Jogadores do Lanús fazem a festa do título em Assunção (Pedro Souza)
Empate sem gols leva final à prorrogação e define título argentino após disputa por 5 a 4
Da Redação da Rede Hoje
O Atlético encerrou sua participação na Copa Sul-Americana de 2025 com mais um vice-campeonato após a derrota para o Lanús nos pênaltis, em Assunção. A decisão, disputada no Estádio Defensores del Chaco, terminou sem gols no tempo regular e na prorrogação, refletindo o equilíbrio entre as duas equipes. A equipe mineira trocou passes, buscou alternativas pelos lados, mas encontrou dificuldades para romper o bloqueio argentino.
A proposta do Lanús ficou evidente desde os primeiros minutos, com a prioridade em reduzir espaços e forçar erros na construção atleticana. A estratégia argentina de esperar por falhas se mostrou consistente ao longo dos 120 minutos. O Atlético, embora com maior domínio territorial, encontrou resistência nas zonas centrais, precisando recorrer a cruzamentos e finalizações de média distância.
O técnico Jorge Sampaoli apostou na circulação rápida da bola e na utilização do lado esquerdo, explorando Dudu e Guilherme Arana. Parte das jogadas de maior perigo da equipe brasileira nasceu desse setor. Ainda assim, a incapacidade de transformar volume em finalizações efetivas acompanhou o time durante todo o confronto.
Primeiro tempo estudado
Os primeiros 45 minutos foram marcados por forte disputa no meio-campo e poucos espaços para criação. O Atlético manteve ligeira superioridade na posse, mas a defesa argentina conseguiu neutralizar a maior parte das tentativas de infiltração. Bernard, responsável por organizar o ataque, alternou momentos de maior liberdade com enfrentamentos diretos contra a marcação adversária.
A chegada mais perigosa do Atlético ocorreu aos 26 minutos, quando Bernard acertou o travessão em cobrança de falta. O lance foi o único que realmente ameaçou o goleiro Losada. Minutos antes, Arana havia finalizado dentro da área, obrigando o argentino a fazer defesa, embora o lance estivesse parado por impedimento no início da jogada.
O Lanús conseguiu crescer no fim do primeiro tempo, aproximando-se mais da área atleticana. A equipe argentina manteve a bola por períodos maiores, ainda que com pouca objetividade. A única finalização real do Lanús na etapa inicial saiu nos acréscimos, para fora, sem exigir defesa de Everson.
O equilíbrio defensivo predominou até o intervalo, com poucos riscos de ambos os lados. O Atlético deixou o campo com vantagem territorial, mas sem traduzir em oportunidades claras de gol. Já o Lanús buscou manter o jogo controlado e aguardou possibilidades de contra-ataque para surpreender a defesa atleticana.
Ajustes na segunda etapa
O segundo tempo começou com a manutenção do padrão da primeira etapa. O Atlético continuou acionando Dudu pela esquerda, tentando superar a marcação com velocidade e triangulações. Bernard passou a se aproximar mais da área, buscando passes curtos entre linhas para tentar quebrar o bloco defensivo argentino.
Hulk jogo mail e perdeu uma das cobranças do Atlético (Pedro Souza)
Aos 13 minutos, Dudu exigiu nova defesa de Losada em chute rasteiro. O goleiro argentino manteve atuação segura, repetindo boas leituras ao longo da partida. Hulk, por sua vez, enfrentou dificuldade para sustentar jogadas de pivô, sendo cercado por dois defensores em grande parte das tentativas. A atuação discreta do atacante levou a pedidos da torcida pela entrada de Gustavo Scarpa.
A substituição veio aos 32 minutos, com Scarpa assumindo função próxima à que Bernard exercia. Logo após entrar, porém, o meia perdeu bola no campo de defesa, proporcionando contra-ataque ao Lanús. Vitor Hugo cortou a jogada, evitando finalização. O Atlético tentou retomar o controle, mas o Lanús começou a ocupar mais o campo ofensivo.
As entradas de Alexsander e Caio também representaram tentativa de Sampaoli de renovar o fôlego e aumentar a intensidade ofensiva. Entretanto, o time argentino equilibrou novamente as ações e conseguiu limitar a criação do adversário. O jogo seguiu sem grandes oportunidades até o fim do tempo regulamentar.
Prorrogação de poucas chances
Com o empate persistindo, a prorrogação manteve o nível de cautela das duas equipes. Logo no início, Sampaoli colocou Biel no lugar de Dudu, buscando mais presença na área. A primeira chance do tempo extra veio com Caio, que finalizou para fora após boa troca de passes pela esquerda. Foi uma das raras jogadas de maior velocidade da prorrogação.
Em seguida, Biel recebeu cruzamento e cabeceou sem força, facilitando a defesa de Losada. A presença do atacante ampliou a profundidade do time, mas o Atlético ainda encontrava limitações na finalização. Saravia substituiu Rony no intervalo da prorrogação, ajustando a marcação pelo lado direito e oferecendo mais segurança defensiva.
A melhor oportunidade atleticana aconteceu na segunda etapa da prorrogação. Hulk encontrou Biel dentro da área, mas o atacante finalizou em cima de Losada, desperdiçando a chance mais clara do período extra. O Lanús, por sua vez, retomou o controle territorial nos minutos finais, mantendo posse e evitando contra-ataques mineiros.
O desgaste físico das equipes ficou evidente, resultando em ritmo mais baixo. O placar permaneceu inalterado, levando a decisão para os pênaltis. A atenção se voltou então para os goleiros Everson e Losada, que protagonizaram as principais ações do desfecho da partida.
Disputa por pênaltis
A série começou com Everson defendendo a cobrança de Walter Bou. Na sequência, Hulk também teve sua cobrança defendida por Losada, mantendo o 0 a 0 inicial. Izquierdoz abriu a contagem para o Lanús, enquanto Scarpa converteu para igualar o placar. O equilíbrio permaneceu na terceira cobrança, com Marcich marcando e Igor Gomes empatando.
O Lanús assumiu novamente a vantagem com Dylan Aquino, seguido pelo erro de Biel, defendido por Losada. Lautaro Acosta desperdiçou a quinta cobrança argentina, chutando para fora. Everson converteu o quinto pênalti atleticano, levando a disputa às alternadas. Cardozo colocou o Lanús em vantagem, e Alexsander empatou em seguida.
Na sétima cobrança, Watson anotou para os argentinos, obrigando Vitor Hugo a converter para manter o Atlético vivo. O defensor parou em Losada, encerrando a série em 5 a 4 para o Lanús e definindo o título da competição. Os argentinos celebraram o troféu, enquanto o Atlético encerrou sua trajetória como vice-campeão.
Avaliação pós-jogo e consequências
Goleiro Everson do Atlético, analisou as cobranças e destacou chances criadas durante a final contra o Lanús. (Pedro Souza)
Após a partida, Everson avaliou sua participação e destacou frustrações específicas na disputa por pênaltis. O goleiro comentou que a maior decepção foi o terceiro pênalti argentino, quando chegou atrasado à bola. Ele também mencionou o último chute convertido pelo Lanús, em que a bola quicou antes de escapar do alcance da defesa. Durante os 120 minutos, Everson foi pouco exigido, já que o adversário finalizou apenas quatro vezes ao gol.
Sampaoli, em sua análise, afirmou que pretende permanecer no clube para a continuidade do projeto. O treinador ressaltou ter contrato vigente e destacou o interesse em construir um trabalho a longo prazo. As declarações ocorreram em meio a incertezas financeiras e à ausência do clube na Copa Libertadores de 2026.
Sampaoli afirmou que quer cumprir seu contrato no Galo (Pedro Souza)
No aspecto financeiro, o Atlético encerrou a competição com R$ 30,8 milhões acumulados em premiações. O valor inclui R$ 11,3 milhões garantidos pelo vice-campeonato, além de R$ 19,9 milhões obtidos nas fases anteriores. Caso tivesse conquistado o título, o montante chegaria a R$ 36,9 milhões.
A campanha sólida na fase de grupos e a presença na final contribuíram para o resultado financeiro. Apesar da derrota, o clube conseguiu assegurar recursos importantes para a temporada seguinte. A participação reforçou também a necessidade de ajustes ofensivos, especialmente na precisão das finalizações e na transformação de posse de bola em oportunidades mais claras.
FICHA TÉCNICA
Lanús (5) 0 x 0 (4) Atlético
Motivo: Final da Copa Sul-Americana de 2025
Data: 22/11/2025
Local: Estádio Defensores del Chaco, Assunção, Paraguai
Árbitro: Piero Maza (Chile)
Assistentes: Miguel Rocha (Chile) e Alejandro Molina (Chile)
VAR: Juan Lara (Chile)
Gols: Não houve
Pênaltis: 5 a 4 para o Lanús
Cartões amarelos: Izquierdoz (Lanús); Hulk, Alan Franco (Atlético)
Lanús: Losada; Pérez (Armando Méndez), Izquierdoz, Canale, Marcich; Medina (Acosta), Cardozo, Salvio (Watson), Moreno (Ramírez); Castillo (Bou), Carrera (Dylan Aquino). Técnico: Mauricio Pellegrino
Atlético: Everson; Tressoldi, Vitor Hugo, Alonso; Alan Franco (Alexsander), Igor Gomes, Arana (Caio), Rony (Saravia); Bernard (Scarpa), Dudu (Biel), Hulk. Técnico: Jorge Sampaoli
Com informações da Agência Brasil e Hoje em Dia
