Inauguração do estádio Júlio Aguiar, CAP (Seleção de Patrocínio) e América Mineiro, dia 1 de maio de 1962. O vôo de Dedão, goleiro que morava no meu bairro e mais tarde foi meu colega de time, no Ferroviário. Aqui começou a paixão pelo CAP.
ODE AO PATROCINENSE
Correndo com raça, de forma decente.
Compete em paz, mas garra é o que sente.
Meu time é guerreiro, vibrante, insistente.
A imagem em campo da luta da gente.
A cada gol que faz um atleta Grená,
A minha paixão está correspondida.
E se emoção mais forte não há,
Essa vibração é plena de vida.
Nossa busca é constante pela vitória,
Contudo, na vida, nem sempre se vence
Ganhar é importante, mas a minha glória
É estar na torcida do Patrocinense.
Este poema é parte do cerimonial do lançamento do livro “CAP: A História de Uma Paixão Grená”, cujo evento se daria hoje, 15 de julho de 2022. Na realidade eu escrevi como hino e ele estava na fase de elaboração livro, como ele só sai agora, outros dois hinos — muito bonitos — foram compostos (um por Frederico Lopoes Junior e outro Sebastião Jacinto Júnior), então o hino fica como uma ode ao Patrocinense.
O lançamentos do livro teve que ser adiado por causa de atrasos no sedex dos Correios. Repito aqui, o que já está na reportagem sobre o problema: o despacho feito dentro do prazo, a previsão de chegada para o dia 11, porém o pessoal dos Correios não sabe onde estão cinco caixas de livros. Mas, vida que segue.
Na próxima semana vamos definir outra data, provavelmente ainda em julho, onde nós, que amamos o CAP, nos encontraremos numa grande confraternização e você poderá, se quiser, ler e reviver as histórias do nosso clube desde 1948.
No livro, você vai saber porque coisas relacionadas ao CAP me tocam tão profundamente. Algumas coisas adianto. A primeira delas, é o time que representa Patrocínio. Cidade mineira, erguida no Alto Paranaíba — que deu origem a muitas outras desta região—e que é maravilhosa em todos os sentidos. Pelo menos pra mim. Tem defeitos como todas, mas, pra mim, é perfeita. Não é minha cidade de nascimento, mas é onde vivo desde meus quatro anos. Dela, além de tudo, tenho o título de “cidadão honorário”.
A segunda é que nos anos 1960 eu era praticamente vizinho de Dedão, morávamos no mesmo bairro. Ele me encantava com as defesas espetaculosas e magistrais (na foto que abre esta crônica, do jogo entre o embrião do Patrocínio Esporte — que era o CAP, com outro nome, esta história tambem está no livro — faz uma defesa espetacular que foi congelada no tempo, não sei quem é o autor, mas foi o próprio Dedão que me cedeu para a revista Presença). Foi ele que, como eu, era filho de ferroiário, me fez apaixonar pelo Patrocinense.
Então, por volta de 1964, quando eu tinha 10 anos, começou a paixão pelo CAP. Mais tarde, com meus 16 anos, fui goleiro (ruim) dos aspirantes do Ferroviário, onde ele era titularíssimo. A minha paixão pelo CAP, começou aí.
E o terceiro motivo é que pelo Patrocinense conheci grande parte das pessoas, com as quais ainda me relaciono. Meus colegas de profissão, atletas, ex-atletas, dirigentes, membros de comissões técnicas, torcedores, empresários, etc.
Para se ter uma ideia, muitos dos jogadores da fase amadora e depois dos primeiros times profissionais do CAP, ainda hoje são amigos fraternos.
Isso não foi uma “nuvem passageira”, como diria o poeta e publicitário gaúcho, Hermes Aquino, na famosa música. Foi um amor real. Mais que um clube esportivo, o CAP significa para mim uma filosofia — que está nos versos que abrem esta crônica —, um meio que me proporcionou fazer sempre novos amigos. Muitas emoções pessoais e profissionais.
E pra fechar, contando ainda que toda a minha família (que é a coisa mais importante que Deus, generosamente, colocou no meu caminho) torce para o time grená.