Psicóloga destaca condição frequentemente confundida com depressão durante a campanha
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A distimia pode ser resultado de predisposição genética, traumas ou contextos sociais que dificultam a expressão emocional
Da redação da Rede Hoje
Neste mês de conscientização sobre a saúde mental, o movimento Janeiro Branco reforça a importância de discutir temas que afetam milhões de brasileiros, destacando o equilíbrio emocional como pilar fundamental para a qualidade de vida. Em meio às reflexões promovidas pelo movimento, a distimia, ou transtorno depressivo persistente, emerge como uma condição que merece atenção especial.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 11,5 milhões de brasileiros convivem com algum tipo de depressão. Dentre eles, muitos enfrentam a distimia, uma forma crônica de depressão que, embora menos intensa, se caracteriza por sua persistência. Essa condição, frequentemente confundida com traços de personalidade, afeta o humor, a autoestima, e pode interferir no sono e no apetite.
A garoa incessante da distimia
A psicóloga Lua Helena Moon Martins Cardoso, da Hapvida NotreDame Intermédica, compara a distimia a uma "garoa incessante" que acompanha os indivíduos por anos, muitas vezes sem diagnóstico ou tratamento adequados. "Por ser menos intensa que a depressão maior, a distimia muitas vezes é vista como parte da personalidade da pessoa, o que pode atrasar o diagnóstico e impedir o tratamento", explica.
Lua Helena ressalta que a condição tem causas multifatoriais. "A distimia pode ser resultado de predisposição genética, traumas ou contextos sociais que dificultam a expressão emocional. Mas é importante lembrar que há tratamento eficaz", reforça.
Caminhos para o tratamento
De acordo com a psicóloga, o tratamento da distimia inclui uma abordagem multifacetada. "Psicoterapia, apoio medicamentoso, quando necessário, e mudanças no estilo de vida, como a prática regular de exercícios físicos e a manutenção de uma boa higiene do sono, podem transformar significativamente a vida do paciente", detalha.
O movimento Janeiro Branco é crucial para iluminar essas "dores silenciosas", promovendo o diálogo e encorajando as pessoas a buscarem ajuda profissional. Lua Helena destaca: "Reconhecer que pedir ajuda não é fraqueza, mas um ato de coragem, é fundamental. Tratar a distimia não é apenas eliminar sintomas; é devolver ao indivíduo a capacidade de sonhar e viver plenamente."