
Modesta e filhos na comemoração de seus 96 anos. Foto: acervo pessoal
Uma pergunta para a qual não encontramos resposta é: que dia partiremos?
Nessa foto, vovó Modesta e seus filhos, alguns anos atrás.
Só mamãe ainda está conosco, graças a Deus.
Imagino que não exista um dia em que ela não recorde de todos.
Se pensássemos diariamente que a vida é finita, talvez nossas escolhas e nossa determinação fossem diferentes.
Existem muitas parábolas, contos e crônicas sobre a vida e sobre a morte.
Mas esta, que ouvi há pouco tempo, me sensibilizou.
A mulher do toureiro, diante da morte do esposo após a tourada, canta e dança.
E, por mais que as pessoas a julguem por cantar e dançar — e não chorar, resguardar-se ou silenciar — num momento de dor e partida,
ela continua cantando e dançando: as graças vividas ao lado do esposo toureiro.
O amor que provocou emoção.
A vida que promoveu intensidade.
Ninguém sabe quantos anos vai viver.
Mas podemos deixar nossas melhores histórias como motivo de boas recordações.
Motivo para que alguém cante e dance.
Assim como minha avó Modesta.
Gratidão.
Mônica Othero Nunes — oriunda da família Manoel Nunes —, nasceu e viveu grande parte da sua vida em Patrocínio, MG, onde manteve loja no comercio local. Agora, aposentada, mora em Florianópolis, Santa Catarina. Sempre ligada às letras, é colaborado da Rede Hoje e ainda escreve diariamente nas redes digitais, especialmente Facebook.