Idosa foi diagnosticada após investigação que descartou dengue; prefeitura intensifica vacinação e ações de bloqueio

Equipe de saúde da Prefeitura de Patos explica e fala de vacinação em massa febre amarela sugerindo imunização nos municípios da região. Foto:divulgação
Da Redação da Rede Hoje
A idosa procurou a Unidade de Pronto Atendimento no dia 30 de agosto com sintomas como mal-estar e desidratação. Inicialmente, foi investigada a possibilidade de dengue, mas os exames específicos para essa doença resultaram negativos. Seguindo os protocolos da Rede Sentinela, uma amostra foi encaminhada para análise complementar na Fundação Ezequiel Dias, que confirmou o diagnóstico de febre amarela em três testes consecutivos.
A confirmação oficial foi emitida pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Minas Gerais na última terça-feira, dia 22. De acordo com as autoridades de saúde, o fato de a paciente ter sido vacinada anteriormente contribuiu para que a doença se manifestasse de forma leve. A moradia da idosa alterna entre as zonas rural e urbana, e a investigação epidemiológica continua para determinar a origem precisa da infecção.
MEDIDAS DE CONTENÇÃO
Com a confirmação do caso, Patos de Minas passou a ser considerada área de risco para febre amarela. A prefeitura iniciou imediatamente um plano de intensificação da vacinação, com o objetivo de alcançar toda a população não imunizada. Atualmente, o município possui cobertura vacinal de 81,45%, percentual superior à média estadual de 58,58%. A secretaria municipal recebeu 20 mil doses adicionais da vacina do estado para reforçar a campanha.
Um cronograma especial de vacinação foi estabelecido, incluindo a atuação do Vacimóvel na Praça do Coreto até domingo, dia 28. Mutirões estão programados para o sábado, dia 27, em cinco bairros da cidade, e para os dias 4 e 18 de outubro em todas as unidades de saúde, incluindo a área rural. As salas de vacina funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h, com extensão de horário nos dias do programa Saúde do Trabalhador.
BLOQUEIO VACINAL E VIGILÂNCIA
A estratégia de bloqueio vacinal será implementada no Bairro Nova Floresta e na região de chacreamento onde a paciente mantém residência. Equipes de saúde farão vacinação casa a casa para pessoas não imunizadas e realizarão controle vetorial com aplicação de inseticida não tóxico para humanos e animais. A prefeitura reforça que a população deve procurar as unidades de saúde com o cartão de vacinação para verificação da situação imunológica.
Além das ações de vacinação, a secretaria iniciou busca ativa por casos suspeitos e intensificou a vigilância em áreas de maior risco. O monitoramento dos índices de infestação dos mosquitos transmissores foi reforçado, assim como a investigação de mortes ou adoecimento de macacos, considerados importantes indicadores da presença do vírus na região. O manejo clínico de casos suspeitos também foi fortalecido em toda a rede municipal.
MACACOS SÃO VÍTIMAS, NÃO VILÕES
As autoridades de saúde enfatizaram que os macacos não transmitem febre amarela, funcionando na verdade como sentinelas que alertam para a circulação do vírus. Matar primatas é crime ambiental e prejudica as ações de vigilância em saúde. A população deve reportar imediatamente qualquer ocorrência de macacos mortos ao Centro de Controle de Zoonoses pelo telefone (34) 3822-9624.
Em 2025, Patos de Minas já encaminhou sete amostras de macacos mortos para análise na Funed. Seis resultados foram negativos para febre amarela, e o município aguarda o laudo da sétima amostra, enviada em agosto. Até o momento, não há outros casos suspeitos da doença em humanos no município, segundo informou a secretaria municipal de Saúde.
Veja a coletiva na Rede Hoje