Por meio do PIPC, oficina reuniu público diverso para debate e propostas sobre o cuidado com os recursos hídricos.



Foram feitas apresentação do CCA e… . Fotos: Comunicação CCA

Por Polliana Dias* 

Desde o dia 11 de novembro, o Consórcio Cerrado das Águas iniciou a execução da expansão de sua metodologia para o município de Serra do Salitre. Neste dia foi realizada a primeira Oficina PIPC – Programa de Investimento no Produtor Consciente, no município que tem na agricultura, sua principal fonte de economia, reunindo diversos segmentos para um debate e também propostas de ações para conservação dos recursos hídricos.

Durante a manhã, produtores rurais, poder público local e de municípios vizinhos, entidades ligadas ao fornecimento da água, empresas e instituições bancárias, participaram de dois momentos importantes para a discussão sobre a água.

Com os eventos adversos e as mudanças climáticas, este é o momento de termos atitudes concretas para resolver o problema. O CCA começou em Patrocínio e, agora chega em Serra do Salitre, uma vez que já conta com outros municípios com proposta de adesão, e, assim, criar um grande corredor verde aqui no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, trazendo uma mudança geral e positiva no nosso ecossistema, com melhoramento da qualidade de vida da população, com processos produtivos mais eficientes, com conservação do solo e manejo de recursos hídricos. Veio trazer uma mudança em âmbito geral na região como um todo”, avalia Augusto Peres Arruda, Secretário de Meio Ambiente de Serra do Salitre.

ZAP - Zoneamento Ambiental Produtivo

O ZAP -Zoneamento Ambiental Produtivo, instrumento consolidado em Minas Gerais que contribui com o planejamento territorial visando ao uso sustentável dos recursos naturais, foi desenvolvido em parceria com o SEBRAE/INAES e apresentado pela consultora técnica do Sebrae, Fabiana Vilela, aos participantes. O estudo do ZAP auxilia na compreensão da dinâmica destas bacias bem como na identificação de áreas com maior potencial para restauração, garantindo assim o fornecimento de importantes serviços ecossistêmicos.

Com a primeira oficina PIPC em Serra do Salitre foi dada a largada para o trabalho de construção de paisagens produtivas sustentáveis dentro da bacia do Ribeirão Grande. Nessa primeira oficina, conhecemos melhor o estado de conservação da bacia, ouvimos os produtores e apresentamos as estratégias que o CCA tem para melhorar a produtividade de suas propriedades”, esclarece Fabiane Sebaio, secretária executiva do Consórcio Cerrado das Águas.

Dinâmica facilitadora

 dinâmicas em Serra do Salitre. Fotos: Comunicação CCA



O segundo momento promoveu a interação entre os participantes, compartilhando experiências, visões de melhorias e possibilidade de ações para a conservação dos recursos hídricos, os participantes compreenderam a metodologia de trabalho do Consórcio Cerrado das Águas e apoiaram suas iniciativas, tendo em vista os resultados já apresentados no projeto-piloto na bacia do córrego Feio, em Patrocínio, município vizinho.

A oficina também apresentou o experimento sobre Conservação do Solo: infiltração e escoamento superficial demonstrado pela equipe do CCA. De forma didática, foi demonstrada a importância do planejamento de uso das terras possibilitando que a água se infiltre no solo, abastecendo o lençol freático em detrimento de processos erosivos e, consecutivamente, a perda da camada agricultável da terra. O experimento reflete a importância da implementação das práticas de agricultura inteligente no controle de perdas de solo e água em áreas agricultáveis, maximizando a produtividade, tangibilizando a forma de atuação do Consórcio Cerrado das Águas e chamando a atenção dos produtores presentes no evento.

O evento foi o pontapé inicial e muito importante para a preservação das nascentes e do solo em geral. É um processo muito importante, por que será feito junto com o produtor, a iniciativa privada e a prefeitura, sendo que essa se disponibilizou a oferecer máquinas e equipamentos para fazer o que for necessário para plantar e reestabelecer as condições das nascentes. O ponto que merece destaque é a cadeia que o CCA propõe, unindo o produtor e as empresas para o mesmo objetivo. Essa parceria vai nos mostrar de que forma podemos melhorar o que já fazemos para cuidar das nascentes e do solo”, avalia o produtor rural Osmar Pedron.

PIP e as oficinas individuais

O grande diferencial do CCA é sua capacidade de estabelecer uma parceria agregadora entre os setores envolvidos, entendendo as necessidades dos produtores rurais e auxiliando-os a pensar e executar ações de acordo com suas possibilidades.

O CCA oferece serviços especializados para o desenvolvimento ambiental das propriedades da bacia em três frentes: restauração, práticas agrícolas climaticamente inteligentes e gestão eficiente dos recursos hídricos. Assim, aderindo a este Programa, o produtor recebe o PIP - Plano Individual de Propriedade, elaborado pela equipe técnica e especialista do CCA para cada produtor implementar as estratégias específicas de sua fazenda, alinhadas ao grande objetivo da plataforma que é resiliência climática da produção.

Entre os dias 12 e 26 de novembro, a equipe do CCA atendeu os produtores para apresentar o PIP – Plano Individual de Propriedade. Um total de 13 produtores aderiram à metodologia e às estratégias e ações acordadas e, agora, promoverão a construção de uma paisagem produtiva sustentável para a bacia do Ribeirão Grande.

A bacia do ribeirão Grande possui uma área total de APP (Área Permanente Preservada) de 1.410 hectares, sendo que 568 hectares precisam de estratégias de restauração, segundo diagnóstico do SEBRAE. Na área prioritária para conservação definida pelos estudos do SEBRAE, que é o alto do ribeirão Grande e a sub-bacia do ribeirão Cachoeira, 158 propriedades foram levantadas. Deste total, 44 propriedades já estão cadastradas e 20 tiveram seus diagnósticos finalizados com o PIP (Plano Individual de Propriedade), somando um total de 50 hectares indicados aos produtores para restauração neste ciclo (dezembro de 2021 e março de 2022), sendo que na oficina de negociação conseguimos o aceite de 13 produtores para restaurar 30,09 hectares, em 18 propriedades. No próximo ano (2022) ampliaremos o cadastro e diagnóstico e essa área potencial se ampliará”, afirma Fabiane Sebaio.


*Comunicação CCA

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