Levantamento da Associação Mineira de Municípios (AMM) revelou que, entre os 211 municípios mineiros pesquisados, todos relataram desabastecimento de pelo menos uma vacina essencial

Foto: Clarissa Barçante | - Arquivo ALMG

Pesquisa da Confederação Nacional de Municípios mostrou que seis em cada dez cidades passavam pelo desabastecimento de imunizantes 

Da redação da Rede Hoje

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizará nesta terça-feira (3/12/24) uma audiência pública para tratar da preocupante falta de vacinas, especialmente as infantis, nos municípios do estado. Levantamento da Associação Mineira de Municípios (AMM) revelou que, entre os 211 municípios mineiros pesquisados, todos relataram desabastecimento de pelo menos uma vacina essencial.

A reunião, solicitada pelo deputado Arlen Santiago (Avante), está marcada para as 13h30, no Auditório José Alencar. Segundo o deputado, a escassez de imunizantes tem comprometido as metas de cobertura vacinal em diversas cidades mineiras. Ele destacou que o problema é agravado pela má gestão do Ministério da Saúde e pelo crescente receio da população em relação a vacinas produzidas com tecnologia de mRNA.

É urgente debatermos essa questão. O Ministério da Saúde não tem sido capaz de atender às necessidades dos estados nem de organizar a distribuição de forma eficiente”, criticou o parlamentar.

A audiência contará com a presença de representantes da Secretaria de Estado de Saúde, do Ministério Público, do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems/MG), da Federação das Santas Casas de Hospitais Filantrópicos, da Associação Mineira de Municípios (AMM) e de secretários municipais de saúde.

Falta de imunizantes preocupa municípios

Nos últimos meses, vários municípios mineiros têm relatado dificuldades em garantir a cobertura vacinal devido à falta de insumos essenciais. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) apontou que seis em cada dez cidades enfrentaram o problema por períodos que variavam entre 30 e 90 dias.

Entre as vacinas mais afetadas, destacam-se a da Varicela, usada no reforço para crianças de 4 anos contra catapora, e a vacina contra a Covid-19 infantil. Também estão em falta imunizantes importantes como a Meningocócica C, que previne infecções graves como meningite, e a Tetraviral, utilizada contra sarampo, caxumba, varicela e rubéola.

Além disso, a pesquisa identificou carência de vacinas para Hepatite A e DTP, que protege contra difteria, tétano e coqueluche. O cenário é alarmante, já que essas vacinas fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação e são essenciais para prevenir surtos de doenças.

Problemas logísticos e ações emergenciais

A CNM atribuiu a responsabilidade da aquisição e distribuição das vacinas ao Ministério da Saúde, enquanto os estados fornecem seringas e agulhas. No entanto, o desabastecimento está relacionado a falhas na fabricação, logística e na crescente demanda por imunizantes.

Em resposta, o Ministério informou que busca alternativas de aquisição, incluindo parcerias com a Organização Pan-Americana da Saúde. Apesar disso, os atrasos na distribuição continuam afetando os municípios.

Desabastecimento generalizado em Minas Gerais

Levantamento da Associação Mineira de Municípios (AMM) revelou que, entre os 211 municípios mineiros pesquisados, todos relataram desabastecimento de pelo menos uma vacina essencial. A entidade reforçou a necessidade de providências urgentes para evitar o risco de surtos e proteger a saúde pública.

A audiência pública na ALMG pretende, assim, trazer propostas para enfrentar o problema, promover um diálogo entre os diversos órgãos envolvidos e buscar soluções concretas para garantir o acesso às vacinas no estado.


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