Força-tarefa do Cira-MG apura ainda lavagem de dinheiro e extorsão praticadas pela associação criminosa
Durante a operação, um mandado de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Varginha, nas empresas envolvidas e em residências. Crédito: Cira MG| Divulgação
Da Redação da Rede Hoje
O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira) iniciou, nesta quarta-feira, (28/2), a operação "Temperatura Máxima" para investigar a sonegação fiscal praticada por um grupo econômico atuante na produção e comércio de açaí em Varginha, no Sul de Minas, com filiais e distribuidores em todo o país e no exterior.
A fraude envolve a venda do açaí sem emissão de documentos fiscais ou com notas fiscais subfaturadas, causando um prejuízo estimado em R$ 10 milhões em ICMS aos cofres do Estado.
Durante a operação, um mandado de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Varginha, nas empresas envolvidas e em residências. O empresário suspeito de liderar o esquema foi preso.
Além disso, foram cumpridos 11 mandados de sequestro de bens, incluindo veículos de luxo, embarcações, jet skis, dinheiro, ouro e joias pertencentes aos investigados, como forma de ressarcimento pelos crimes tributários.
Os envolvidos podem responder por sonegação fiscal, associação criminosa, extorsão, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
A força-tarefa do Cira-MG contou com a participação da Receita Estadual, Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Polícia Militar (PMMG) e Polícia Civil (PCMG), com o apoio do Gaeco-Varginha. A operação envolveu cinco promotores de Justiça, cinco servidores do MPMG, 13 servidores da Receita Estadual, dez policiais militares, um delegado e sete agentes da PC.
Cira 360°
Criado em maio de 2007, o Cira faz parte da política pública mineira que inspirou estratégias semelhantes em outros estados. Através do comitê, o MPMG, a Receita Estadual, a Advocacia-Geral do Estado (AGE), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e as Polícias Civil e Militar realizam investigações de fraudes estruturadas, com resultados significativos na recuperação de ativos e na defesa da livre concorrência.
Em 2021, foi inaugurada uma nova fase denominada Cira 360°, ampliando as esferas de responsabilização da criminalidade corporativa para combater fraudes que distorcem o mercado e prejudicam a livre concorrência.
Somente em 2023, as ações do Cira 360° recuperaram R$ 1,9 bilhão de ativos tributários desviados dos cofres públicos mineiros.