Progresso. O de um lugar (país, estado ou município) é medido por índices/indicadores técnicos. O afamado PIB (Produto Interno Bruto) é o principal deles. Mas, há outros bons. Nos últimos tempos, vários municípios mineiros utilizam de um indicador para a promoção (divulgação) do município, ou (até) para a promoção da administração do prefeito. É o caso do IDSC-BR. É o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades, elaborado pelo Instituto Cidades Sustentáveis–ICS. Cidades mineiras, tais como Itajubá, Santa Rita do Sapucaí, Cachoeira Dourada e Nova Serrana (as líderes em Minas no desenvolvimento sustentável), têm aproveitado o IDSC para as suas divulgações e badalações. Quanto a Patrocínio, o seu nível de desenvolvimento sustentável é classificado como “Médio”. Nem ruim nem bom. Tanto é que há, praticamente, 750 municípios brasileiros com maior e melhor desenvolvimento sustentável do que o de Patrocínio.
PRIMEIRO PONTO FRACO – Na verdade, são 169 metas que qualquer município procura alcançar para que o seu IDSC seja louvável. Exemplificando, Patrocínio não está bem na área criminal. Quatro indicadores estão com níveis baixíssimos. São eles: Mortes por Armas de Fogo, Taxa de Homicídio, Mortes por Agressão e Homicídio Juvenil Masculino. Para tanto, o ICS utilizou-se de informações do SUS (Datasus). Em outras palavras, a criminalidade no Município precisa ser reduzida.
INFRAESTRUTURA DEFICIENTE – Com números do IBGE e SICONFI, o Instituto concluiu que o investimento público em infraestrutura urbana per capita é muito pequeno em Patrocínio. Transferência de tecnologia, intercâmbio de dados e capital humano (nível de inteligência) estão incluídos nesse indicador, onde a cidade se encontra muitíssimo aquém da necessidade.
AGRESSÃO À NATUREZA, OUTRA FALHA – A taxa de formações florestais naturais por habitante (per capita) é uma vergonha. O mínimo é em torno de 25%. Patrocínio, nos últimos dez anos, permaneceu em torno de 3%. Palavras do MapBiomas. O ICS frisa bem que os seres humanos e animais dependem da natureza para o alimento, ar puro, água limpa e equilíbrio do clima. Por isso, as árvores são patrimônio divino. Árvore planta-se. Outra vergonha é o indicador “Unidades de Conservação de Proteção Integral e Uso Sustentável”. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (Marina Silva), o mínimo ideal para cada município é ter 28% do território ocupado por Unidades de Conservação. Patrocínio tem o insignificante percentual de 0,02%. Incrível.
EMPREGO E TECNOLOGIA: A DESEJAR – O percentual de empregos em atividades de intenso conhecimento e tecnologia é baixo. O ideal gira em torno de 14%. O de Patrocínio frequenta a faixa de 10%. E parece que isso não preocupa a ninguém. A valorização da micro e pequena empresa é um dos capítulos desse cenário negativo.
INFELIZMENTE, TEM MAIS – O nível de desenvolvimento sustentável de Patrocínio, classificado como “Médio”, é também explicado por diversos outros indicadores. Tais como o percentual do Município desflorestado (corte de árvores) apresentado pelo MapBiomas. A diferença entre a realidade verde patrocinense e o que deveria ser é enorme. Por exemplo, a área do Município que deveria ser desflorestada seria de 0,05%. Mas, foi de 16 vezes mais, ou seja, 0,79%. E a coisa não para. Queimadas são significativas em PTC. Emissões de CO²e per capita nem se fala (CO²e indica gases de efeito estufa). Percentual de estabelecimentos agrícolas dedicados à sadia agricultura orgânica é pífio em Patrocínio. No mínimo, deveria ser 7% de todos os estabelecimentos agrícolas. No último levantamento do IBGE foi de 0,04%. Um escândalo!
OS NÚMEROS – Patrocínio alcançou 53,5% na pontuação geral do IDSC (Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades). Com isso, ganhou o conceito “Médio”. Para não ficar muito triste, Patos de Minas está empatado com Patrocínio (também 53,5%). Monte Carmelo abaixo (50,9%). Todavia, Araxá é show (56,3%). Uberlândia outro show (59,3%). Belo Horizonte também à frente de Patrocínio (55,5%). Itajubá, com as suas árvores e escolas superiores, encontra-se no patamar superior (60,5%).
ENFIM – Onde a natureza é respeitada, há desenvolvimento sustentável. Palavras do Instituto Cidades Sustentáveis, da ONU e de diversas entidades sérias que tratam do tema.