No Dia Internacional das Meninas, 11 de outubro, secretário-geral adverte que antigas formas de discriminação persistem e novas surgem, com jovens excluídas do mundo online; este ano, data destaca liderança feminina para impulsionar mudança. 


Jovem é fotografada em seu abrigo em um campo de deslocados na costa oeste do Iêmen.
 
Jovem é fotografada em seu abrigo em um campo de deslocados na costa oeste do Iêmen© IOM/Angela Wells

Da redação da Rede Hoje

Agravamento da discriminação de gênero

Ele destaca que as antigas formas de discriminação contra as meninas continuam e, em alguns casos, estão piorando. No Afeganistão, elas estão impedidas de exercer os seus direitos e liberdades mais básicos. Não podem participar da vida pública, não têm acesso à educação ou independência econômica.

Meninas que são membros do conselho consultivo juvenil, Nairobi
UNICEF Kenya

António Guterres alerta que estão surgindo novas formas de preconceito e de desigualdade, com muitas meninas excluídas do mundo online. Para o secretário-geral, os algoritmos digitalizam e amplificam o sexismo.

Segundo o líder da ONU, em todo o mundo, as meninas estão reagindo, confrontando o sexismo, combatendo os estereótipos e criando mudanças que devem ser apoiadas.

Estímulo para os ODS

Em sua mensagem para a data, Guterres cita sua proposta estímulo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. 

Ele defende que mais investimento deve ser feito na liderança feminina, o tema do Dia Internacional das Meninas deste ano. O financiamento deve apoiar a alcançarem suas ambições e para impulsionar a igualdade de gênero. 

Segundo Guterres, com mulheres e as meninas na liderança, atitudes podem ser transformadas, gerando mudanças e promovendo políticas e soluções que atendam às necessidades.

Neste Dia Internacional das Meninas, o chefe da ONU pede mais vozes para renovar o compromisso na construção de um mundo onde todas possam liderar e prosperar.

Menina venezuelana no centro de acolhimento para famílias de migrantes localizado em Iquique, Chile

Menina venezuelana no centro de acolhimento para famílias de migrantes localizado em Iquique, Chile
© UNICEF/Pablo Vera-Lisperguer
 
Dados

Quase uma em cada cinco meninas ainda não conclui o ensino secundário inferior e quase quatro em cada 10 não conclui o ensino secundário.

Cerca de 90% das adolescentes e mulheres jovens não utilizam a internet nos países de baixa renda, enquanto os seus pares do sexo masculino têm duas vezes mais probabilidades de estarem online.

Globalmente, meninas entre cinco e 14 anos gastam 160 milhões de horas a mais todos os dias em cuidados não remunerados e trabalho doméstico do que os rapazes da mesma idade.

Um quarto das adolescentes casadas ou em união estável, de idades entre 15 e 19 anos, sofreu violência física ou sexual por parte de um parceiro íntimo pelo menos uma vez na vida.

Mesmo antes da pandemia da Covid-19, 100 milhões de meninas corriam o risco de casamento infantil na próxima década. Na próxima década, mais 10 milhões estão em risco de casar ainda crianças em todo o mundo.


Reportagem fornecida pela ONU

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