A medida foi confirmada pelo ICL Notícias e por fontes da Secom à reportagem da Fórum.
Da redação da Rede Hoje
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) anunciou nesta sexta-feira (12) a suspensão da veiculação de publicidades institucionais do governo federal na rede X, anteriormente conhecida como Twitter, pertencente ao bilionário Elon Musk. A medida foi confirmada pelo ICL Notícias e por fontes da Secom à reportagem da Fórum.
Essa decisão ocorre em meio aos recentes ataques e ameaças proferidos por Elon Musk ao judiciário brasileiro, bem como ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu governo. Musk tem se alinhado com radicais bolsonaristas, propagando a narrativa de uma suposta "ditadura judicial" no país e declarando que reativaria todos os perfis suspensos ou bloqueados por determinação da Justiça brasileira em sua rede social. Tais posicionamentos têm gerado controvérsia e críticas tanto dentro quanto fora do país.
Como resultado da suspensão dos contratos de publicidade, a rede X deixará de receber recursos públicos destinados à veiculação de campanhas do governo federal. De acordo com o Portal da Transparência, desde o início de 2023, a Secom, liderada pelo ministro Paulo Pimenta, destinou cerca de R$ 4,2 milhões em recursos públicos para publicidades institucionais na referida rede social.
A decisão da Secom foi recebida com entusiasmo por grupos e organizações que vêm promovendo campanhas pela "desmonetização" da rede X devido aos ataques de Musk às instituições brasileiras. O Sleeping Giants Brasil, um desses grupos, comemorou a medida como uma vitória na luta contra a desinformação e o discurso de ódio online.
Além disso, o Ministério Público Federal (MPF) tomou providências em relação ao caso, acionando o Tribunal de Contas da União (TCU) para que suspenda imediatamente qualquer contrato entre as empresas de Elon Musk e o governo brasileiro. O subprocurador-geral da República Lucas Rocha Furtado argumentou que a atitude de Musk em desafiar a soberania nacional ao atacar instituições brasileiras e recusar-se a cumprir determinações judiciais justifica a interrupção de possíveis contratos.
Furtado expressou sua indignação com o comportamento do bilionário, afirmando que o Brasil não pode se submeter a afrontas de quem não respeita suas leis e instituições. Ele ressaltou a importância de medidas urgentes para garantir o respeito à soberania nacional.
Além disso, foram realizadas investigações sobre possíveis contratos entre a Starlink, empresa de internet via satélite de propriedade de Musk, e governos brasileiros. Até o momento, apenas contratos de pequeno porte para fornecimento de serviços de internet a escolas em áreas remotas foram confirmados. Musk chegou a declarar que, se esses contratos fossem encerrados, ele continuaria fornecendo conexão para essas instituições de ensino.
A suspensão das publicidades do governo federal na rede X representa um capítulo significativo nas tensões entre Elon Musk e as autoridades brasileiras, destacando a complexidade das relações entre tecnologia, poder político e soberania nacional.