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Orlando Sabino conhecido como "O Mostro de Capinópolis" e o jornalista Pedro Popó, autor de autor do livro-reportagem
Da Redação da Rede Hoje
Uma equipe de cinema do Rio de Janeiro esteve em Estrela do Sul e Uberlândia, nos dias 20 e 21 de outubro do ano passado, para iniciar as pesquisas de uma série documental sobre o caso Orlando Sabino, conhecido como "O Monstro de Capinópolis". O grupo, formado por profissionais renomados do estúdio Coevos Filmes, reuniu-se com o jornalista estrelassulense Pedro Divino Rosa, mais conhecido como Pedro Popó, autor de um livro-reportagem que detalha a história do andarilho acusado de uma série de crimes na região do Triângulo Mineiro — o primeiro assassianto ocorreu em Patrocínio, MG — e Sul de Goiás na década de 1970.
A série, que será exibida pelo Canal Brasil, canal da Globo dedicado ao cinema nacional, promete mergulhar nas polêmicas e mistérios que cercam a figura de Orlando Sabino. O diretor e roteirista Pedro Rossi, acompanhado dos cineastas José Joffily e Isabel Joffily, destacou que o projeto está em fase inicial. "Será um documentário. Estamos no começo, conhecendo o material e as histórias", afirmou Rossi.
Em Estrela do Sul, a equipe teve acesso ao vasto acervo de Pedro Popó, que inclui cópias de processos criminais, reportagens da época e entrevistas com familiares de vítimas, policiais, testemunhas e moradores das cidades por onde Sabino passou. Além do trabalho de pesquisa, os visitantes também puderam desfrutar de um momento descontraído ao saborear o tradicional pão de queijo feito por Marisa de Souza, tia do jornalista.
Orlando Sabino ganhou notoriedade nos anos 1970, quando foi acusado de assassinar várias pessoas na zona rural e degolar 19 bezerros. Os crimes provocaram tamanha comoção que uma força-tarefa composta pelo Exército, Polícia Militar, Polícia Civil e o temido Dops (Departamento de Ordem Política e Social) foi mobilizada para capturá-lo. No entanto, muitos pesquisadores, incluindo Pedro Popó, questionam a versão oficial, sugerindo que Sabino pode ter sido um "bode expiatório" criado pelo Regime Militar para justificar operações na região.
Após sua captura, Sabino foi internado por 38 anos e seis meses em um manicômio judicial em Barbacena (MG), onde morreu em 2013. Dois anos antes de sua morte, ele havia sido transferido para uma casa terapêutica.
Em Uberlândia, a equipe entrevistou o jornalista Orlei Moreira, que cobriu o caso na época como apresentador do telejornal da TV Triângulo (atual TV Integração). Moreira compartilhou detalhes sobre a cobertura midiática do episódio, que gerou grande repercussão na região.
Isabel Joffily, produtora e cineasta, destacou a importância do livro de Pedro Popó como base para o documentário. "Nós lemos o seu livro. É um importante documento sobre o ocorrido, e por isso viemos conhecê-lo", explicou.
A série promete reacender o debate sobre um dos casos mais emblemáticos da história criminal brasileira, revisitando os fatos e explorando as controvérsias que cercam a figura de Orlando Sabino. A previsão é que o documentário seja lançado em 2024, trazendo novas luzes sobre um capítulo sombrio do passado.
