A causa da prisão foi a acusação de estupro de vulnerável, um crime supostamente cometido em 2014 contra uma criança de 7 anos.
Júlio Elias ao sair da prisão pela primeira vez em dezembro de 2014| Foto de 2014, reprodução: Portilio Online
Da redação da Rede Hoje
Julio César Elias Cardoso, ex-prefeito de Patrocínio, está detido deste segunda-feira (13) sob acusação de estupro de vulnerável, um crime supostamente cometido em 2014 contra uma criança de 7 anos. Julio César Elias Cardoso foi prefeito de Patrocínio por dois mandatos: de 1993 a 1996 e de 2005 a 2008.
Segundo informações da Polícia Militar (PM), a prisão aconteceu em um frigorífico (antigo Dourados) na zona rural de Patrocínio, onde o ex-prefeito foi localizado em seu escritório. Ao ser abordado, Júlio afirmou estar ciente do mandado de prisão, mas que estava "aguardando uma decisão de Belo Horizonte" para se entregar voluntariamente.
Sem oferecer resistência, Júlio foi preso sem a necessidade de algemas e levado à Delegacia de Plantão, sendo posteriormente transferido para a Penitenciária Deputado Expedito de Farias Tavares. Seu advogado esteve presente na delegacia para prestar assistência.
O político, atualmente com 60 anos, havia sido condenado a nove anos e seis meses de prisão, mas estava em liberdade enquanto recorria da sentença. Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), a prisão foi efetuada após sua condenação em segunda instância. Seu advogado acompanhou toda a ação e informou que pretende solicitar a prisão domiciliar devido ao diagnóstico de câncer de Júlio, além de recorrer da sentença, argumentando a falta de provas.
Histórico do Caso: Julio Elias já havia sido preso quatro vezes pelo mesmo crime:
Em 2014, em flagrante.
Em 2015, após passar onze meses foragido até receber um habeas corpus.
Em 2017.
Em 2019.
A acusação
O suposto crime ocorreu em 13 de dezembro de 2014 na casa do político, que foi preso por 17 dias após a denúncia. A mãe da vítima acionou a Polícia Militar (PM) quando sua filha de 7 anos chegou em casa relatando que o ex-prefeito a havia forçado a realizar um ato sexual. A menina também contou o ocorrido para sua amiguinha, filha de Júlio, que teria afirmado que o pai já havia feito o mesmo com ela. As duas meninas costumavam brincar juntas na casa do político, na rua Cesário Alvim, no bairro São Francisco. No entanto, dias depois, a filha e a esposa de Júlio prestaram depoimentos e a criança negou ter sido abusada pelo pai.
Versão de Júlio Elias
Quando foi libertado da Penitenciária Expedido Faria Tavares, em Patrocínio, em 30 de dezembro de 2014, Júlio Elias declarou ao site Portilio Oline.
— Não devo nada a Justiça, não devo nada a ninguém. A população de Patrocínio me conhece bem. Não tive o direito de falar nada. Quando fizeram a denúncia, apareceram lá em casa 30 ou 40 policiais e me algemaram. Eu não fugi do flagrante, me apresentei imediatamente, respeitosamente à Justiça - porque eu sou advogado, me entreguei. Não quero que ninguém. Agradeço a todos que continuam acreditando em mim. Não sou bandido. Me trataram como bandido. Nunca precisei estar dentro de uma cadeia, mas respeita a Justiça. Se tiver que pagar a pena, eu sei que tenho que cumprir. Os advogados estão atentos a esta fantasiosa denúncia contra a minha pessoa que atingiu toda a minha família”, explicou o ex-prefeito.
Defesa
A defesa de Júlio está se mobilizando para tentar reverter a situação jurídica do ex-prefeito. Eles planejam solicitar à Justiça que conceda prisão domiciliar, citando seu estado de saúde debilitado devido ao câncer. Além disso, a defesa pretende recorrer da sentença, sustentando que não existem provas conclusivas para a condenação.
Enquanto o caso se desenrola, a população aguarda novos capítulos e esclarecimentos sobre os eventos que levaram à condenação do ex-prefeito, impactando a visão sobre sua atuação política e pessoal.