Vinícius Reis Dias, de 39 anos, que perdeu a luta contra a diabetes e uma bactéria; e faleceu neste sábado em Patrocínio
Luiz Antônio Costa | O Som da Memória
No velório de Vinícius Reis Dias, de 39 anos, vítima de complicações da diabetes e de uma infecção bacteriana não identificada, a família enfrenta a dor da perda enquanto relembra a luta incansável contra a doença. A música de Chico Buarque, "Pedaço de Mim", ecoa como um retrato fiel da saudade que agora habita o coração de Davi Dias e sua família.
Chico Buarque descreve com precisão a dor de perder um filho na música "Pedaço de Mim". Ele encontrou a definição mais comovente para a saudade: "Saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu". Essa dor só é verdadeiramente compreendida quando sentida de perto, seja na própria pele ou na de um amigo. Hoje, sábado, 22 de março de 2025, em Patrocínio/MG, testemunhei essa dor no velório de Vinícius Reis Dias, que faleceu aos 39 anos após uma batalha contra a diabetes e uma infecção bacteriana que não foi identificada, apesar dos esforços da equipe médica liderada pelo infectologista Dr. Leandro, da Santa Casa de Patrocínio.
Davi Dias Neto, pai de Vinícius, lamentava, mas mantinha-se resignado: "Os médicos fizeram de tudo. Não tenho nada a reclamar do hospital ou da equipe que atendeu meu menino. O Vinícius estava com a diabetes descontrolada, acima de 600. Teve que parar de trabalhar porque não estava aguentando. Os médicos passaram um medicamento mais forte que a morfina. Ontem à noite, meu outro filho, Leandro, me preparou quando foi necessário entubar o Vinícius: 'Pai, pode se preparar para o pior, o Vinícius não vai suportar'. Esta noite foi terrível, não consegui dormir."
O pior aconteceu. Às 7h25 da manhã, ligaram do hospital para Davi, pedindo que levasse os documentos do filho. Não precisaram dizer a palavra "morte". "Já saí sabendo o que havia ocorrido", contou Davi, que se mantém forte — ou tenta parecer — neste sábado. Ele sabe das consequências que virão: "Tenho muitas coisas que, cedo ou tarde, vou ter que encarar, mas, por enquanto, não tem como mexer."
Enquanto conversava com amigos — Benildo Borges, Johnny Pires, da Rádio Difusora (onde Davi trabalha), e eu —, Davi demonstrava preocupação principalmente com a esposa, Beatriz, a filha, Laísa e com os netos. "Vai ser uma barra", previa.
Vinícius era casado com Susana Ferreira e pai de Pedro Miguel e Manuela. Filho de Davi Dias Neto e Beatriz Reis Dias, e irmão de Laísa e Leandro, ele foi despedido em uma cerimônia no Cemitério Municipal de Patrocínio, no mesmo sábado, às 17h.
Como bem diz Chico Buarque na música, e concordo plenamente, a saudade agora habita o coração de Davi, Beatriz, Laísa e Leandro. Um pedaço de cada um deles se foi com Vinícius, e a dor de sua partida será por toda a vida. Meus sentimentos à toda a familia.
