Praça dos Três Poderes foi bloqueado, e os acessos a áreas sensíveis foram monitorados de perto pelas autoridades.
Lembranças do 8 de janeiro
Agência Brasil
Episódio de 8 de janeiro de 2022, quando a Praça dos Três Poderes foi tomada por pessoas na tentativa de um golpe de estado
Vinda do episódio de 8 de janeiro de 2022, quando a Praça dos Três Poderes foi tomada por pessoas na tentativa de um golpe de estado, a população de Brasília e o povo brasileiro acompanham a situação com apreensão, enquanto o governo federal e as autoridades de segurança pública se esforçam para controlar a situação e esclarecer as circunstâncias do atentado. O caso chamou atenção de todo o país, dado o impacto nas instituições centrais da democracia brasileira e a gravidade das explosões.
No final da noite, a Polícia Federal havia iniciado uma série de ações para tentar identificar os responsáveis pelo atentado e descobrir possíveis ligações com grupos extremistas ou ações coordenadas. A investigação estava sendo tratada com máxima prioridade, e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi designado para acompanhar o caso de perto.
Este ataque à Praça dos Três Poderes em Brasília gerou uma onda de solidariedade, mas também de grande preocupação com a segurança das instituições públicas. O Brasil aguarda ansiosamente por respostas, enquanto o governo e as autoridades investigavam a motivação por trás das explosões e buscavam reestabelecer a ordem na capital federal.