COISAS ‘QUE PEGA BEM’ SABER


Veja que legalzinho ficou essa escada no Conservatório Municipal de Música. Uma escada musical.
A reprodução das teclas pretas e brancas de um piano foi uma ideia simples, original, criativa, super decorativa e certamente pedagógica.
Uma escala de música numa escola de música.
Por mais pequenas iniciativas assim, espalhadas pela cidade, elas fazem grande diferença. Eu que gosto de coisas simples, mas não comum, adorei….

CURA LOUCURA

Uma grande figura lá da terra do Fusca, chamado Goethe, matou a pau falando sobre a arte como remédio infalível. Senão vejamos: “ TODOS OS DIAS DEVERÍAMOS OUVIR UM POUCO DE MÚSICA, LER UMA BOA POESIA , VER UM BOM QUADRO E, SE POSSÍVEL, DIZER ALGUMAS PALAVRAS SENSATAS”.  Essa frase foi dita há mais de duzentos anos, mas seu frescor de atualidade me encanta. A arte, realmente faz bem, previne, redime e cura, (eu você e o mundo) do caos e da loucura. Pra refletir: Se a arte não vai bem no mundo é porque, no fundo, a vida não vai bem . “A vida emite a arte”.


INVERSÃO

Tive um pesadelo uma determinada noite destas. Sonhei que não podia expressar o que pensava. Era terminantemente proibido expor o que se passava na realidade. Via uma situação, tinha que negar o que via. Sofria muito moral e psicologicamente, pois não tinha somente de negar, tinha de inverter toda a situação.

Se era dia, tinha de dizer que era noite;

Se era amargo, tinha de dizer que era doce;

Se era péssimo, tinha de dizer que era excelente;

Se era corrupto, tinha de dizer que era honesto;

Se era inferno, tinha de dizer que era céu;

Se era ditadura, tinha de dizer que era democracia.

Acordei, a realidade era pior do que o pesadelo. Vi perseguições, injustiças, manipulações e corrupções como nunca. Vi absurdos, mas tinha de dizer que era normal.

Não é nada do que a internet livre e as estatísticas estão lhe mostrando, Milton. Vale é o que a grande imprensa tem informado. Ponha na sua cabeça: Quem venceu foi o amor. O ódio perdeu...”

O MAIOR SEQUESTO DO ESTADO DE MINAS.

Neste 21 de agosto, marcou os 30 anos do MAIOR SEQUESTRO OCORRIDO NO ESTADO DE MINAS. Que, infelizmente, foi em Patrocínio.

Os jovens Guilherme Henrique de Oliveira, então com 22 anos e, seu amigo, Marcelo Nunes, 23, foram sequestrados, no dia 19 de Agosto, ás 11: 20 na porta da casa dos pais de Guilherme, Sr Altair Olímpio e Dona Totinha. Guilherme é irmão de Thiago Oliveira, Superintendente do Hospital do Amor em Patrocínio, que à época era uma criança.

Depois do fato, as horas, dias, semanas começaram a passar sem notícias e sem contatos com os sequestradores. O fato se espalhou, imediatamente ganhou destaque em rede nacional, repórteres dos principais veículos de comunicação do país estavam em Patrocínio fazendo a cobertura. Mas as informações eram zero. Sabia-se apenas que um carro Versailhes foi encontrado carbonizado próximo a Monte Carmelo, não trazia vestígios de sangue de ambos, isso alimentava a esperança de que estariam vivos.

O governo do estado entrou com as forças de segurança também no caso. Em meio ao desespero, muitas especulações, boatos, quanto a contato, preço de resgate, eram desmentido pelos porta-vozes da família Márcio Amaral e Dr Otacílio Ferraz, à imprensa que se acampou na porta da residência do Sr Altair e Dona Totinha.

Jamais vi nossa cidade tão comovida, apreensiva e solidária. Era como se Guilherme e Marcelo, fossem membros da família de cada patrocinense.

Dona Totinha fazia apelo comovente em rede nacional. A cidade inteira ia ás lágrimas. Nada de sinal. Só silêncio. Muitas orações, vigílias. A data mais solidária ocorrida em Patrocínio.

Já se sabia estar diante de sequestradores profissionais. Saiu na época uma reportagem bombástica numa revista de circulação nacional, superdimensionando o patrimônio das famílias patrocinenses na cultura do café e a família do Sr Altair foi um dos destaques. Isso atraiu de longe os malfeitores.

A pedido da família, a imprensa se afastou do caso, ficando somente a polícia e o clamor de todos os credos e confissões religiosas a Deus.

Imagino que os bandidos não esperavam tamanha repercussão, e o plano deles que era pedir valor altíssimo de resgate, passou a ser se livrar dos sequestrados. Mas o plano de Deus era, salva-los.

34 dias depois, explodia a notícia mais esperada. Na verdade, um milagre. O Delegado João Reis e sua equipe, com a Polícia anti-sequestro de Minas, estourou o cativeiro, numa fazenda em Ipameri- GO, libertando Guilherme e Marcelo.

Eles estavam em uma grota acorrentados. Sofreram muitas torturas físicas, psicológicas, suspeita-se que tenha cavado a própria cova. Com o tempo os bandidos, foram ficando cada vez mais nervosos.

Dos seis sequestradores, um foi morto no local, os demais pegaram pena de 13 a 15 anos.

Foi um resgate cinematográfico com o final feliz mais esperado.
30 anos depois, se prestar bem a atenção, Patrocínio é uma das cidades, que mais tem muros altos e cercas elétricas na região. Quem pode afirmar se não é uma espécie de trauma coletivo desse triste episódio. Pois a cidade sofreu as dores da família do Sr Altair e Dona Totinha.


Só sei que, Guilherme e Marcelo chegando sujos, barbudos e despenteados, MAS VIVOS, foi uma das imagens mais lindas e comoventes que essa cidade já viu.


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