Fepal denuncia morte de Walid Khaled Abdullah Ahmed, de 17 anos, detido sem acusação formal; prisão de Megiddo é apontada por violações sistemáticas de direitos humanos.

Walid Khaled Abdullah Ahmed (Foto: Reprodução/Redes sociais)

Da Redação da Rede Hoje

A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) denunciou nesta segunda-feira (24) a morte do jovem Walid Khaled Abdullah Ahmed, brasileiro-palestino de 17 anos, sob custódia do governo de Israel. Segundo a entidade, o adolescente foi assassinado na prisão de Megiddo, unidade carcerária israelense acusada por organizações internacionais de práticas como tortura, espancamentos e negligência médica.

Walid, natural de Silwad, na Cisjordânia Ocupada, foi detido por forças israelenses em 30 de setembro de 2024 sob regime de prisão administrativa — mecanismo que permite encarceramento sem acusação formal. A Fepal sustenta que a principal hipótese para sua morte é a falta de assistência médica adequada, embora as autoridades israelenses não tenham divulgado detalhes oficiais.

Ele integra a lista de mais de 60 palestinos mortos em centros de detenção israelenses desde outubro de 2023, conforme dados da Fepal. Relatos de organizações de direitos humanos e veículos como o *Haaretz* descrevem a prisão de Megiddo como local de violações sistemáticas, incluindo tortura sexual e uso de choques elétricos.

O caso reacende críticas à política de prisões administrativas de Israel, aplicada majoritariamente a palestinos, e pressiona o governo brasileiro a se manifestar. A Fepal exige investigação independente e responsabilização pelos maus-tratos que teriam levado à morte do adolescente, que também tinha nacionalidade brasileira.

Até o momento, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil não se pronunciou sobre o caso. A morte de Walid ocorre em meio ao aumento de denúncias contra condições carcerárias israelenses, ampliando o debate sobre violações de direitos humanos no conflito palestino-israelense.


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