Com o crescimento do mercado de reuso, especialmente durante a pandemia, o Sebrae Minas lançou o Moda Brechó, uma iniciativa que desde 2022 oferece capacitações em gestão, finanças e marketing, além de incentivar a formalização dos negócios.

Crédito: Sebrae MG
Para 61% dos entrevistados, a preferência pelo mercado de usados é motivada pela qualidade das peças. Outros 27% são atraídos pela possibilidade de adquirir roupas de grife a preços mais acessíveis.
Da redação | Rede Hoje

Nos últimos anos, o mercado de brechós tem se consolidado como uma força significativa na sociedade, gerando emprego e renda, além de promover práticas sustentáveis e a economia circular. A evolução nas tendências da moda, impulsionada pelo surgimento de novos públicos, tem aquecido o setor e atraído novos empreendimentos. Uma pesquisa inédita do Sebrae Minas revela que quase seis em cada dez donos de pequenos negócios de brechós operam tanto lojas físicas quanto on-line, sinalizando um crescimento robusto no estado.

Realizada entre outubro de 2023 e março de 2024, a pesquisa envolveu cerca de 100 brechós em Minas Gerais e concentrou-se na gestão do segmento. O estudo buscou entender estratégias de vendas, aquisição de estoque, precificação e marketing, além de analisar o perfil dos consumidores e gestores desses empreendimentos.

Os dados apontam que 22% das micro e pequenas empresas investem exclusivamente em lojas físicas, enquanto uma porcentagem equivalente opta por operar somente em canais digitais. "Minas Gerais tem se destacado pelo crescimento dos brechós, emergindo como uma das regiões mais relevantes do país na geração de renda através dessa atividade. Entretanto, conquistar novos clientes é um desafio constante para os empreendedores, o que os leva a explorar diversos canais de venda. Os números indicam uma clara tendência de expansão múltipla das plataformas, visando aumentar o alcance e a conveniência tanto para vendedores quanto para consumidores", afirma Tábata Moreira, analista do Sebrae Minas.

A pesquisa completa está disponível neste link.

Entre os donos de pequenos negócios entrevistados, 52% estão no ramo dos brechós há mais de três anos. Desses, 16% operam há cinco a oito anos, e 13% estão no setor há mais de oito anos. Apenas 16% estão envolvidos com brechós há menos de um ano, enquanto 31% atuam no setor de um a três anos. "O setor de brechós tem mostrado uma dinâmica constante ao longo dos anos, com muitas novas entradas, mas também uma base estável de operações a longo prazo. Isso sugere uma boa retenção após o período crítico enfrentado por todos os negócios, independentemente do setor", explica Tábata.

A pesquisa revelou que 47% dos pequenos negócios enfrentam desafios com marketing e atração de novos clientes. Para 41%, a principal preocupação é a aquisição de estoque de qualidade, enquanto 33% apontaram problemas de gestão financeira. Além disso, 32% mencionaram dificuldades no controle e organização de estoque, e 25% destacaram a sazonalidade das vendas como o maior desafio.

Perfil dos Consumidores

A pesquisa também investigou o comportamento dos consumidores em relação às compras de roupas de brechós. Para 61% dos entrevistados, a preferência pelo mercado de usados é motivada pela qualidade das peças. Outros 27% são atraídos pela possibilidade de adquirir roupas de grife a preços mais acessíveis.

“Muitos clientes têm se voltado para o consumo consciente e para a oportunidade de comprar roupas de alta qualidade que, de outra forma, seriam muito mais caras em lojas convencionais. Eles estimulam o reuso das peças e fortalecem os negócios do setor”, explica Tábata Moreira.

Referência em Moda

Com o crescimento do mercado de reuso, especialmente durante a pandemia, o Sebrae Minas lançou o Moda Brechó, uma iniciativa que desde 2022 oferece capacitações em gestão, finanças e marketing, além de incentivar a formalização dos negócios. Anteriormente conhecido como “Viver de Brechó”, o programa também capacita empreendedores em estratégias de relacionamento com clientes, marketing digital e técnicas de vendas.

Esta iniciativa faz parte do programa Integra Moda, que visa posicionar Minas Gerais como uma referência em moda e uma das principais rotas de comércio desse mercado no Brasil. O programa inclui a promoção de eventos, ações e programas voltados para diversos segmentos da moda, respeitando e valorizando as vocações locais por meio da inteligência de dados.


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