A operação é realizada com o objetivo de avaliar a qualidade do atendimento e a estrutura das unidades de saúde.

Crédito foto: divulgação | Flickr TCE-MG


Segundo o TCE-MG, após a tabulação dos dados obtidos na fiscalização, serão analisadas as ações que cada unidade de saúde deverá tomar para corrigir os problemas identificados

Da redação da Rede Hoje

Uma fiscalização realizada pelo Tribunal de Contas de Minas Gerais (TCE-MG) identificou inúmeras irregularidades em hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em todas as regiões do estado. As inspeções ocorrem nesta semana - começaram na terça-feira (5) - e apontaram problemas como banheiros sem condições de uso, caixas d’água sujas, equipamentos obsoletos e medicamentos vencidos. A operação é realizada com o objetivo de avaliar a qualidade do atendimento e a estrutura das unidades de saúde.

A Fiscalização Ordenada de Saúde desenvolvida pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCEMG), iniciada na manhã do dia 5 de novembro, seguiu durante a noite. A operação acontece de forma simultânea em todo o estado e tem o objetivo de analisar como está sendo feita a prestação de serviços nas unidades públicas de saúde. Só nesta terça-feira, os analistas do TCE estiveram em 27 unidades de saúde de todas as regiões do estado.

TERÇA-FEIRA


A fiscalização revela falhas graves em hospitais e UPAs de Minas como medicamentos vencidos

Segundo o TCE-MG, até o início da tarde da terça-feira, os auditores detectaram que mais da metade das instituições fiscalizadas armazenava medicamentos vencidos, o que representa um sério risco para a segurança dos pacientes. A presença de remédios vencidos em uma ampla parcela dos locais analisados revela uma grave falha no controle dos estoques e na manutenção dos cuidados básicos de saúde.

Para selecionar os locais de fiscalização, o Tribunal de Contas adotou critérios específicos: o índice de óbitos em relação ao número de internações e a quantidade de médicos disponíveis frente à demanda de atendimentos. Esses indicadores permitiram focar a ação em unidades de saúde onde os problemas estruturais e de atendimento poderiam ser mais críticos.

Em Belo Horizonte, a fiscalização ocorreu nas regionais Centro-Sul e Leste, onde foram encontradas situações de abandono nos banheiros e extintores de incêndio vencidos. Em algumas dessas unidades, pacientes aguardavam atendimento nos corredores, evidenciando a sobrecarga do sistema e as limitações no atendimento aos cidadãos.

No município de Mantena, no Vale do Rio Doce, as condições de acessibilidade também foram uma preocupação. Um hospital na cidade estava com banheiros inacessíveis e faltava corrimão nas rampas que davam acesso à maternidade e aos apartamentos de internação. A fiscalização também revelou que o controle de frequência dos médicos era deficitário, com muitos profissionais só comparecendo à unidade quando solicitados.

Outro local que apresentou problemas foi Almenara, no Vale do Jequitinhonha, onde os pacientes também foram vistos recebendo atendimento no corredor. As cadeiras da recepção estavam quebradas, e a escala médica desatualizada dificultava o controle de plantões. Além disso, caixas de medicamentos eram armazenadas em contato direto com as paredes, aumentando o risco de contaminação.

Ainda segundo o TCE-MG, após a tabulação dos dados obtidos na fiscalização, serão analisadas as ações que cada unidade de saúde deverá tomar para corrigir os problemas identificados. Casos mais graves poderão ser alvo de processos administrativos, buscando uma solução eficiente e rápida para os usuários do sistema de saúde.

QUARTA-FEIRA, DIA 6

A fiscalizaçao aponta também problemas como banheiros sem condições de uso, caixas d’água sujas, equipamentos obsoletos

A fiscalização abrangeu uma ampla área do estado e cobriu tanto hospitais quanto UPAs de diversas regiões. Além das cidades inicialmente vistoriadas, a operação foi ampliada para mais locais na quarta-feira (6), envolvendo outras 13 unidades de saúde em diversas regiões de Minas Gerais.

Em Belo Horizonte, os hospitais Júlia Kubitschek, no Barreiro, e Risoleta Neves, em Venda Nova, também foram alvos de inspeção. No Hospital Júlia Kubitschek, os auditores constataram irregularidades como registros de saída de médicos assinados previamente e a falta de divulgação das especialidades médicas em local visível. Já no Hospital Risoleta Neves, os sanitários estavam interditados e sem condições de acessibilidade.

Em Pedro Leopoldo, no Hospital Municipal Francisco Gonçalves, as condições foram igualmente preocupantes. Os auditores encontraram pacientes sendo atendidos em macas nos corredores, escala médica desatualizada, cadeiras quebradas na recepção e medicamentos armazenados em locais inadequados, com umidade nas paredes.

Outras irregularidades foram constatadas nos hospitais Doutor Moisés Freire, em Pirapora, e Renato Azeredo, em Nanuque, onde havia ausência de médicos escalados para o plantão. No caso de Nanuque, dos sete médicos programados, apenas três estavam na unidade, o que afetou significativamente o atendimento aos pacientes.

A fiscalização também detectou problemas de controle de ponto dos médicos em unidades como o Hospital Municipal de Paracatu, o Pronto Atendimento Deusdeth Ferreira, em Corinto, e o Hospital São Vicente de Paulo, em Araçuaí. No último, incubadoras para recém-nascidos estavam quebradas, e pacientes foram vistos em macas nos corredores.

Essa ação faz parte da Fiscalização Ordenada da Saúde, que visa avaliar a prestação dos serviços de saúde pública no estado. Entre terça e quarta-feira, 54 hospitais e UPAs foram fiscalizados, abrangendo uma extensa área de Minas Gerais e identificando problemas comuns em diversas localidades.

A continuidade das operações do TCE-MG incluiu, na quarta-feira à noite, visitas a outras unidades de saúde nas cidades de Barbacena, Ouro Preto, Pará de Minas, Montes Claros, Campo Belo, Alfenas, entre outras. A ação destacou que problemas estruturais, falta de médicos e controle inadequado de medicamentos são questões recorrentes.

UNIDADES JÁ VISITADAS

Aqui estão as cidades em ordem alfabética, com as respectivas unidades de saúde visitadas até esta quarta-feira:

Alfenas – Santa Casa

Araçuaí – Hospital São Vicente de Paulo

Barbacena – Hospital Regional Dr. José Américo

Belo Horizonte – Hospital Júlia Kubitschek

Belo Horizonte – Hospital Risoleta Tolentino Neves

Campo Belo – UPA José Belchior

Cataguases – Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Cataguases

Corinto – Pronto Atendimento Deusdeth Ferreira

Cruzília – Hospital Dr. Cândido Junqueira

Divinópolis – UPA 24 horas Padre Roberto Cordeiro Martins

Governador Valadares – UPA 24h Vila Isa

Manhuaçu – Hospital César Leite

Montes Claros – Santa Casa

Nanuque – Hospital e Pronto Socorro Municipal Renato Azeredo

Ouro Preto – UPA Dom Orione

Pará de Minas – UPA 24h

Para de Minas – Hospital Nossa Senhora da Conceição

Paracatu – Hospital Municipal de Paracatu

Passos – UPA Santa Luzia

Pedro Leopoldo – Hospital Municipal Francisco Gonçalves

Peçanha – Hospital Santo Antônio de Peçanha

Pedra Azul – Hospital Ester Faria de Almeida

Pirapora – Hospital Dr. Moisés Magalhães Freire

Ponte Nova – Hospital Arnaldo Gavazza

Santa Rita do Sapucaí – Hospital Antônio Moreira da Costa

Uberaba – UPA São Benedito

Uberlândia – UAI Morumbi


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