Imagem: Dim Hou | Pixabay



Indicador. Quando é positivo, todos falam. Quando é negativo pouquíssimos o mencionam. Sob a tutela eminentemente técnica, algumas palavras sob o meio ambiente desta Santa Terrinha têm que serem ditas. O clima está bom? Áreas verdes estão sendo recuperadas? Patrocínio é bem arborizada? Há proteção ambiental? Emissão de CO2e é tolerável? As respostas oficiais mostram que os patrocinenses precisam mudar um pouco. E pensar mais em seus filhos e netos. Enfim, precisam pensar no futuro alvissareiro, em termos de qualidade de vida de seus habitantes.

*** O CLIMA PREOCUPA - O percentual do município desflorestado é simplesmente 1.580% acima do mínimo ideal. Ou seja, atualmente é de 0,79; o limiar verde (limite) é de 0,05. Em outras palavras, as áreas florestais destinadas ao agro mais as áreas que deixaram de serem verdes, em hectares, em relação à área total do município, foi muito grande, de 2017 a 2019. Isso segundo o MapBiomas.

*** ASSIM... VEM A MAZELA - Por isso, a emissão de CO2e per capita (dióxido de carbono equivalente) de Patrocínio é quatro vezes maior que o ideal, segundo o sistema de estimativas de emissão de gases de efeito estufa. Também é alta a participação de Patrocínio no total de queimadas no Brasil. De acordo com o Atlas Brasil, é quase três vezes maior do que o nível desejável. Como o planejamento e estratégias para suavizar essa situação são insuficientes, conforme diz o IBGE, o clima patrocinense foi classificado como onde ‘‘há grandes desafios’’ a serem vencidos, pelo índice de desenvolvimento sustentável das cidades. Sinal vermelho aceso!

*** FRAQUÍSSIMA PROTEÇÃO AMBIENTAL - A instituição MapBiomas relata que, de 2015 a 2020, a taxa de formações florestais naturais por habitantes de Patrocínio foi de 3,14. Deveria sê-la de 25,2, no mínimo. Portanto, a taxa de áreas florestadas e naturais é irrisória. Isso tem idêntico cenário para a existência de unidades de conservação de proteção integral e uso sustentável. O Ministério do Meio Ambiente registra que a proporção do território patrocinense ocupado por essas unidades deveria ser de 28% no mínimo. Acredite se quiser, apenas, tão somente, 0,02% (quase zero mesmo) do chão de Patrocínio as têm.

*** POUCAS ÁRVORES - O IBGE informa que, em Minas Gerais, há 225 cidades (mineiras) onde a arborização de vias públicas é melhor do que a de Patrocínio. Bem melhor. Se o contexto é o Brasil, há 2.477 cidades em situação mais verde. Portanto, quase a metade das cidades brasileiras estão à frente de Patrocínio, no quesito ‘‘arborização de vias públicas’’.

*** POUCA ESPERANÇA DE MELHORIA - Como Patrocínio não plantou árvores nos últimos 20 anos, pelo contrário cortou e corta bastante árvores, a tendência é o município ser ultrapassado no ranking verde. Em Minas Gerais, já estão 225 cidades na dianteira. No próximo (e breve) levantamento do IBGE, Patrocínio poderá ter quase 300 municípios em sua frente. Quem viver, verá. Pois, no município o desejo de valorizar a natureza é vil. Quase inexistente. Verde e natureza não são prioridades no município.

*** SAGRADA MATINHA - O Parque da Matinha, ou Bosque da Matinha, ou somente Matinha, merece respeito e muito carinho. É o último reduto, a última marca de uma Patrocínio bucólica. Uma Patrocínio que, hoje, é apenas um retrato na parede. Mas... mas... isso é tão somente conservação (do que resta). Só manutenção desse santuário. Parece, que não haverá plantio adicional. Daí, a performance verde não será alterada. O município necessita é de acréscimo verde. Mais áreas verdes recuperadas, já!

***BELOS EXEMPLARES NÃO FALTAM - A cidade mineira de Senhora dos Remédios (fonte: Globo Rural) planta uma árvore cada vez que nasce uma criança na cidade. Diamantina e Passos adotaram o programa ‘‘Uma criança, uma árvore’’. Curitiba é um primor. Até a grande capital BH tem mais árvores do que Patrocínio, sob qualquer aspecto analítico. Sigamos batalhando pela vida cada dia melhor.

*** Fontes: Instituto Cidades Sustentáveis e IBGE.


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