Imagem de Moondance | Pixabay
Eustáquio Amaral | Primeira Coluna
Trabalho. É um fator essencial na Economia. Pela sua pujança econômica, o trabalho/emprego em Patrocínio é bastante tímido. Todos pensam que o Agro (grupo agropecuário) é o maior empregador do Município. Ledo engano. Quem emprega mais é o grupo Serviços, que emprega o dobro do grupo Agropecuário. O outro bom grupo empregador é Comércio. Com a ajuda do Caged-Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, pertencente ao Ministério do Trabalho, o enigma do emprego no Município é esclarecido. Para demonstrar com números, a análise será de 2020 a 2025 (até janeiro). Em poucas palavras, Serviços e Comércio estão “salvando a lavoura”. E o pequeno grupo Indústria ainda “marcando gol contra”, todos os anos. Será que os municípios vizinhos estão no mesmo barco de Patrocínio? E o IBGE registra que um patrocinense trabalha para três, em média. Isso assusta.
DESEMPENHO FRAQUINHO EM 2024 – Até dezembro/2024, Patrocínio tinha quase 24.000 pessoas com carteira assinada no setor privado + setor público. Mais precisamente 23.613 carteiras. Entre admissões e desligamentos houve saldo positivo de 787 pessoas. Ou seja, em 2024, houve geração de mais de 787 empregos. O que é positivo, mas acanhado.
QUEM “JOGOU BOLA” EM 2024 – Comércio e Serviços jogaram bem. Comércio foi o que mais empregou (363 pessoas a mais). Ou seja, admitiu mais do que demitiu. E o Comércio empregou/emprega 6.601 pessoas com carteiras. Serviços empregou/emprega quase 9.000 pessoas (precisamente 8.899). Mas empregou a mais um pouquinho menos do que o Comércio (342 pessoas) em 2024. E quem é “craque e não jogou bem” foi o grupo Agropecuário, quando demitiu mais do que admitiu. Será consequência da tecnologia no campo? Pois, embora imperceptível, houve (três) demissões a mais do que admissões. O agro patrocinense é o 3º lugar que mais emprega com 4.257 de estoque (carteiras assinadas). Portanto, atrás do Comércio e Serviços. Já o grupo Indústria emprega/empregou 3.250 pessoas, em 2024. Já o grupo Construção tem 606 pessoas com carteiras assinadas. Indústria e Construção, em 2024, ficaram onde estavam. Ou seja, no mesmo lugar.
MULHER É MAIS ADMITIDA EM PATROCÍNIO – Dos 787 empregos a mais, em 2024, 546 novas carteiras assinadas a mais eram de mulheres. E 241, de homens. Isso sobretudo na faixa etária predominante de 18 a 24 anos. Em 2021 e 2022, ocorreu o mesmo “baile” das mulheres sobre os homens, em PTC. Agora, em janeiro/2025, como o desemprego está aflorando, o número de mulher demitida foi um pouco maior. O número maior de demissões aconteceu nos Serviços, Comércio e Técnicos de Nível Médio. No geral, é bom dizer que há mais homens do que mulheres com carteiras de trabalho assinadas em PTC.
O POSITIVO E O NEGATIVO NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS – O Emprego e o Desemprego, ou, a Admissão e Demissão (desligamento), oscilaram bastante, desde 2020, em Patrocínio. Interessante é o mês de junho. É o mês que mais emprega. Depois, vêm maio e julho. Principalmente, por causa do grupo Agropecuário. Do lado negativo, os meses em que há mais Demissões (desligamentos) são agosto e setembro. Também por causa da Agropecuária. Por causa da Covid, o Comércio bateu o recorde de demissões, em março e abril de 2020. Isso quando começou o isolamento social.
EMPREGO FORMAL EM 2025 – O único grupo que admitiu mais do que desligou (demitiu) foi o da Agropecuária. Houve saldo positivo de 125 carteiras de Trabalho a mais do que em 2024. O Comércio, por ser época depois do Natal (janeiro), foi o que mais demitiu (104 pessoas a mais do que contratou em janeiro). Os outros três grupos, embora menores, também tiveram saldo negativo. No conjunto do Município (todos os grupos econômicos) houve mais desligamentos (demissões) do que admissões agora em 2025. O saldo negativo foi de 16 carteiras de trabalhadores a menos.
RESUMO DA PROSA “EMPREGO EM PTC” – Em 2024, houve mais de 15.000 demissões (15.543 desligados). Todavia, do outro lado da moeda, houve 16.330 admissões. O que deu saldo positivo (quantidade de vagas) passou de 22.826, em 2023, para 23.613 vagas com carteiras assinadas em 2024.
VERSÃO DO IBGE: SÓ 29% DA POPULAÇÃO TRABALHA – Considerando que a população aproxima de 94.000 habitantes (93.852), significa que apenas pouco mais de 27.000 cidadãos estão ocupados (com trabalho). Significa também que há mais de 100 cidades de MG, em melhor situação do que Patrocínio. Exatamente 112 cidades. E 1.060 cidades no Brasil. Preocupante. Para essas 27 mil pessoas trabalhando, o salário médio mensal patrocinense (repete-se: salário médio) é de R$ 3.036,00 (R$ 3 mil para ficar claro). Quanto a esse “salário médio”, Patrocínio “come poeira” de 152 municípios à frente, em Minas.
CONCLUSÃO: FALTA EMPREGO – Essa situação está no cotidiano de Patrocínio há muitos anos. Calcula-se para o nível de outros grupos (Indústria e Construção) estar no mesmo patamar do grupo Agropecuária, há necessidade de mais 1.000 empregos, no mínimo. Ou seja, 1.000 novas vagas.
ENTÃO, O QUE FAZER? – Como Comércio e Serviços formam o setor terciário da Economia, e eles são, praticamente, impulsionados pelo setor primário (agro e extrativismo) e setor secundário (indústria e construção), a esperança de novos empregos está na Indústria. Pois, a Agropecuária encontra-se quase na plenitude. O planejamento para Patrocínio tem que objetivar mais indústrias. Pelo menos, que gerem 800 empregos (os outros 200 empregos, por consequência, ocorrerão no Comércio e Serviços). O que não poderá acontecer é deixar de competir na atração de indústrias. Exemplo, segundo a mídia local, ventilou-se indústria no Município e essa foi para Patos de Minas. Isso aconteceu nos últimos tempos.