Endocrinologista explica como o álcool afeta o organismo e dá dicas para manter a hidratação

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Da Redação da Rede Hoje

Durante o Carnaval, muitas pessoas recorrem à cerveja para se refrescar nos dias quentes de festa. No entanto, ao contrário do que se pensa, a bebida pode contribuir para a desidratação. Segundo Alessandra Rascovski, endocrinologista e diretora clínica da Atma Soma, o álcool intensifica a produção de urina e a perda de líquidos do corpo.

"Ele inibe a geração de vasopressina, também conhecida como hormônio antidiurético (ADH), responsável por conservar água nos rins e evitar que a urina fique excessivamente diluída. Quanto maior o teor alcoólico, menor é a produção de ADH no corpo", explica a especialista.

Após o consumo de álcool, há um aumento da diurese, ou seja, da eliminação de urina. "A sensação de ressaca após a ingestão de grandes quantidades da bebida também está ligada à desidratação. Assim como a redução do ADH, que atrapalha a absorção de água pelas células da parede intestinal. Quando associada à transpiração excessiva, esse quadro pode se tornar ainda mais grave", alerta Rascovski.

Sinais de desidratação

A endocrinologista destaca que a desidratação pode ocorrer sem que a pessoa perceba. Por isso, é essencial reconhecer os sinais, como:

  • Sede excessiva: primeiro indicativo da necessidade de reposição hídrica.

  • Boca e pele secas: a falta de hidratação reduz a produção de saliva e deixa a pele menos elástica.

  • Urina escura e em menor quantidade: um sinal de que o organismo está retendo líquidos.

  • Cansaço e tontura: a perda de líquidos pode causar fraqueza e sensação de desequilíbrio.

  • Dor de cabeça: a desidratação afeta o fluxo sanguíneo e pode provocar cefaleia.

  • Batimentos cardíacos acelerados: a sobrecarga no coração é um possível efeito da falta de líquidos.

"Ao notar esses sinais, aumente a ingestão de água e, em casos mais graves, procure um médico", orienta a endocrinologista.

Como se manter hidratado no Carnaval

Para evitar os efeitos da desidratação, a especialista recomenda o consumo regular de líquidos hidratantes, como água, bebidas isotônicas, sucos naturais e água de coco. "A quantidade ideal varia de acordo com o peso e estilo de vida, mas a média recomendada é cerca de dois litros por dia", indica.

Apesar dos riscos, a ingestão moderada de álcool pode ser conciliada com a hidratação adequada. "O ideal é intercalar o consumo de cerveja com outras bebidas hidratantes", sugere Rascovski.

De acordo com o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), o consumo moderado equivale a, no máximo, duas latas de cerveja ou duas taças de vinho por dia para homens, e uma lata de cerveja ou uma taça de vinho para mulheres e idosos.

Além disso, a endocrinologista recomenda evitar locais abafados e manter uma alimentação leve, incluindo frutas ricas em água, como melão, melancia, mamão, morango e abacaxi. "O álcool ingressa na corrente sanguínea pelo estômago. Se ele estiver cheio, a substância será absorvida mais lentamente", conclui.


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