Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo
Progresso. Para avaliar o de qualquer cidade é bom, é prudente, analisar também a movimentação financeira. Seja do setor produtivo, seja do setor público. Com o objetivo de verificar o desenvolvimento de Patrocínio sem o dialeto político, é fundamental conhecer o que envolve as instituições financeiras. Na verdade, os bancos. E conhecer também a contabilidade pública municipal. Utilizando informações do Banco Central, Tesouro Nacional (Siconfi) e IBGE, o dinheiro que circula no Município e região é apresentado. O ano referência é o último (2023). Os recursos nos bancos, os empréstimos, a poupança e um pouco do Orçamento Municipal (sem a “linguagem” da Lei Federal nº 4320/1964).
MUITO DINHEIRO DEPOSITADO – Considerando o mês de dezembro de 2023, havia como “Depósito à Vista” na rede bancária patrocinense mais de R$ 83 milhões. O que deu a Patrocínio o 33º lugar em Minas. Uberaba, por exemplo, tinha R$ 400 milhões. Somando o “Depósito a Prazo (depósito por um período de tempo, em troca de juros)”, que é de quase R$ 333 milhões em Patrocínio, tem-se depósitos em geral registrados, dezembro/2023, na ordem de R$ 416 milhões em PTC. O que é bastante dinheiro em circulação.
MAS... VOLUME DE DINHEIRO EMPRESTADO É MAIOR – Principalmente, por ser um município líder no Agro, Patrocínio teve como “Operações de Crédito” cerca de R$ 1,6 bilhão. Em números exatos para dezembro/2023, R$ 1.586.492.375,00. No vocabulário popular, “Operações de Crédito” são “Empréstimos”. Com esse montante significativo, Patrocínio ocupou o 23º lugar em MG (como referência, no tamanho da população, PTC é o 41º lugar). Patos de Minas tem quatro vezes mais de “Empréstimos”, devido ter mais atividade industrial, um bom Agro e população maior. Monte Carmelo pediu emprestado apenas 40% do que Patrocínio obteve de empréstimos em 2023.
“DINDIN” NA POUPANÇA TAMBÉM É EXPRESSIVO – Em dezembro/2023, havia na rede bancária um pouquinho mais de R$ 500 milhões em poupança. Acima um pouco da linha da normalidade. Pois, Patrocínio posicionou-se quanto à “Poupança” em 37º lugar em MG. Monte Carmelo poupou a metade disso. Interessante que a “Poupança” patense é bem maior, porém está decrescendo desde 2020. Enquanto que, a “Poupança” patrocinense permanece no mesmo patamar, nesse período. Ou seja, não caiu.
NÚMERO DE AGÊNCIAS – Desde 2020, Patrocínio tem cinco agências bancárias, segundo o BACEN. Patos de Minas, hoje, tem nove e Monte Carmelo quatro. De 2006 até 2016, PTC teve sete agências. Enfim, com evolução digital (internet), os bancos estão reduzindo os seus espaços físicos. Na atualidade, faz-se muita transação bancária pela internet.
DINHEIRO NA PREFEITURA MAIS QUE TRIPLICOU EM 10 ANOS – Em 2014, a Receita Orçamentária do Município foi de R$ 197,6 milhões. Em 2023, chegou a R$ 667,9 milhões. Ou seja, R$ 470 milhões a mais. Em 2024, o orçado foi fixado em R$ 728 milhões. Para 2025, deverá ultrapassar, esses R$ 728 milhões. É dinheiro para ninguém botar defeito. Observando as informações oficiais, de 2022 para 2023, o Orçamento Municipal cresceu demais. De R$ 467 milhões para R$ 667 milhões. Precisamente, R$ 200 milhões. Isso é explicado pelo Tesouro Nacional por “Operações de Crédito”, basicamente. Ou seja, sobretudo receitas oriundas de empréstimos. Aumento nos impostos (ICMS, IPVA, IPTU, ISSQN), taxas, convênios, FPM, CFEM (mineração) e outras receitas menores também contribuíram, e contribuem, com o aumento do Orçamento Municipal.
MUITO RECURSO PARA INVESTIMENTO – Segundo o Siconfi (Sistema de Informações Contábeis), o pagamento de despesas de Capital (obra, compra de equipamentos) em PTC subiu de R$ 28 milhões em 2022 para R$ 61,5 milhões em 2023 (despesas pagas). O maior aumento da região. Incluindo, Patos de Minas, que pagou R$ 41,5 milhões de despesas de Capital, e, Monte Carmelo, que pagou R$ 14,5 milhões. Tudo em 2023.
O QUE A PREFEITURA PAGA – A Prefeitura Municipal é a maior “empresa” (sentido figurado) do Município. Apenas em “despesas” (custeio+capital), em 2023, foram pagos quase R$ 511 milhões. Precisamente R$ 510.893.834,00. O que a Prefeitura paga tem aumentado muito ano a ano. Isso devido ao aumento da Receita. É bom lembrar que o Orçamento Municipal de 2023 foi de R$ 667,9 milhões. A diferença não paga (R$ 158 milhões) trata-se dos tais “Restos a Pagar”, que são dívidas não pagas, e de receitas não realizadas. Enfim, é a complexidade da Contabilidade Pública.
RESUMO DESTE TEMA DE POUCA ATRAÇÃO NA COMUNICAÇÃO – Quanto ao tamanho de seu Orçamento Municipal, Patrocínio é o 28º lugar em MG. Pagamentos desse Orçamento (30º lugar). Operações de Crédito–Empréstimos (8º lugar). Nesse quesito (Empréstimos) só perde para Belo Horizonte (1º), Contagem (2º), Uberlândia (3º), Uberaba (4º), Sete Lagoas (5º), Ibirité (6º) e Juiz de Fora (7º). Patos de Minas, em 2023, pediu muito pouco empréstimos, por isso ocupa o 288º lugar em Minas. Monte Carmelo em 42º lugar. Araxá não pediu nada emprestado. E por aí, se vai...
POR FIM – Haja “estômago” e paciência com o assunto. Mas é um retrato do dinheiro circulando na cidade. Que não é pouco.