Entre os detidos estão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, Chiquinho Brazão, deputado federal pelo Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio.

Marielle Franco, assassinada em março de 2018 Créditos: Wikipedia

Da Redação da Rede Hoje

Uma operação conjunta, liderada pela Procuradoria Geral da República, em colaboração com o Ministério Público do Rio de Janeiro e a Polícia Federal, resultou na prisão de três suspeitos apontados como os mandantes do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido em março de 2018.

Entre os detidos estão Domingos Brazão, atualmente conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, figura proeminente como deputado federal pelo Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, segundo informa o portal G1.

A operação, desencadeada neste domingo, não se limitou apenas às prisões. Foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão, visando locais estratégicos como a sede da Polícia Civil do Rio e o Tribunal de Contas do Estado. Documentos relevantes foram apreendidos, assim como dispositivos eletrônicos, que serão submetidos a uma minuciosa análise pericial.

Os investigadores têm se empenhado na busca pela motivação por trás desse ato hediondo. Indícios apontam para questões relacionadas à expansão territorial de milícias no Rio de Janeiro, lançando luz sobre um cenário complexo de poder e interesses.

A decisão de realizar a operação no início do domingo teve como objetivo surpreender os suspeitos. Informações de inteligência sugeriam que estavam em estado de alerta nos últimos dias, especialmente após a homologação da delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Lessa, que está detido desde 2019 sob a acusação de ser um dos executores do crime, contribuiu significativamente para o avanço das investigações ao fornecer detalhes sobre os mandantes e a motivação por trás do assassinato, como parte de seu acordo de colaboração com a Polícia Federal.

Segundo suas declarações, os mandantes fazem parte de um grupo político influente no Rio de Janeiro, com interesses que permeiam diversos setores do Estado. Sua cooperação revelou detalhes cruciais, incluindo encontros com esses indivíduos e indícios sobre as complexas motivações que permearam esse ato de violência. 

Marielle Franco

Marielle Francisco da Silva, mais conhecida como Marielle Franco (Rio de Janeiro, 27 de julho de 1979 – Rio de Janeiro, 14 de março de 2018), foi uma destacada socióloga, ativista e figura política brasileira.

Membro do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), ela conquistou uma cadeira na Câmara Municipal do Rio de Janeiro para o mandato de 2017-2020, após uma impressionante votação nas eleições municipais de 2016, figurando como a quinta mais votada.

Marielle era reconhecida por sua defesa incansável do feminismo, dos direitos humanos e por suas críticas à intervenção federal no Rio de Janeiro, assim como à conduta da Polícia Militar. Ela denunciou inúmeros casos de abuso de autoridade cometidos por policiais contra residentes de comunidades marginalizadas.

No trágico dia 14 de março de 2018, Marielle Franco foi brutalmente assassinada a tiros, juntamente com seu motorista, Anderson Pedro Mathias Gomes, nas imediações do Estácio, região central do Rio de Janeiro.


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