Trabalho apresenta fatores econômicos, sociais e políticos que influenciam as possibilidades de ascensão de equipes pequenas
A liberdade esportiva dos clubes se consolida mediante o cumprimento de etapas que dependem de fatores econômicos, sociais e políticos. Foto: Rede Hoje
Da redação da Rede Hoje
Discussões sobre o conceito de liberdade esportiva — definida como a capacidade de uma equipe de futebol se manter competitiva em torneios de alto nível — são a tônica do livro-reportagem Itinerários da liberdade — a busca por independência pelos clubes de futebol de Minas Gerais, resultado do trabalho de conclusão do curso de Daniel Mendes, João Lamêgo e Maria Carolina Martins, formandos em Jornalismo na UFMG.
“A obra apresenta os caminhos percorridos por um clube de futebol considerado de pequeno porte até alcançar a elite do esporte regional, ou a liberdade”, anuncia o texto de divulgação da obra.
Conforme o conceito desenvolvido no livro, a liberdade esportiva dos clubes se consolida mediante o cumprimento de etapas que dependem de fatores econômicos, sociais e políticos. “Tais fatores são planejados e executados de diversas maneiras, conforme as administrações dos times. Essas diferenças nos percursos configuram os distintos itinerários de cada uma das agremiações que o livro buscou retratar”, informam os autores.
Além de América, Atlético e Cruzeiro, foram mostrados os caminhos de equipes mineiras de menor expressão, como o Democrata, de Sete Lagoas. Em 2020, o presidente do clube publicou uma carta aberta em que classificou o clube como “invisível”. No contexto da pandemia, o dirigente pedia ajuda em nome das agremiações de pequeno porte que passavam por dificuldades para se manterem em atividade.
SAF
Muito presente nas discussões atuais sobre futebol, o debate sobre a opção pelo modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) é explorado no livro. Foram descritos os casos de clubes mineiros como o Athletic, de São João del-Rei, o Tombense, de Tombos, o Boston City, de Manhuaçu, o North e a Funorte, de Montes Claros, e o América, de Teófilo Otoni, além do Ipatinga e do Cruzeiro.
A publicação também traz elementos que ajudam a compreender o peso das torcidas nas rotinas dos clubes, além de histórias de torcedores fiéis. Também é narrada a trajetória do time feminino do Araguari Atlético Clube, conhecido como "Pioneiras" por ter sido a primeira equipe de futebol feminino formada no Brasil.
Questões políticas e históricas envolvendo os clubes da capital mineira (América, Atlético, Cruzeiro e Sete de Setembro) também foram abordadas, com destaque para as estratégias do Sete de Setembro para sair da condição de “clube invisível”, bem como a influência belo-horizontina sobre o futebol realizado no interior do estado.
Ficha técnica
Livro: Itinerários da liberdade – a busca por independência pelos clubes de futebol de Minas Gerais
Autores: Daniel Mendes Simões de Lima, João Lamêgo Lopes Caldeira e Maria Carolina Gonçalves Martins de Andrade
Orientadores: Phellipy Pereira Jácome e Ives Teixeira Souza
Graduação: Jornalismo
Defesa: 14 de dezembro de 2022
Fonte: Comunicação UFMG