Altas temperaturas e chuvas intensas no verão criam condições ideais para a proliferação do Aedes aegypti, com água acumulada em recipientes e áreas abertas impulsionando os casos de dengue.

Imagem: shammiknr | Pixabay


Altas temperaturas e aumento do volume de chuvas favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença

Da redação da Rede Hoje

Durante o verão, os casos de dengue registram um aumento expressivo, especialmente em Minas Gerais. Esse fenômeno ocorre devido à combinação de altas temperaturas e aumento do volume de chuvas, fatores que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. A água acumulada em recipientes e áreas abertas cria o ambiente ideal para o ciclo de vida do mosquito, resultando em uma maior incidência de infecções.

Segundo Rivaldo Cunha, secretário adjunto da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), o calor e a água em abundância são determinantes para a escalada de casos. “Esses fatores contribuem para acelerar a proliferação do vetor da dengue, encurtando o período entre ovos e mosquito adulto. Com isso, temos mais mosquitos e, consequentemente, mais pessoas infectadas”, explica Cunha.

A prevenção continua sendo a estratégia mais eficaz no combate à dengue. Medidas simples, como evitar o acúmulo de água em vasos de plantas, vedar caixas d’água, limpar calhas e quintais, são fundamentais. “Dedicar 10 minutos semanais para verificar possíveis focos pode fazer toda a diferença”, reforça Cunha. Ele também destaca a importância da parceria entre moradores e poder público, incluindo a regularidade no recolhimento de lixo domiciliar.

Outro ponto relevante é o ciclo de vida do Aedes aegypti, que passa por quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto. Essa metamorfose completa faz com que o inseto jovem e adulto ocupem nichos diferentes e apresentem hábitos distintos. Essa característica dificulta o combate ao mosquito em certas etapas, como a fase de pupa, que não se alimenta e é resistente a inseticidas.

O desenvolvimento completo do mosquito dura entre 7 e 10 dias, dependendo de fatores como temperatura e umidade. No verão, esse período pode ser ainda mais curto, favorecendo a rápida reprodução. “O ambiente quente e úmido intensifica a atividade biológica do mosquito, aumentando a sua população em pouco tempo”, detalha o secretário adjunto.

Além disso, as pupas, diferentemente das crisálidas de borboletas, possuem mobilidade, o que dificulta a sua eliminação em reservatórios de água. Essa etapa de transição é crucial para a transformação em mosquitos adultos e a continuação do ciclo de reprodução.

Cunha ressalta que ações coletivas são indispensáveis para evitar surtos. “Conversar com vizinhos, manter terrenos baldios limpos e permitir a entrada de agentes de saúde são atitudes que podem salvar vidas”, afirma. Ele também destaca a necessidade de políticas públicas para a eliminação de criadouros em áreas urbanas e rurais.

A dengue é uma doença que pode ser prevenida com ações simples, mas que requer um esforço conjunto entre a população e o poder público. O verão, com suas características climáticas específicas, exige maior atenção de todos para evitar a proliferação do Aedes aegypti.

Por fim, Rivaldo Cunha alerta sobre os riscos da negligência: “Não podemos subestimar o impacto da dengue. Além de afetar a saúde de milhares de pessoas, a doença sobrecarrega os serviços de saúde e causa prejuízos sociais e econômicos consideráveis”.

Portanto, reforçar a vigilância e intensificar as medidas de prevenção durante o verão são passos cruciais para conter o avanço da dengue e proteger a saúde da população.


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