LINDA MULHER... – Uma foto a lá Hollywood.

Toniquinha Lemos Borges (anos 40)




Histórica
. Patrocínio perdeu uma pessoa assim. Dia 05 de fevereiro (sábado), à tarde, Toniquinha Lemos Borges Rodrigues, aos 97 anos, em sua longeva residência, à Rua Presidente Vargas, partiu para a vida eterna. Deixou, filhas (Brigida, Lucélia, Rosângela e Maria Hipólita), netos e sinceras amizades. Deixou carinho, amor a Patrocínio, ensinamentos e informações para a história patrocinense. Em homenagem à professora Toniquinha Borges, reviver um pouco os anos 30, 40 e 50, na sua literária visão, é apresentar a bucólica cidade da maneira que apenas ela soube fazê-la.

TRADICIONAL FAMÍLIA – Dona Toniquinha (Antônia Lemos Borges), viúva de empresário (que ditou a moda masculina em Patrocínio) Pedro Rodrigues Pereira. Última neta viva do maior líder político do Município do começo no século XX até o final dos anos 20, Honorato Borges. Ou coronel Honorato Martins Borges. Toniquinha também era prima em primeiro grau do ex-prefeito Enéas Aguiar (UDN) e de Júlio Aguiar. Sobrinha do coronel João Cândido de Aguiar. Nomes que os patrocinenses escutam e falam a todo instante. Suas irmãs se destacavam na Escola Honorato Borges (Prof. Clérida foi diretora e professora Célia, inesquecível mestra), nos anos dourados.

OS PRIMEIROS MOTORISTAS – Zaca Botelho, também primeira miss Patrocínio, foi a primeira “chofer” (motorista) da cidade (anos 30). Já os primeiros “choferes de praça” (taxistas) foram Milton Marques (ex-chofer de Honorato Borges), João de Deus (“dirigindo quase parando”), Júlio Pinto, Armando Santos, Emídio Santos (o “Patinho), João Comprido, Luiz Capuano (marido da prof. Lirinha), Fiínho Amaral e Eduardo..., segundo esse depoimento escrito da professora Toniquinha, em “Recordar é Viver”.

RIGOR NA ESCOLA – O Colégio N. S. do Patrocínio, em 1938, obrigava às meninas-moças a usarem uniformes limpos, passados e impecáveis. O Ginásio Dom Lustosa também. E, segundo Toniquinha, ex-aluna, não podia entrar na escola com cabelos “topete”, ou seja, para cima. Nem unhas grandes, nem com esmalte. Para se ter ideia do “conservadorismo” do Colégio, naquele ano (1938), a turma do 3º ano (Normal) fez excursão a Belo Horizonte, pelo trem de passageiros. Ao retornar, cinco estudantes voltaram com “permanente” nos cabelos, bem moderninho para a época. Consequência: foram expulsas da escola por uma semana.

LOJAS INESQUECÍVEIS – Casa Facury (Av. Rui Barbosa), Casa Mansur (Praça Santa Luzia), Casa da Ginuca (Rua Governador Valadares), Sêda Bela (de Mário Guimarães), Casa Stela (de Joaquim Dias), Casa São Paulo (do libanês Chucre), Casa Libaneza (do Jamal, praça Santa Luzia), Loja Moisés (de Maria Moisés), Casa Daura (de José Daura), Dragão das Louças (de Zico Mansur), Casa dos Calçados (Av. Rui Barbosa, do Abrahão), Casa do Tuniquinho (Av. Rui Barbosa), Casas Manuel Nunes (Rua Gov. Valadares), A Patrocinense (de Lázaro Caixeta), Bandeira Vermelha, Casa Armênia (de Demostenes Amaral, Praça Santa Luzia) e mais outras lojas indeléveis na memória de Patrocínio. Hoje, são somente retratos na parede. Bem amarelados. Ou, existem apenas na saudade. De uma Patrocínio rural e fraternal, onde todos conheciam todos. Como se observa nessa listagem, grande parte do comércio patrocinense pertencia a gente do Líbano ou de seus descendentes.

PRIMEIRAS PAPELARIAS – A pertencente ao Sr. Alfredo Borges, na Praça Honorato Borges com Rua Governador Valadares (posteriormente, foi a Sapataria do Bebem), foi a papelaria pioneira. Conforme Toniquinha Borges, a segunda papelaria localizou-se atrás do Grupo Escolar Honorato Borges. Pertenceu a Raul Chaves.

MAIS REVELAÇÕES – Padres Holandeses tinham “sinuca” no Dom Lustosa para se divertirem (inclusive na época do padre Eustáquio, residindo no ginásio). XXXX Alunos da Escola Honorato Borges (primário) para se formarem, aos dez anos de idade, tinham provas orais, com examinadores de outras cidades, além das provas escritas. XXXX Para viajar pelo trem de 1ª classe, usava-se chapéu, boina e guarda-pó (capa fina). XXXX O primeiro hotel de Patrocínio foi o Hotel Avenida, na Praça Santa Luzia (pista da Rua Cel. João Cândido), nos anos 30. O Hotel Santa Luzia foi o 2º, nos 40. XXXX Havia dentistas “práticos” como o Sr. Modesto Silveira e Lázaro Caixeta, chamados de “artistas das próteses”. XXXX Vinho “Generoso”, foi fabricado por José Olímpio Arantes, com uvas colhidas em seu quintal (região da antiga cadeia, próximo ao Dom Lustosa). XXXX E... tantas outras coisas testemunhadas pela memorável Dona Toniquinha.

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