
O avanço da sojicultura no Cerrado trouxe consigo um desafio fitossanitário crescente: os nematoides, especialmente o de cisto (Heterodera glycines), que comprometem o desenvolvimento das raízes e reduzem a absorção de água e nutrientes. Presente em grande parte das áreas produtoras do país, a praga tem impacto particularmente severo no bioma, onde a expansão da cultura atingiu 18 milhões de hectares, segundo o MapBiomas.
"O nematoide afeta diretamente o potencial produtivo da lavoura. Sem manejo adequado, as perdas aumentam a cada safra", afirma Diego Palharini, especialista em fitossanidade da TMG — Tropical Melhoramento e Genética é uma empresa brasileira multiplataforma que conta com um banco de germoplasma premium. O patógeno pode persistir no solo por vários ciclos agrícolas, dificultando seu controle e exigindo estratégias integradas.
Entre as medidas recomendadas estão rotação de culturas, uso de plantas de cobertura e manejo adequado do solo. A escolha de cultivares resistentes também se mostra fundamental, embora especialistas alertem que a solução não pode ser isolada. "A resistência genética ajuda, mas deve vir acompanhada de outras práticas para evitar a seleção de raças mais agressivas", explica Palharini.
O monitoramento constante das lavouras é apontado como peça-chave no controle da praga. "Avaliar a evolução da infestação permite ajustar as estratégias e minimizar perdas", completa o especialista. Com o Cerrado respondendo por parte significativa da produção nacional de soja, o manejo adequado dos nematoides se torna crucial para manter a sustentabilidade da cultura na região.