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EM MINAS | Forças de segurança defendem integração e inteligência no combate a facções

Debate na ALMG reuniu representantes das forças de segurança para detalhar ações de repressão ao crime organizado | Crédito: ALMG

Corporações apresentam ações de enfrentamento ao crime organizado em audiência da Comissão de Segurança Pública da ALMG

Da Redação da Rede Hoje

Os representantes das forças de segurança de Minas Gerais participaram, nesta segunda-feira, de audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa. O encontro foi solicitado pelo presidente do colegiado, deputado Sargento Rodrigues. Os convidados relataram a atuação das corporações no enfrentamento às organizações criminosas que operam no Estado. Eles destacaram o uso da inteligência e a integração institucional entre as equipes. As falas também abordaram o foco no enfraquecimento financeiro dos grupos criminosos.

O subsecretário de Integração da Segurança Pública, Christian Vianna, descreveu mudanças no cenário criminal brasileiro. Segundo ele, facções estão presentes em todos os estados e ampliaram o escopo de atuação. O subsecretário explicou que os grupos passaram a operar em múltiplas economias ilícitas. As ações incluem ocupação de territórios, diversificação de atividades e exploração de áreas antes pouco monitoradas. Para Vianna, isso alterou a forma de planejamento estatal no setor.

O subsecretário citou estimativas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública sobre receitas do crime organizado. De acordo com o estudo, o tráfico de cocaína representa pequena parcela do faturamento das facções. A maior parte dos ganhos vem de práticas como golpes, fraudes e extorsões virtuais. Vianna também mencionou mercados ilícitos que incluem combustíveis, bebidas, mineração e tabaco. Ele defendeu integração com órgãos de fiscalização e controle para ampliar as ações.

O representante afirmou que o enfrentamento depende de articulação entre diferentes frentes de combate. Segundo ele, o objetivo é atingir a estrutura financeira que sustenta as organizações. As corporações, de acordo com Vianna, têm buscado estratégias que envolvem inteligência e cooperação. A análise de dados e a troca de informações foram apontadas como elementos prioritários. Ele reforçou que a atuação conjunta é fundamental diante do cenário apresentado.

Ações integradas

O superintendente de Investigações da Polícia Civil, Julio Wilke, relatou medidas focadas no bloqueio de recursos ilícitos. Wilke afirmou que as operações recentes priorizam desestruturar o suporte financeiro das facções. Ele citou ações ocorridas em novembro, principalmente na Zona da Mata. As operações resultaram em prisões, apreensões de bens e bloqueios de valores. Os montantes ultrapassaram R$ 130 milhões, segundo o superintendente.

A Polícia Civil atua com coordenadorias e departamentos especializados nas investigações. As equipes trabalham com foco na lavagem de dinheiro e na análise de movimentações financeiras. A corporação também utiliza agências de inteligência para coleta e cruzamento de informações. O objetivo é identificar fluxos de capital relacionados aos grupos criminosos. As ações se concentram na repressão estruturada das redes de financiamento ilegais.

O diretor de Operações da Polícia Militar, coronel Halysson Câmara dos Santos, apresentou resultados de ações integradas. O coronel citou a operação Custos Fidelis, direcionada à organização Família Teófilo Otoni. A ação ocorreu em setembro e envolveu a PM, o Gaeco e outras instituições. As equipes realizaram prisões e apreensões de armamentos, drogas e criptoativos. Segundo o diretor, os bloqueios de recursos alcançaram R$ 18 bilhões.

O coronel explicou que a localização de Teófilo Otoni favorece rotas utilizadas pelo crime. A região tem acesso à BR-116, via considerada estratégica para transporte e distribuição. Ele afirmou que as ações têm buscado reduzir o impacto financeiro das facções. De acordo com o diretor, o uso de inteligência orienta a identificação de estruturas de apoio. O trabalho conjunto com outras forças também foi destacado pelo oficial.

Investimentos e estrutura

O coordenador do Gaeco Minas, Giovani Avelar Vieira, reforçou a necessidade de mapear fluxos financeiros. Ele afirmou que as organizações operam com estrutura semelhante a empresas. Segundo o promotor, a análise de movimentações é fundamental para o enfrentamento. Vieira sugeriu que bens apreendidos sejam utilizados para fortalecer a segurança pública. A medida seria direcionada ao aprimoramento institucional das corporações.

O deputado Sargento Rodrigues reconheceu o trabalho dos agentes de segurança no Estado. Ele, porém, destacou que os investimentos governamentais tiveram redução nos últimos anos. O deputado mencionou queda nos repasses para a Polícia Militar e para a Polícia Civil. Rodrigues afirmou ter visitado municípios e identificado limitações estruturais. Entre os apontamentos, citou carência de equipamentos, veículos e materiais de trabalho.

O parlamentar defendeu ampliação dos investimentos para apoiar as ações das corporações. Segundo ele, a segurança pública demanda recursos contínuos para modernização. O deputado afirmou que entregou relatório ao comando-geral com observações coletadas. O documento reúne demandas de municípios visitados nos últimos anos. Rodrigues concluiu destacando a importância de fortalecer efetivo, proteção e inteligência.


@redehoje
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